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Mulheres da classe C são mercado de R$738 bilhões

Atrair e fidelizar quem define as compras nos lares é o desafio atual do varejo. Os lojistas querem conquistar o público feminino que compõe a nova classe média, que será responsável pela movimentação estimada em R$ 738 bilhões na economia este ano. Buscar alternativas de produtos na prateleira para ampliar o mix de vendas é o plano de redes como o Magazine Luiza. A empresa dará ênfase para a comercialização de móveis para a população das classes C e D.

Segundo Luiza Helena Trajano, diretora-presidente do Magazine Luiza, além de comercializar móveis será possível crescer com outros equipamentos para o lar. “Cerca de 50% da classe C não têm máquina de lavar e apenas 7% possui televisão de tela plana.”

Para fisgar uma fatia dos 30 milhões de clientes que ascenderam à classe média, a marca chinesa de tecnologia e informática Lenovo acaba de comprar a brasileira CCE (de eletroeletrônicos). “A aquisição da CCE nos ajudará a estar mais presente no varejo”, afirmou Alfredo Benito, executivo da área de Finanças da Lenovo.

A Netshoes, de vendas pela Internet, também reformulou a estratégia. Segundo Roni Cunha Bueno, diretor de Marketing da empresa, ao perceber que o número de mulheres que procuravam artigos esportivos era crescente, a Netshoes passou a ter mais produtos à disposição. “Ter mulheres consumindo produtos em um site de artigos esportivos no país do futebol é curioso”, disse.

Já a Johnson & Johnson, conhecida por oferecer produtos ao público infantil – ou melhor, às mães -, criou comitês regionais para analisar o perfil das clientes. “Buscamos entender as necessidades de cada região”, afirmou Suzana Pamplona, diretora de Pesquisas da empresa.

Para atrair a atenção das mulheres brasileiras da nova classe média, responsáveis pela movimentação financeira de R$ 738 bilhões na economia neste ano, empresas do varejo têm diversificado as suas estratégias de vendas. Um dos casos mais curiosos é o da rede Magazine Luiza. Tudo indica que a empresa irá iniciar com maior ênfase a comercialização de móveis ao seu atual público-alvo, formado pela população pertencente às classes C e D – nicho este hoje praticamente dominado pela concorrente em itens para o lar Marabraz.

Segundo Luiza Helena Trajano, diretora-presidente do Magazine Luiza, além de comercializar móveis – como a mesma já havia mencionado em outras ocasiões -, é possível ampliar seu negócio com a venda de máquinas de lavar roupas automáticas e televisores de tela plana. Ela destaca o crescimento no interesse de produtos aos quais esse perfil de cliente aspira: “Não é qualquer coisa, mas produtos similares aos vistos nas novelas”.

“Em torno de 50% dessa população da classe C não tem máquina de lavar, e são essas mulheres que vão utilizar [o produto], que têm necessidade de ter o equipamento em sua casa. Outra coisa interessante é que desse nicho de mercado, apenas 7% possuem uma televisão de tela plana”, disse a empresária, durante evento promovido pelo núcleo feminino do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF-SP).

Luiza Helena ressaltou também que o Brasil está em um excelente momento e que, mesmo com a crise internacional, o País não é o maior afetado. “Enquanto lá fora eles estão com uma pneumonia, o Brasil está apenas com uma gripe forte”, disse, e completou: “Este ano não está dos melhores frente a 2010 e 2011, mas o ano que vem será muito melhor”, enfatizou Trajano.

A rede, com mais de 700 lojas, tem estado atenta também ao canal on-line. Luiza Helena afirmou que o varejo eletrônico (e-commerce) cresce em margens de 50% ao ano na empresa, tanto que a rede tem investido na loja virtual de uma maneira diferente. A ideia é que o consumidor vá até uma loja física, de pequeno porte, mas tenha auxílio de um vendedor. Porém, o cliente fará as compras apenas pela Internet. “Temos 110 lojas virtuais em cidades que não comportam uma operação tão grande quanto a nossa. Estamos atentos a isso e na consumidora que compra na Internet”, enfatizou.

Tecnologia

Outra empresa de olho em não perder tempo para pegar uma fatia de mercado, e em que a decisão da compra tem sido cada vez mais das mulheres, é a Lenovo. A marca chinesa de tecnologia e informática, ainda com pequena representatividade no varejo nacional, acaba de comprar a brasileira CCE (de eletroeletrônicos), que tem 60 anos de atuação no País. Tudo indica que a decisão envolveria aproveitar os 30 milhões de clientes que ascenderam à classe média, conforme dados do instituto de pesquisa Data Popular. “Demos dois passos importantes na Lenovo este ano. O primeiro foi o investimento na fábrica própria de R$ 30 milhões. O segundo, a aquisição da CCE, o que nos ajudará a estar mais presente no varejo”, afirmou Alfredo Benito, CFO da Lenovo, no evento da IBEF-SP.

O chefe financeiro da Lenovo disse também que uma das estratégias da empresa para estar mais perto das mulheres com maior poder de consumo é estar em algumas redes varejistas, com preços mais atrativos.

Outras operações

Ao perceber que o seu público consumidor mudou ao longo dos 10 anos no e-commerce, a Netshoes optou por ampliar a tecnologia da sua operação, para atender a demanda de mulheres que totalizam quase 50% de seu público-alvo. Segundo Roni Cunha Bueno, diretor de Marketing da empresa, ao perceber que um número crescente de mulheres procuravam artigos esportivos, a Netshoes passou a ter mais produtos à disposição, além de campanhas focadas neste nicho. “Ao entrar no site, essas consumidoras têm cada vez mais acesso aos itens exclusivamente femininos. Afora isso, o marketing também cria campanhas voltadas às consumidoras”, disse Bueno. O especialista fez questão de ressaltar que a busca das mulheres pela empresa em que trabalha gerou certo espanto aos donos do negócio. “Você ter mulheres consumindo produtos em um site de artigos esportivos, no país do futebol, é no mínimo curioso.”

Conhecida por produtos ao público infantil, a Johnson & Johnson diz também não deixar de lado as mulheres, ou melhor, as mães. A empresa criou comitês regionais para analisar o perfil das clientes e, a partir das informações levantadas, dar ênfase nas gôndolas aos produtos do seu portfólio que atendam melhor as consumidoras de determinadas regiões.

“Não ampliamos o mix, mas buscamos entender as necessidades de cada região”, afirmou Suzana Pamplona, diretora de Pesquisas da empresa.

Veículo: DCI

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