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Gestão estratégica do fluxo de caixa: como a Tesouraria pode influenciar o negócio

¨O que quebra uma empresa é o caixa, e não o lucro¨. Esta frase, conhecida dos executivos financeiros, destaca a importância da gestão do fluxo de caixa para o negócio. O tema esteve em foco na reunião da Comissão Técnica de Tesouraria e Riscos, realizada nesta terça-feira (11), na sede do IBEF SP.

Felipe Guarnieri, consultor de negócios

Membro da Comissão e consultor de negócios, Felipe Guarnieri apresentou um case de atuação estratégica da Tesouraria em uma multinacional que cresceu via aquisições. Observou que a dinâmica na organização era bastante complexa devido a distintos acionistas, várias entidades legais e unidades de negócios em diferentes estágios de maturação.

¨Cada empresa do grupo exigia da Tesouraria um papel diferente na previsão de caixa. Alguns geravam caixa, outros consumiam; alguns tinham receita recorrente, outros não. Era um desafio analítico, que implicava conhecer o perfil de cada negócio e entender o momento econômico¨, destacou o consultor.

Um caso de sucesso – Guarnieri contou que, no caso da referida multinacional, a Tesouraria teve um papel decisivo ao reverter o cenário de uma das empresas adquiridas que, logo após a compra, sofreu uma forte pressão de caixa devido a problemas no recebimento e a desembolsos que ocorreram acima do esperado.

Membros da Comissão de Tesouraria e Riscos

Mais do que simplesmente agir para suprir uma necessidade financeira imediata, a Tesouraria buscou entender os motivos para o negócio se encontrar naquele cenário, uma vez que as análises anteriores à aquisição haviam confirmado sua sustentabilidade.

Atuando junto ao negócio, a equipe de Tesouraria conseguiu identificar os motivos para o problema de caixa. Dentre as razões, descobriu que muitos clientes não estavam pagando simplesmente porque não estavam recebendo a cobrança: havia uma falha no sistema de faturamento da empresa recém-adquirida. ¨A solução passou pela atuação de Tesouraria clássica, ou seja, estruturar uma linha de crédito, mas foi resolvida através da influência sobre o negócio, dilatando os prazos de pagamento e fazendo um esforço cirúrgico de cobrança¨, explicou Guarnieri.

Ao final, com a atuação da Tesouraria para melhorar a operação, o negócio se autofinanciou sem a necessidade da obtenção dos recursos de terceiros ou do aporte de acionista, o que certamente seria mais custoso para a companhia.

Atuação mais estratégica – Existe um papel clássico da Tesouraria, que é de suporte ao negócio, oferecendo um ambiente transacional perfeito e informações precisas, destacou o consultor. Contudo, para ganhar um lugar à mesa na tomada de decisão, a Tesouraria deve atuar proativamente junto às áreas de negócio, no sentido de influenciar e melhorar a operação inteira.

Guarnieri: Tesoureiro precisa conhecer o negócio para aportar inteligência

¨Se o tesoureiro conhecer bem o negócio, ele se tornará um influenciador: passará a ser convidado para participar das decisões estratégicas e atuar nas políticas de compra, nas negociações comerciais, por exemplo. Se, por outro lado, ele só olhar para os números, sem entender a dinâmica do negócio, ele não conseguirá aportar inteligência¨, ressaltou Guarnieri.

Angela Seixas, vice-presidente técnica do IBEF SP, reforçou que o grande desafio da Tesouraria é ter a sensibilidade do número, antevendo problemas e propondo soluções, de maneira proativa, que assegurem a sustentabilidade financeira do negócio. ¨O tesoureiro normalmente está preocupado com o dia a dia, mas é importante que ele consiga também olhar para o negócio com foco no longo prazo, ajudando a gestão a enxergar à frente¨.

Angela Seixas: Tesouraria deve ir além do dia a dia, ajudando a gestão a enxergar à frente

¨A Tesouraria não pode ser backoffice; deve participar ativamente das decisões do negócio. Isso passa por uma mudança cultural: tanto das organizações quanto dos profissionais que trabalham na área, pois estes devem ter atitude para provocar essa mudança de percepção¨, completou a líder da Comissão, Elaine Olivetto.

A Comissão de Tesouraria e Riscos voltará a se reunir no dia 12 de junho. O tema em foco será: ¨Seguro garantia v.s. Fiança bancária¨. Para saber como participar das reuniões, entre em contato com o IBEF SP pelo telefone: (11) 3016-2121.

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