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Batalha pela atenção: saia vitorioso nos primeiros minutos da apresentação

Por Eduardo Adas, sócio-fundador da SOAP.

Chegou o grande momento. Você está prestes a fazer uma apresentação que pode ser decisiva para a sua carreira. A partir de agora, o tempo pode ser seu melhor amigo ou pior inimigo. Isso porque você tem pouquíssimos segundos para conquistar seu público. Oito segundos, especificamente, quando o público for mais jovem.

A conclusão é de uma pesquisa realizada em março deste ano pela consultoria WGSN Mindset. O estudo foi realizado com integrantes da chamada geração Z (composta por pessoas nascidas do final dos anos 1990 até 2010). E, como você pode imaginar, as redes sociais e os celulares têm muita culpa no cartório, porque eles disputam a atenção com quem está falando. As pessoas, principalmente as mais jovens, querem cada vez mais estar conectadas a tudo, o que reduz o tempo de concentração. Se o apresentador não souber usar muito bem os primeiros segundos a seu favor, corre o risco de perder terreno para a discussão que está rolando no grupo de WhatsApp sobre qual será o bar do happy hour.

Uma decisão de segundos

Diante desse cenário, surge a dúvida cruel: como vencer essa batalha? O segredo é dar uma atenção especial aos primeiros minutos do seu discurso. É gerar alto impacto logo de início. Como? Estudando seu interlocutor, ou seu público, antes da apresentação. Saber qual é seu interesse, qual assunto o faz pensar e de quais piadas costuma rir.

Desse conhecimento prévio depende o próximo passo rumo à vitória: mostrar de cara o que o outro tem a ganhar com aquilo que você oferece. Imagine que você esteja em uma reunião para sugerir uma parceria. Você pode contar como essa parceria pode ser benéfica para que a outra empresa aumente o lucro em algum setor que não esteja rendendo muito. Ou, por exemplo, você vai fazer uma palestra sobre gestão de pessoas. Que tal contar um caso inusitado, com o qual a maior parte do público se identifique, antes de entrar nos detalhes mais técnicos da questão?

Apresente, logo no primeiro momento, as vantagens que o outro terá naquilo que você propõe ou uma informação que mostre que o que você tem a dizer é diferente de tudo o que ele ouviu até aquele momento.

Emoção rima com atenção

Conforme os segundos passam, é preciso criar um vínculo emocional. Depois de você ter fisgado a atenção de todos com a primeira informação ou a primeira história, é hora de construir empatia. Uma vez que essa conexão exista, seu interlocutor estará mais aberto a ouvir os argumentos racionais, como números e estatísticas, que virão depois.

Para construir esse vínculo, a técnica de storytelling ajuda muito. Estabeleça uma narrativa para sua apresentação, e deixe isso claro desde o início. Uma história capaz de despertar emoções é muito mais eficaz do que um punhado de números na tela.

Fique atento, também, à comunicação não verbal. Assim que subir ao palco, sorria, procure fazer contato visual, priorize posturas neutras. Não fique com as costas curvadas, olhando para o chão e com a cara fechada. Ninguém consegue prestar atenção em uma pessoa que não parece querer estar ali. O corpo fala sem parar, e deve ser seu aliado.

Quando o público é um velho conhecido

Em uma reunião ou apresentação cujo público já te conheça, é provável que as pessoas tenham informações sobre o assunto que você apresentará. Então, procure ir direto ao ponto. As informações mais técnicas podem ser colocadas na mesa desde o início. Inverta a ordem: traga a conclusão para o início da apresentação e, a partir daí, desenvolva seus argumentos.

Em resumo: procure sempre pensar no interlocutor ou na audiência, e trabalhe sua apresentação de modo a interessar não só a você mesmo, mas a quem acompanha a comunicação. Seguindo essas orientações, a batalha pela atenção do público certamente ficará menos assustadora.

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