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Por Alexandre Benedetti, Partner & Executive Director da Talenses
Acompanhar os avanços tecnológicos, gerir o grande número de dados e lidar com a equipe e as expectativas das novas gerações devem ser pontos de atenção para o profissional que pretende alçar voos maiores dentro das corporações. Para alcançar o cargo de CFO é preciso transpor diversos obstáculos e, principalmente, conseguir equilibrar as responsabilidades tradicionais, as questões técnicas que garantem a integridade dos números e o desafio de trazer mudanças para a companhia, que possam alavancar sua posição no mercado.
Dentro desse cenário, é possível identificar alguns pontos que podem facilitar o caminho até o topo ou dificultá-lo, caso o profissional não tenha essas skills:
Equilibrar o papel tradicional do CFO com o novo perfil
O que chamamos de 4ª Revolução Industrial já está acontecendo dentro de algumas empresas e em poucos anos acontecerá em todas. A revolução digital é um fato e não há como fugir dessa realidade, que não deve ser vista como ameaça, mas como ganho em produtividade, eficiência e inovação. Portanto, o primeiro desafio para o novo perfil de CFO é estar conectado e, se possível, impulsionando a transformação da companhia para uma cultura digital, minimizando os impactos ao negócio e conciliando esse gerenciamento com as funções habituais.
Velocidade de aprendizado
Um outro fator que pode atrapalhar ou ajudar o profissional a chegar ao cargo de CFO é a velocidade de aprendizado e atualização. Atualmente, mais do que nunca, o CFO deve se instruir constantemente. E isso não significa somente conhecimento técnico, que se pressupõe já obtido, mas o de gestão e também de mercado. Em um país em desenvolvimento e com grande instabilidade econômica e política como o nosso, é sempre grande o desafio da leitura de cenário de modo a conseguir antever consequências de decisões. Portanto, quem tiver facilidade no aprendizado e velocidade para se adaptar sai na frente e consegue desenvolver uma melhor visão de cenário macroeconômico, por conseguir compreender indicadores menos tradicionais e movimentos não tão claros.
A sociedade está passando por transformações e o mercado tende a acompanhá-las, por isso é preciso que o CFO tenha a mente mais aberta para aprender novas coisas, muito mais do que na década passada.
Gestão de talentos e sucessão
Passar o conhecimento adiante e treinar um substituto é necessário em todos os negócios, mas grande parte dos executivos deixa para pensar nisso somente quando a questão é urgente. Como estamos em um momento de reinvenção das maneiras de trabalhar, o desafio começa na identificação dos profissionais com as competências que serão mais necessárias aos modelos de trabalho que estão despontando, e, também, na preparação desses profissionais para o momento da sucessão. Não ter essa habilidade prejudica o avanço na carreira, já que existe o risco de ficar estagnado em determinada função que não é a almejada, por não haver substituto à altura.
Gerar valor para as outras áreas e para a empresa
Um passo importante para alcançar o sucesso na carreira de finanças e que tende a ser um grande desafio para a maioria dos profissionais é conseguir gerar valor para outras áreas da empresa. Ser um executivo que incentive a transformação da corporação, influencie na gestão de talentos e na liderança estratégica não é simples, mas o profissional que demonstra essa característica tem grande importância para a companhia. É comum que profissionais da área de finanças não façam muito esforço para enxergar as necessidades de outras áreas da empresa e até pouco tempo atrás isso não era totalmente necessário, mas atualmente um executivo completo com visão mais abrangente vem sendo muito valorizado no ambiente corporativo.
As opiniões e conceitos emitidos no texto [acima] não refletem, necessariamente, o posicionamento do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF) a respeito do tema, sendo seu conteúdo de responsabilidade do autor.