Av. Pres Juscelino Kubitschek 1726, Cj. 151 São Paulo / Itaim bibi +55 11 3016-2121

IBEF Global reúne executivos expatriados em segundo encontro

CEOs e CFOs reunidos no segundo encontro do IBEF Global assistem à palestra de Marcos Troyjo, diretor do BRICLab, conectado à Columbia Business School. Fotos: Mario Palhares/IBEF SP

Cerca de 80 executivos, entre CFOs e CEOs expatriados e líderes brasileiros com perfil internacional, reuniram-se para prestigiar o segundo encontro do IBEF Global, realizado na última terça-feira (24) . O evento patrocinado pela PwC contou com palestra de Marcos Troyjo, diretor do BRICLab, centro de estudos sobre Brasil, Rússia, Índia e China sediado em Nova York e conectado à Columbia Business School.

Rogério Menezes, líder do IBEF Global, dá boas-vindas aos convidados

Na abertura do evento, Rogério Menezes, líder da iniciativa, explicou que o IBEF Global tem um propósito muito claro. O projeto começou a ser gestado há dois anos, ao longo de conversas com outras lideranças que sentiam falta da existência de um núcleo no IBEF destinado a aproximar os executivos expatriados que estão em cargos de liderança na área financeira de executivos brasileiros que já atuaram em outros países. “A iniciativa é pioneira e está se mostrando assertiva”, destacou o líder do IBEF Global.

Marco Castro, sócio da PwC, patrocinadora do evento

Marco Castro, 1º vice-presidente do IBEF SP, destacou que o IBEF Global vem na sequência da criação de núcleos como IBEF Jovem e o IBEF Mulher, que ganharam vida própria, tem público bem definido e já fazem seus próprios eventos. “Queríamos que o IBEF Global fosse uma porta de entrada para novos associados, pessoas que estão passando por uma temporada de trabalho no Brasil ou brasileiros que foram para o exterior, voltaram há pouco tempo e querem restabelecer o networking”.

Sócio da PwC, Castro afirmou que organização investe no IBEF Global por ter uma forte identificação com o networking internacional e o propósito de cultivar relações duradouras.

“O IBEF SP tem a ambição de ser a Casa do CFO. Isso significa acolher bem todos os executivos, com perfis e nacionalidades diversas”, reafirmou Rogério Menezes, que é vice-presidente da Diretoria do Instituto.

Expatriados compartilham suas histórias

Pierluigi Scarcella e Gabriela Gaytan destacaram boas experiências com o IBEF SP

Para testemunhar essa realidade, dois executivos expatriados foram convidados a compartilhar suas histórias com o público: Gabriela Gaytan, CFO da IBM Brasil, e Pierluigi Scarcella, business partner da De Biasi Auditores e Consultores Independentes.

“Tive a sorte de ser bem acolhida pelo IBEF SP. Além de dividir experiências com pares da área de finanças, o Instituto está me ajudando a entender a situação do país de uma forma mais ampla e sua cultura, aspectos indispensáveis para se fazer um bom trabalho”, destacou Gabriela Gaytan, mexicana.

O italiano Pierluigi Scarcella contou que chegou ao País em 1999, falando muito pouco o idioma português. O Instituto foi um canal importante para conhecer outros profissionais. “Algo que o IBEF SP nos proporciona é a base para o networking e também a integração entre as famílias. Participei do Encontro Socioesportivo com minha família e adorei.”

Oportunidade de networking internacional e conteúdo transmitido são pontos fortes dos encontros do IBEF Global, destacaram os participantes

Movimentos internacionais

Professor de relações internacionais Columbia University, Marcos Troyjo explicou os principais movimentos globais que estão em curso e a necessidade de adaptação não só do País como das empresas brasileiras a esse novo cenário. Trazendo esse contexto, ele comentou que as respostas enviadas pelos convidados à pergunta tema do encontro, “O que tira o sono do CFO?”, possuíam uma característica comum: a referência ao tema “crise”.

