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A Comissão Técnica de Mercado de Capitais e RI realizará no dia 15 de agosto, na sede do IBEF-SP, uma mesa-redonda com representantes de operações finalistas do Prêmio Golden Tombstone deste ano. Iniciativa do IBEF-SP, a premiação reconheceu em maio último as melhores operações financeiras do mercado nas categorias Debt (emissão de títulos de dívida) Equity (ações) e M&A (fusões e aquisições).
“Vamos explorar junto aos convidados as experiências dessas operações e seus detalhes: relacionamento com bancos, advogados e auditores, processos e custos envolvidos para realizá-las. Trazer a perspectiva das empresas e compartilhar alguns aprendizados com os participantes”, adianta Marc Grossmann, líder da Comissão.
Webinar sobre M&A – Já no próximo dia 25 de julho, a Comissão de Mercado de Capitais e RI realizará a webconferência “Os destaques das operações de M&A no 1° semestre de 2018 no Brasil”. O evento online será coordenado por Felipe Chimenti, associado da BR Finance e membro da Comissão, que entrevistará Reinaldo Grasson, sócio da área de fusões e aquisições da Deloitte. Além de compartilhar informações sobre as principais operações de M&A que aconteceram nos primeiros seis meses de 2018, o evento apontará perspectivas para o segundo semestre e o próximo ano. Os participantes do webinar poderão enviar suas dúvidas para o entrevistado, que as responderá ao vivo.
Momento e tendências – Durante a reunião técnica do colegiado para alinhamento da agenda de trabalho, realizada em 25 de junho, os membros da Comissão compartilharam suas avaliações sobre o momento do mercado e tendências, sob diferentes ângulos. Confira a seguir o resumo:
Os investidores estrangeiros mantêm apetite por aquisições no Brasil, observou Felipe Chimenti. “Com a desvalorização do real e a perspectiva de ter que colocar menos dinheiro para adquirir bons ativos, a avaliação deles é que o momento para comprar é agora”, disse o associado da BR Finance, escritório com foco em M&A para middle market. Ele relatou que foram concluídas recentemente operações no País com participação de investidores da Espanha, Inglaterra e Estados Unidos. A perspectiva é que esse perfil de investidor continuará a analisar oportunidades no País e na América Latina, com visão de crescimento em longo prazo, de 15 a 20 anos.
No setor de infraestrutura, em particular, a menor confiança com relação à estabilidade política do País ainda limita a entrada de grandes investidores, complementa Rogério de Moraes, gerente de planejamento financeiro da Triunfo Participações Investimentos. “Mas o Brasil tem um potencial enorme nessa área, em função do deficit de infraestrutura. Acredito que quando ultrapassarmos a questão política, e o cenário se organizar, a chance de os investimentos andarem de forma mais rápida e haver retomada do crescimento é muito grande”.
Hoje o grande problema do País é de natureza política, reforçou Claudio Gomes, CFO para a América Latina da Blau Farmacêutica. Ele relata que as empresas que estão crescendo com contratos com o Governo brasileiro acabam recebendo um olhar desconfiado por parte de investidores estrangeiros, em função dos escândalos de corrupção envolvendo agentes públicos. “Gasta-se muito tempo para explicar no exterior todos os processos de transparência e compliance realizados”. Contudo, na visão do CFO, a tendência para o próximo ano é positiva. “Observamos que as empresas já estão dissociando o cenário politico de seus investimentos. Há perspectiva de investirem, independente do resultado das eleições, e buscarem talentos no mercado para entrar em 2019 com equipes preparadas e prontas para o crescimento”.
Em contraponto à visão de longo prazo dos investidores estrangeiros, o investidor brasileiro considera muito o impacto de curto prazo em sua tomada de decisão, ponderou Felipe Fernandes, sócio da Monte Bravo Investimentos. Como exemplo, citou o expressivo aumento dos resgates em fundos multimercados nas duas últimas semanas do mês de maio de 2018, quando houve o ápice da greve dos caminhoneiros. Tal demanda levou alguns fundos a terem que abrir para novas captações de recursos. “Vemos investidores locais que ainda não estão preparados para situações de stress”. Com relação às perspectivas para o próximo ano, quando um novo governo assumirá o País, Fernandes ressaltou que tão importante quanto o presidente a ser eleito em outubro de 2018, é a equipe econômica que virá com ele.
Apesar de ratificar as questões levantadas pelos colegas, Sandra Calcado, membro do Conselho de Administração da Capital 21, ponderou que não enxerga um cenário muito otimista para 2019. “Esperamos que seja um ano melhor, mas infelizmente o investidor ainda está afetado pela instabilidade e a indefinição no plano político”.
Trazendo uma perspectiva diferente para o grupo, o coach e educador financeiro Marcos Robson alertou para a necessidade de os profissionais cuidarem de suas economias. “Tenho conversado com executivos de alto nível e, percebemos que, muitas vezes, por falta de organização financeira na vida pessoal, eles não têm conseguido investir tanto quanto gostariam, e aproveitado as oportunidades deste momento”.