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Revolução dos meios de pagamento é tema de reunião da CT de Tesouraria e Riscos

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A revolução do setor financeiro, abordando principalmente os meios de pagamento, foi tema apresentado em reunião da Comissão Técnica de Tesouraria e Riscos do IBEF-SP, realizada no dia 11 de agosto. Fernando Caritá, sócio da consultoria Ernst & Young, mediou o debate junto a Henrique Gallotti, gerente sênior da consultoria; Matheus Cruz, advogado do Pinheiro Neto Advogados; e Elvis Tinti, diretor executivo de vendas da PicPay.

Henrique Gallotti iniciou a apresentação falando sobre a linha do tempo da regulação sobre instituições financeiras e meios de pagamento. “Houve quebra de barreiras dos reguladores para estimular a concorrência dos meios de pagamento, criando novos mecanismos e modelos de negócios disruptivos. A briga por tarifa, que parecia impossível, começou a mudar”, disse.

Esse movimento dentro do mercado financeiro, e agora com os pagamentos instantâneos e open banking, abre uma possibilidade de quebra de paradigmas. “O banco tradicional vai ter que se transformar. Os nativos digitais são nossos consumidores, que já nasceram com uso da tecnologia, e isso permite mudanças de forma estruturada”. Para bancarizar a população, Gallotti destacou que digitalizar é o primeiro passo, e depois ensinar a população a utilizar os produtos financeiros.

Case – Ele compartilhou alguns cases durante a apresentação, como o Shell Box, que resolveu a questão de sair do carro para pagar combustível, integrando as bombas e colocando um app de pagamento integrado. “Esse é um exemplo de negócio que já está usando o modelo de compartilhamento, por exemplo, abrindo para o mercado pago”, explicou Gallotti. O consultor contou ainda que novos grupos estão surgindo para disputar esse mercado, e citou grandes B2B como players que possuem poder de entrar forte nesse mercado. “A pergunta é: quem vai conseguir engajar o cliente? No fim do dia, o banco é um viabilizador do serviço, mas a própria empresa pode ter o controle da jornada”. 

Outro case citado é o da Souza Cruz, que está colocando maquininhas na rua. “Temos muitas empresas fazendo modelos de negócios disruptivos, como fintechs, oferecendo uma variedade de serviços para o consumidor. Segundo ele, há dificuldade dos bancos de se aproximarem dessas empresas”. Galotti mencionou ainda o case da Mutual, empresa que viabiliza empréstimos P2P.

Open banking e PIX – Para Gallotti, open banking é o game changing, sendo que 60% dos bancos brasileiros estão investindo nesse segmento. Já o PIX, além de ser uma ferramenta que melhora a experiência do cliente e reduz custos, o regulador brasileiro está desenvolvendo um sistema planejado para ser implementado até novembro deste ano. “Pesquisa realizada de 2018 para 2019 para entender o engajamento dos clientes com uso do open banking mostrou que o sentimento de engajamento do consumidor no Brasil, comparado com outros países, é o mais alto de todos”, destacou, enfatizando que o cliente quer ter mais acesso a produtos mais estruturados e isso pode elevar a adesão a esses produtos.

Segundo Gallotti, o engajamento dos consumidores é um dos fatores essenciais para o sucesso do open banking, e no Brasil há maior aceitação entre mais jovens e mais ricos para esse tipo de negócio. “A pesquisa apontou também que 43% dos consumidores consideram mudar a forma como se relacionam com bancos nos próximos 2 anos, usando menos dinheiro, mais banco digital, e poupando mais”. Ele citou que empresas já perceberam a importância de programas de fidelidade para atrair clientes. 

Segundo Elvis Tinti, o PIX traz uma série de vantagens tanto para o consumidor final quanto para o varejo, e vem a substituir as transações de débito e os boletos bancários. “No final da contas, traz um ganho de eficiência para toda a cadeia, colocando aos agentes uma oportunidade de oferecer uma ferramenta de pagamento mais eficiente. A possibilidade de transferir informações dentro dessa transação transcende a operação exclusivamente financeira”, disse. A instantaneidade é outro ponto destacado dessa ferramenta, além da redução de custo. “O custo de débito, que hoje é uma taxa variável, passa a ser provavelmente uma tarifa fixa, o que traz uma redução grande”, explicou. 

Elvis disse ainda que os segmentos digitais ganharão muito com o PIX. “O e-commerce terá ganho de eficiência, e o próprio governo se beneficiará, pois terá mais eficácia no pagamento de boleto. O PIX torna isso muito prático”. Ele destacou que o PIX é uma transação mais segura que outros meios de pagamento. “Essa solução vem para substituir os meios de pagamento convencionais”, complementou. 

Já Matheus Cruz destacou que é importante entender, do ponto de vista do Banco Central, o que ele quis fazer e para onde quer ir. “Em 2010, havia um duopólio e o BC quebrou essa concentração. Até 2013, ainda não havia regulação de nenhum meio de pagamento, mas depois disso houve um marco para esse setor. O PIX é um arranjo de pagamentos, um conjunto de regras que o BC instituiu, que permite liquidação em tempo real entre instituições”. Ele citou ainda modelos internacionais e precedentes estrangeiros. 

Competitividade – Elvis complementou dizendo que na PicPay, a perspectiva é sair de uma economia fragmentada para uma arena competitiva e mais integrada, com muitos pontos da cadeia conversando entre si e gerando valor. “A PicPay saiu de 2 milhões para 28 milhões de usuários do aplicativo, há 3,8 milhões de estabelecimentos que aceitam PicPay, e vemos uma influência grande e uma predisposição para reagir à tecnologia”.

Ele contou ainda sobre a parceria com indústrias permitindo a participação de diversos elos da cadeia. “Conseguimos levar uma possibilidade de pagamento mais facilitada e, consequentemente, o varejista leva ao seu consumidor uma ferramenta que, nesse momento de pandemia de COVID-19, corrobora com a segurança do cliente, pelo fato de ser uma transação não presencial. Há ainda vantagens para diversos elos da cadeia, podendo fidelizar clientes e oferecer crédito dentro de um conceito integrado”, disse.

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