Além das crises política e econômica, País vive crise de estratégia, afirma Marcos Troyjo, diretor do BRICLab

Nesse sentido, Marcos Troyjo ressaltou que existem duas dimensões importantes para a palavra “crise”. A primeira é a acepção comum de que algo está muito próximo do perigo. Mas existe também uma segunda, preferida por ele, refletida nas palavras do filósofo italiano Antonio Gramsci: “crise é aquele momento em que o que é velho ainda não morreu e o que é novo ainda não nasceu”.

Enquanto os holofotes da mídia se voltam para a confluência das três crises no País – macroeconômica, política, e de natureza policial e judicial –  o Brasil convive com uma quarta tão ou mais preocupante: a crise do déficit estratégico, observou Troyjo.

“Mesmo se resolvermos todos os pontos críticos das três outras crises, ainda assim teríamos uma crise de estratégia. E quando falo isso, refiro-me à adequação entre o lugar em que o Brasil está no mundo e o lugar para onde o mundo está caminhando”, comentou o diretor do BRICLab.

A nova dinâmica global

Esse novo curso global é delineado por quatros grandes características, conforme explicou Troyjo.

Cerca de 80 executivos participaram do evento

A primeira é que o mundo está se reorganizando com novas geometrias de comércio e investimentos. Exemplos são os mega acordos econômicos em curso que não mais se delimitam por fronteiras regionais, mas a interesses em setores econômicos. Exemplos: o Tratado Transpacífico (TPP) e o novo acordo comercial que está sendo gestado entre Estados Unidos e União Europeia.

A segunda está relacionada ao modelo “China 2.0”, em que o gigante econômico asiático continuará sua expansão econômica e forte demanda por alimentos e infraestrutura. O crescimento da Índia também continuará a pleno vapor – inclusive o país deverá crescer mais do que a China neste ano. Nesse contexto, observou Troyjo, em breve haverá uma nova força incremental que voltará a jogar os preços das commodities para cima.

A geopolítica voltou a ser importante, observou o diretor do BRICLab. Essa consiste na terceira característica do novo movimento global, onde as noções passam a fechar negócios sob o ponto de vista da estratégico das forças políticas e territórios geográficos – mais do que propriamente ganhos econômicos.

Capacidade e agilidade de adaptação definirá os vencedores nos próximos 25 anos, ressalta Marcos Troyjo

Por fim, o quarto aspecto é a “Era do talento reverso”. A noção tradicional de que o bom talento é o profissional que se aperfeiçoa em uma vocação ou a organização focada em um core business acabou, afirmou Troyjo. Neste novo mundo, os CFOs precisarão entender de psicologia e os profissionais de RH de métodos quantitativos. Já as empresas terão que ser versáteis a ponto de que “o core business terá que ser qualquer tipo de negócio”, completou. Muitas organizações já trilharam esse caminho de transformação, apostando na filosofia de marca, como a Montblanc e a IBM.

“Aqueles que se adaptarem mais rápido ao novo curso mundial, mesmo com a crise de estratégia vivida pelo País, serão os vencedores nos próximos 25 anos”.

OPINIÕES DE EXECUTIVOS QUE PARTICIPARAM DO EVENTO

“Fiquei bastante impressionado. É um fórum muito bom para dividir pensamentos e o palestrante de hoje foi muito interessante. Ter a oportunidade de ouvir alguém com essa rica visão geopolítica do mundo, que consegue relacionar ideias diversas e linkar isso com o dia a dia foi importante. Palestrantes assim enriquecem muito esse tipo de encontro”, dito por Ignacio Garat, CEO da TNT Express.

“É a primeira vez que venho ao evento. Tenho grande expectativa porque o assunto é muito importante, temos muitos desafios no Brasil e na América do Sul, onde trabalhamos. Quero conhecer as pessoas que estão aqui, um evento de alto nível”, dito por Uwe Novak, CFO da Voith Paper.

“Venho pela primeira vez a este evento do IBEF, fui convidado pelo Rogério Menezes. Uma das expectativas é ter uma discussão interessante e a outra é o networking. É sempre bom estar em contato com pessoas de outras empresas” dito por Sergio Souza, vice-presidente de finanças para a América Latina da EcoLab.

“Estou no Brasil há quase dois anos. Esta é minha primeira participação em um evento como esse. A iniciativa é muito bacana e o evento muito interessante”, dito por Thomas Colwell diretor financeiro da Onofre/CVS.

