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Revolução 4.0 exige mudanças no perfil do profissional de finanças

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O IBEF Jovem realizou o evento Revolução 4.0 – o perfil do profissional de finanças neste mês. O seminário, que ocorreu na sede do espaço Cubo e teve o patrocínio da Antecipa, contou com a participação de quatro líderes de finanças da área digital e a presença de mais de 80 pessoas na plateia. Marcelo Giugliano, CFO da Amazon, foi o mediador do debate com os executivos Ednaldo Silveira, Finance Director/Latin America Controller do Google, Gabriel Silva, CFO do Nubank, e Mateus Furini, Head of Finance da 99.

Skills – Questionados sobre as principais habilidades e competências que o profissional de finanças dessa nova era deve ter, os executivos mostraram visões complementares. Para Silveira (Google), é preciso ter atitude e capacidade de tomada de decisão, após destacar que o Brasil é um dos países mais complexos, no que envolve questões de governança, por exemplo.
Na opinião de Silva (Nubank), além da sólida base em finanças é importante que o profissional saiba alguma linguagem de programação, como Scala ou SQL (Structured Query Language). “Não precisa entrar sabendo, mas ter o interesse em aprender já é um diferencial”, aconselha o executivo. Ele acrescenta: “As competências vão muito além do fechamento de relatórios. Hoje desenvolver soft skills e entender a sua atividade no contexto da empresa faz uma gigantesca diferença”.

Competências de um CFO – Furini (99), que antes atuava em empresas de bens de consumo, diz que trabalhar em startup é bem diferente. “O principal aspecto é a velocidade em que tudo acontece. Os fechamentos são semanais e há uma prévia quase que diária. O negócio tem essa dinâmica e o controle é diferente do feito numa empresa tradicional”.
Silva (Nubank) ressalta que os negócios mudaram significativamente. “Antes as empresas buscavam desenvolver produtos com os quais pudessem ganhar mais do consumidor. Hoje, precisamos desenvolver soluções para gerar o mais valor possível ao cliente, para que ele fique satisfeito e continue utilizando os serviços da empresa”.

O executivo do Google complementa que o CFO precisa navegar na complexidade do negócio. “É preciso saber dizer não em relação à criação de um novo produto, por exemplo. Mas precisamos entendê-lo para saber dizer o porquê que ele não é viável. Nesse aspecto, também é importante saber se comunicar”.

Impactos da automação – Giugliano (Amazon) perguntou aos palestrantes qual será o impacto da automação na carreira dos profissionais de finanças e todos concordaram que as atividades mais repetitivas tendem a ser mais impactadas.

“Não faz sentido digitar uma nota fiscal. A tendência é que as empresas utilizem a capacidade humana em atividades mais intelectuais. Vamos agregar mais valor”, diz o executivo do Google.
Na mesma linha, Furini (99) fala que o uso de planilhas fará menos sentido. “As tecnologias de inteligência artificial existem para processar os dados. Isso vai melhorar a geração de informações. O papel da área de finanças será tomar decisões mais acertadas com as informações geradas. É difícil pensar em uma área que não será impactada, mas cada vez mais o homem ficará mais focado no business e nas áreas de engenharia e TI para desenvolver soluções”, opina.

Segundo Giugliano (Amazon), o diferencial é saber aplicar a tecnologia e a inteligência artificial para melhorar a atividade, pois as pessoas são insubstituíveis. “É preciso olhar como uma oportunidade e não como um problema”.

Perfis desejados e retenção – Os executivos também destacaram os perfis profissionais buscados pelas respectivas empresas. Silva diz que o Nubank procura pessoas que se adaptem a um ambiente que muda constantemente. “Também precisamos de profissionais com autonomia para criar e inovar. É preciso falar inglês, pois é o idioma utilizado na empresa, já que contamos com pessoas de 25 nacionalidades. Ainda precisamos buscar profissionais fora do Brasil porque não encontramos os perfis desejados para certas posições”, explica o CFO.

Ele diz que a empresa também tem a cultura de tolerar o erro. “Mas precisamos de rapidez no feedback e na correção. Assim é que inovamos. Sem tolerância ao erro, a empresa não cria”, diz Silva. Segundo ele, para reter talentos, o Nubank incentiva a compra de ações para que os colaboradores façam parte do negócio.

Além da língua inglesa, a 99 também dá mais créditos aos profissionais que falam mandarim, já que a startup de origem brasileira passou a ser controlada por uma empresa chinesa desde o ano passado. “As coisas mudam muito rápido. Frequentemente surgem oportunidades internas e as pessoas que aprendem a ser desapegadas crescem muito nesse ambiente. Por isso, desenvolver soft skills é essencial”, esclarece Furirni. Ele diz que a retenção vai muito além da remuneração. “Precisamos de um ambiente agradável, onde a equipe se divirta e, ao mesmo tempo, fale sério quando necessário”.

“Procuramos pessoas incomodadas e que busquem desafios. O Google é uma empresa colaborativa e os processos inovadores desenvolvidos no Brasil são utilizados em outros países e vice-versa”, explica Silveira. Segundo ele, a empresa tem pouca rotatividade e geralmente os talentos vão para outras unidades da organização. “Melhor perder o talento para outra unidade, mas mantê-lo na companhia”.

O evento foi patrocinado pela Antecipa, que conta com plataforma que determina, por meio de algoritmos e análise de dados, a taxa de desconto da antecipação de recebíveis para cada transação, usando um mecanismo de leilão por meio de uma avaliação da oferta e demanda. Saiba mais sobre essa solução em: www.antecipa.com.

(Reportagem: Renata Passos)

 

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