Para associados / Portal

Somos o maior Instituto de Finanças do Brasil

12 aprendizados para progredir na carreira

Getting your Trinity Audio player ready...

Participantes do mentoring do IBEF Jovem com Marcelo Giugliano, líder de finanças da Amazon para o Brasil.

Qual é o seu propósito pessoal? Foi com esta pergunta que o líder de finanças da Amazon para o Brasil, Marcelo Giugliano, iniciou a sessão de mentoring com 18 jovens profissionais, realizada nesta quarta-feira (14).

O encontro fechou o ano do programa de mentorias promovido pelo IBEF Jovem, no qual CFOs são convidados a compartilhar aprendizados de carreira com jovens executivos e orientá-los para que possam evoluir.

Compartilhamos nesta matéria os 12 principais aprendizados deste encontro.

1) Conheça o seu propósito – Antes de convidar todos para fazerem uma reflexão sobre seu propósito pessoal, Marcelo Giugliano tomou a iniciativa de contar o seu: fazer progresso.  “Percebi, em vários momentos da minha carreira, que eu precisava progredir em alguma área. E constatei que meu propósito também era contribuir para que outras pessoas façam progresso”, contou Giugliano.

Ele observou que pelo menos 6 profissionais que já reportaram para ele em algum momento da carreira hoje são CFOs. “O que me dá mais orgulho é ver pessoas que trabalharam comigo e progrediram”.

Se o profissional não souber ainda definir qual é o seu propósito, não há problema, ressaltou Giugliano. “A boa notícia é que mesmo sem saber isso, tudo o que vocês fazem hoje já está ligado ao propósito de vocês, de alguma forma. E quando um grupo de pessoas se move em direção a propósitos semelhantes, elas conseguem fazer coisas especiais juntas”.

2) Não existe receita de sucesso – Marcelo Giugliano tinha tudo para encerrar sua vida profissional como alto executivo em uma próspera carreira na área de tecnologia da informação.

Ele começou a trabalhar na área de TI aos 15 anos, como contínuo. Progrediu rapidamente até chegar à elite do departamento e gerenciar seu próprio time antes dos 30. E, aos 27 anos, optou por uma mudança radical: migrar para a área financeira. Para se consolidar, teve que aprender muito rápido, de forma dedicada, e contar com ajuda de mentores.

“Entrei na área de finanças de uma forma não tradicional. Minha história teria uma alta probabilidade de fracasso, mas consegui ter êxito. Então, não existe ‘receita de bolo’ quando o assunto é carreira”, ressaltou o CFO.

3) Faça a diferença em qualquer posição e em qualquer situação – “Giugli” – como foi apelidado pelos colegas no primeiro emprego – conseguiu aos 15 anos, trabalhando como contínuo, reorganizar todo os processos do departamento de Controle de Qualidade da Computação Antarctica. “Eu consegui, fazer a diferença numa situação em que ninguém achava que eu poderia fazer isso”.

O objetivo foi organizar o processo para que as listagens de informação que ele entregava para os departamentos chegassem mais rápido, conforme a prioridade de cada área. Uma mudança simples, impensada pelos mais experientes, e que lhe rendeu a primeira promoção.

“Comecei a ter meu potencial reconhecido na empresa. Aprendi que se eu começasse a fazer a diferença onde eu estava, seria recompensado”.

4) Busque uma carreira variada –  Após atingir a elite do departamento de TI na empresa e estar numa posição de coordenador, Giugliano se viu diante de um cenário de estagnação profissional e técnica. Não havia mais espaço para evoluir, e, além disso, estava há oito anos sem reciclar seus conhecimentos.

Foi então que decidiu montar uma nova estratégia de carreira que compreenderia: aprender mais sobre o negócio; ganhar diferenciais frente ao time; e alcançar uma posição de C-level – que seria o equivalente a CIO nos dias atuais. Ele fez uma pós-graduação em administração industrial, e decidiu mudar de área, indo para o setor de planejamento da companhia, onde teve que aprender sobre um novo departamento do zero – e sem time.

“Faça coisas diferentes quando está no início da carreira. Mova-se para outras áreas, construa o seu conhecimento do negócio a partir de vários pilares, como uma pirâmide. Se você construir em uma única área, você poderá cair como uma torre, pois terá apenas um pilar de sustentação”, aconselhou o CFO.

5) Sorte = oportunidade x competência – Marcelo Giugliano ressaltou que a relação é de multiplicação. Afinal, de nada adianta ao executivo ter as competências se não abraçar novas oportunidades para evoluir na carreira. Da mesma forma, uma boa oportunidade pode ser desperdiçada se ele não estiver disposto a aprender e evoluir nas competências necessárias.

Dentre as competências necessárias para evoluir na carreira, a habilidade de liderança é fundamental. Giugliano ressaltou quatro princípios de liderança que aprendeu na Diageo, uma das empresas em que trabalhou:  desafio, conhecimento, entrega e reconhecimento.

“O reconhecimento para o time não precisa ser necessariamente financeiro. Pode ser comemorar uma conquista junto com a equipe, treinar as pessoas, convidar profissionais para compartilhar aprendizados, expor alguém positivamente em uma apresentação para a Diretoria”, ressaltou o CFO.

6) Vá além do job description, mesmo que a empresa não pague por isso – Marcelo Giugliano destacou que se acomodar nas funções do cargo é um grande inimigo para a evolução profissional. E retomou o mantra que cultivou na carreira: “se você fizer a diferença, será recompensado”.

7) Tenha um bom planejamento financeiro para lidar com riscos e oportunidades – Mudanças na vida e na carreira acontecerão. Antecipe-se a elas separando uma poupança para lidar com acontecimentos inesperados, sejam eles bons ou ruins. “Você pode bancar um MBA no exterior se achar que é a melhor coisa para sua carreira ?”, questionou o CFO.

Também construa o seu planejamento financeiro com uma visão de longo prazo, não contando somente com a sua renda atual, recomendou Giugliano.

8) Não pare de aprender coisas novas, no trabalho e fora dele – O CFO ressaltou a importância de o profissional reciclar conhecimentos e buscar  novas experiências profissionais.

A partir dos conhecimentos adquiridos na área de planejamento estratégico, Giugliano teve a oportunidade de atuar como consultor na área de estratégia, pelo Monitor Group. Apesar de breve, essa experiência abriu as portas para sua primeira posição em finanças, como gerente de planejamento e suporte à decisão da Diageo Brasil.

Foi na Diageo que ele evoluiu sua carreira em finanças e se candidatou a uma posição que possibilitou sua primeira experiência internacional, em 2004. Ele se candidatou e logrou uma posição na matriz, em Londres, como business partner de tesouraria para os mercados da Europa. Dois anos depois, voltou ao Brasil para assumir a posição de  CFO da companhia.

9) Trabalho não é a coisa mais importante da vida –  Marcelo Giugliano contou também sobre a fase de transição de carreira, que viveu aos 45 anos. “Até então, eu nunca tinha ficado desempregado. Achei que quando perdesse meu trabalho, minha vida iria piorar muito porque tudo girava em torno dele. Ao contrário: foi um dos momentos mais importantes e engrandecedores para mim”.

Giugliano ressaltou que a transição de carreira foi uma grande oportunidade para refletir, colocar na balança as deficiências e pontos fortes profissionais, e reciclar conhecimentos. Foi também um momento em que se permitiu novas experiências, como se tornar mentor de outros executivos e também abrir uma nova porta de carreira como conselheiro de empresas.

O CFO acrescentou que é um momento no qual a rede de relacionamentos do executivo mostra-se de extrema importância. “Você precisa construir o seu networking enquanto não precisa dele. Ao longo da minha carreira, sempre procurei conhecer outros executivos, headhunters, consultores e profissionais de outras áreas. Mas não basta conhecer; tem que cultivar o relacionamento”.

10) Por mais que as coisas estejam ruins, podem ficar piores – Ou, por mais que estejam boas, podem ficar melhores, completou Giugliano, lembrando que o profissional sempre pode fazer a diferença na empresa onde está. Desde sugerir um aperfeiçoamento em um processo do dia a dia ou até mesmo propor uma inovação para aquele mercado.

11) Tenha família, amigos e hobbies – Neste ponto, o CFO reforça que o profissional deve expandir e fortalecer seus laços para além do ambiente corporativo. O trabalho é apenas um dos aspectos da vida, e cultivar uma vida pessoal plena poderá inclusive contribuir para que você se torne um profissional melhor.

12) Tenha um mentor, de preferência alguém que não perde ou ganha com você – Marcelo Giugliano não recomenda ao profissional escolher como mentor alguém que tenha laços familiares envolvidos ou então um executivo da mesma empresa.

“Isso pode prejudicar a objetividade do processo. Se for alguém da sua família terá o componente emocional muito envolvido. Se for um chefe, ele pode não querer desenvolvê-lo plenamente sob o risco de que você deixe a companhia”, acrescentou.

Depoimento – O executivo Alberto Faria, coordenador de planejamento financeiro da Cielo, compartilhou a experiência que viveu em 2015, quando passou por um processo de mentoring conduzido por Marcelo Giugliano.

“Fazer um mentoring foi disruptivo na minha vida profissional. É algo transformador: você passa a ver as questões do dia a dia sob um prisma diferente, e também começa a se expressar de forma diferente”, disse Faria, ressaltando a importância do mentor para o jovem executivo. Certamente, ele terá uma influência positiva na descoberta do seu propósito pessoal e profissional.

(Reportagem: Débora Soares / Fotos: IBEF SP)

Para Associados

Para ter acesso ao demais conteúdos, você precisa ser Associado IBEF-SP

Pular para o conteúdo