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As operações de empresas e órgãos públicos estão sujeitas aos mais variados riscos
Por Carlos Alberto Bifulco* (Exame) 26/03/2019
Tem sido muito comum observarmos acusações de falta de responsabilidade de administradores de entidades públicas e privadas, quando ocorrem fatos negativos que afetam seus acionistas, seus funcionários e sua comunidade. Muitos acusadores culpam esses administradores de serem os responsáveis pelos mais variados problemas, sem considerar as condições em que os mesmos atuam.
As operações de empresas e órgãos públicos estão sujeitas aos mais variados riscos, tais como: acidentes que podem ocasionar interrupções bruscas de atendimento aos clientes ou que causem danos pessoais e materiais; tumultos e greves de funcionários; ações que venham a gerar contingências trabalhistas e tantos outros.
Existem inúmeras medidas que regulam as atividades operacionais decorrentes de legislação comum ou especifica. Essas determinações são fiscalizadas por agências reguladoras, órgãos de fiscalização e muitas outras entidades. Por outro lado, existem as empresas de seguro que podem segurar os riscos, mas exigem determinados procedimentos para minimizar a necessidade de pagar os sinistros.
Sem dúvida, determinados acidentes e contingências são resultantes de falta de capacidade ou negligencia dos responsáveis pelas operações. Outros decorrem de má construção e deficiente manutenção.
As estruturas organizacionais ideais procuram separar quais são as atividades dos acionistas, conselheiros de administração e diretoria. A maioria das organizações obedecem a um ordenamento funcional dos seus cargos formais. Em alguns casos, vemos que os ocupantes de cargos de mando teriam que ter uma extensa amplitude de conhecimentos para atender as suas demandas funcionais.
Os acionistas esperam que seus conselheiros e diretores tragam os melhores resultados financeiros, agradem aos clientes e sejam úteis a suas comunidades. Difícil atender a objetivos tão conflitantes. Aumentar a qualidade dos produtos e ter custos menores. Atender aos desejos dos funcionários, fornecedores e Governo e ter custos competitivos. Extasiar os clientes com a sua qualidade e eficiência e ter boas margens de lucro.
No meio desse turbilhão está o CEO ou Presidente Executivo, que tem que atender todas essas solicitações de seus públicos influentes. Acreditem é muito difícil. Muitas decisões erradas tomadas no passado têm as suas consequências agora. A solicitação de investimentos que tragam segurança, mas não tenham retornos financeiros seguros são muitos difíceis de passar, principalmente em momentos de crise.
Todos esses aspectos deveriam ser levados em consideração quando se pretende efetuar um julgamento rápido da atuação dos executivos. Quem tem coragem que se candidate.
*Carlos Alberto Bifulco é presidente do Conselho Consultivo do IBEF-SP.
As opiniões e conceitos emitidos no texto [acima] não refletem, necessariamente, o posicionamento do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF) a respeito do tema, sendo seu conteúdo de responsabilidade do autor.