“O primeiro evento foi ótimo para estreitar laços com outros profissionais globais que estão atuando em São Paulo e muito interessante para ter um update sobre o cenário econômico que vivemos no Brasil. Minha expectativa para esse segundo evento é encontrar as pessoas com quem estreitei o relacionamento no primeiro encontro e compartilhar um pouco mais de experiências das empresas em relação ao cenário brasileiro”, dito por Cristian Benavides controller para a América do Sul da Schneider Electric.

“É uma iniciativa muito diferente e que se complementa ao IBEF porque as experiências de práticas globais têm uma série de especificidades e você ter um grupo específico para compartilhar isso é super útil, em função de já discutirmos práticas mais genéricas de finanças no IBEF”, dito por Osvaldo Ayres, diretor financeiro da Votorantim Cimentos Brasil.

“O mais importante é fazer relacionamento com as pessoas e também entender o que está acontecendo, de forma geral, com os CFOs em São Paulo, para entender a realidade, se temos pontos em comum e novas ideias para implementar – um benchmarking geral do que o mercado está praticando”, dito por Andres Lasa, diretor financeiro da Zodiac Produtos Farmacêuticos.

Minha expectativa neste evento é conhecer todos os CFOs e compartilhar informações e experiências. A palestra parece interessante”, dito por Damien Vielliard, CFO da Ipsen.

“É sempre bom fazer networking e a palestra foi bem interessante, expôs um outro pensamento, outras dimensões, em vez de falar só a mesma coisa sobre crise e os desafios. Foi um outlook mais estratégico global. Tenho muito interesse em participar dos próximos eventos do IBEF Global”, dito por Mario Janssen, CFO da BMW Financial Services.

“O networking é muito bom, melhor do que em outros eventos do IBEF SP que eu já participei, e, sem dúvida, a palestra do professor Marcos Troyjo foi muito interessante e de conteúdo enriquecedor. Saio daqui com uma reflexão sobre o papel do CFO. Passamos o dia com muito trabalho, sem muito tempo para reflexões, e às vezes quando você sai disso e entende a palavra crise de uma forma mais leve, consegue encarar o dia a dia de uma forma melhor”, dito por Fabio Carvalho, CFO do Grupo SEB para a América Latina.

“Foi a minha primeira participação no evento e estou muito satisfeito. Não pude participar do anterior, mas consegui vir para esse e valeu muito a pena. Vim com a expectativa de ouvir uma boa palestra, e isso se confirmou, e também de conhecer algumas pessoas que trabalham na mesma área que eu e é sempre bom trocar experiências”, dito por Rodrigo Salomão, diretor financeiro da SIG Combibloc para as Américas.

“Foi minha primeira participação, gostei bastante da oportunidade de fazer networking com as pessoas, que foi a razão pela qual eu vim. Porém sugiro que os executivos possam interagir mais entre si na próxima oportunidade”, dito por Steve Long, vice-presidente de vendas e marketing da Intel na América Latina.

“O evento foi ótimo. Para mim, ter um professor brasileiro falando sobre economia, conexão de crises, com várias oportunidades de melhoria, foi bom ouvir esse ponto de vista. Com relação ao networking, estamos no mesmo ambiente, mesmos desafios, então é importante compartilhar coisas, aprender e ver que estamos todos juntos enfrentando isso”, dito por John Gregg, CEO da NCR de Manaus.

“A participação dos executivos estrangeiros, estar todos juntos em uma mesma sala, é muito motivador. Nos dá uma visão de experiências similares que agregam para o nosso trabalho. O importante é o networking, algo que achei interessante no primeiro e que se validou no segundo evento”, dito por Ivan Contreras, CEO da Bramont.

“Conseguimos reunir muitos CFOs e CEOs com experiências internacionais aqui. Além deste público qualificado, o conteúdo estava de primeiríssima linha. Contar com um bom palestrante, que nos faz pensar fora da caixa e nos força a ter reflexões profundas é o ápice deste evento. Participo e organizo eventos no IBEF SP há vários anos e hoje nos superamos”, concluiu Rogério Menezes, líder do IBEF Global e CFO da AkzoNobel PPC.

Compartilhe: