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A 35ª edição do Encontro Socioesportivo contou com o painel Manhã com CEOs, realizado no sábado (18) e patrocinado por Brasil Dental e Beneficência Portuguesa. Os executivos convidados debateram o papel das empresas e dos CFOs em um mundo que passa por transformações constantes e precisa cada vez mais de profissionais flexíveis e integrados.
Na abertura, Magali Leite, CFO da Beneficência Portuguesa de São Paulo, destacou o projeto BP 360 – Gestão Integrada de Saúde, que atua dentro das empresas para trabalhar na prevenção e diminuir custos na área. Já Luis André Blanco, CFO da Odontoprev, ressaltou a importância da atuação da BB Dental, empresa formada por Odontoprev e BB Seguros em 2014, como uma das 10 maiores operadoras de saúde odontológica do Brasil. “Estamos patrocinando essa palestra que trata de novos modelos de negócios e como a tecnologia influencia diversos setores da economia¨.
O painel iniciou com uma indagação do mediador, o jornalista Roberto Kovalick, sobre o futuro das empresas em um país que está passando por constantes crises. Os convidados Antonio Martins, presidente da IBM Brasil, Daniela Manique, presidente do Grupo Solvay Rhodia, e Rachel Maia, presidente da Lacoste, mostraram-se otimistas e acreditam que o Brasil ainda merece a atenção de investidores. A atuação dos CFOs é fundamental para atrair essa visão de oportunidade para as empresas. “Estamos vendo a perspectiva de redução de custos. Tenho falado sobre nossa iniciativa de inteligência artificial e, apesar da perspectiva não tão positiva para o País, vemos muitas possibilidades”, disse Antonio Martins.
Daniela Manique reiterou que o momento do Brasil é difícil e mais arriscado para os CFOs, mas que a Solvay Rhodia defende o talento desses profissionais. “Completamos 100 anos e passamos por várias crises, mas o grupo continua acreditando no mercado brasileiro”. Rachel Maia também valorizou o papel do CFO como profissional que fica à frente de negociações com mercados estrangeiros para mostrar as oportunidades de investimento no país. “No Brasil tudo é complexo, mas os executivos transformadores e formadores são os que trarão uma disruptura para o País. O desafio é fazer as pessoas entenderem que os investimentos podem vir nesse momento catastrófico, mas com muitas oportunidades”, ressaltou.
Indústria 4.0 – O painel também discutiu o conceito da Quarta Revolução Industrial, que engloba tecnologias para automação e exige um novo tipo de profissional e de empresa.
“O mundo é cada vez mais volátil, complexo, e a tecnologia quebra barreiras entre indústrias. As companhias podem ganhar escala através das plataformas digitais”, disse Antonio Martins. Ele enfatizou que a velocidade do ciclos de produtos está cada vez mais acelerada e o consumidor está mais conectado e exigente, o que significa que as organizações devem se diferenciar a partir da especialização, contato e conveniência, de forma acessível e em escala. “Inteligência artificial é o centro dessas inovações. As empresas precisam repensar seus modelos de negócios”, ressaltou. “A receita começa pela liderança mais conectada com pessoas e conteúdo, e com foco no impacto em clientes e negócios; mais colaborativa. O desafio é a liderança viabilizar essa transformação”, destacou.
Rachel Maia disse ainda que líderes ‘quadrados’ não conseguirão acompanhar a evolução da nova indústria. “A liderança tem que olhar os clientes. Temos que nos preocupar sobre como estamos formatando a transformação e quão sustentável será essa indústria 4.0”.
Sustentabilidade – Na indústria química, o maior desafio é implantar uma mudança cultural que seja mais sustentável. Daniela Manique destacou que quando se formou em engenharia química, há 20 anos, e entrou na Rhodia há 15, a operação era manual e trazia muito mais risco aos profissionais. “A química está por trás de tudo e tem que ser sustentável; deve ter baixa emissão de CO2, e tem que ser segura. Temos que trazer o digital para essa indústria e tentamos fazer isso de forma sustentável, limpa e atrativa”.
Daniela ressaltou que será preciso desenvolver química de baixo impacto, mínimo consumo de energia e performance diferenciada. “Nossa responsabilidade é fazer projetos adequados para o futuro. A conta do CFO é mais difícil, mas é um investimento para um mercado sustentável”. Rachel Maia complementou durante a discussão que o papel do CFO na implantação de modelos mais sustentáveis nas empresas é justamente explicar que o que é muitas vezes considerado despesa, na verdade, é investimento. “Isso exige um CFO muito bom”.
Visão horizontal – Ter um olhar mais estratégico de processos, estratégias e produtos é o papel do novo CFO no entendimento de Antonio Martins. “O CFO sempre foi o guardião das finanças, controles, processos e riscos, e o que vemos é uma transformação do dia a dia desses profissionais, lado a lado com os CEOs, repensando a empresa, discutindo estratégias de produto e modelo de negócios. Vejo o CFO com o papel fundamental de viabilizar estratégias e possibilitar a discussão de novos produtos e serviços”, completou.
(Reportagem: Bruna Chieco)