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CFOs destacam recuperação em diferentes setores econômicos

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O cenário é de aquecimento da demanda e recuperação em diversos setores econômicos, apontam os CFOs e CEOs que integram a Diretoria Vogal do IBEF-SP. Os membros desse fórum, que compartilham um “termômetro” da economia real, realizaram sua última reunião no dia 30 de abril. O evento conta com o patrocínio da PwC Brasil.

“A Diretoria Vogal é um dos pilares de sustentação do IBEF-SP”, destaca Luis Carlos Cerresi, 1º Vice-Presidente do IBEF-SP, responsável pela condução dos trabalhos. Ele observa que o grupo tem registrado recordes de participações, reunindo cerca de 100 executivos mensalmente.

Transformação digital acelera – Marcello Mussi, sócio e líder de transformação da plataforma de Digital Advisory Estratégico da PwC Brasil, ressaltou em sua apresentação as oportunidades, na esteira da transformação digital, para as empresas não financeiras incluírem em seus portfólios serviços financeiros para clientes e fornecedores. Dentre essas oportunidades estão contas de pagamentos digitais, parcerias com fintechs, pagamentos instantâneos e open banking.

Em conexão com o universo da tecnologia, João Paulo Seibel de Faria, CFO Latam da Didi Chuxing, que opera a 99 no Brasil, observou que o mercado de aplicativos ligados a mobilidade prospera, apesar da pandemia. O setor registrou aumento de 30% nas corridas em 2020 e tem como perspectiva para 2021 crescimento de 20% nesse índice. A expansão se deve a fatores como a inclusão de trabalhadores que perderam empregos, a crescente adesão da população que utilizava transporte público, e a revisão de ofertas e preços com melhores condições para esse público. Seibel destacou ainda o apetite dos investidores internacionais para empresas do setor de apps, mobilidade e meio de pagamentos, com visão de longo prazo.

A aceleração da transformação digital na pandemia e o surgimento de novas tecnologias, como 5G e IoT, fazem com que o setor de tecnologia como um todo registre um crescimento muito acima da média do mercado e também em relação a anos anteriores, apontou João Batista Ribeiro, CFO da Dell EMC. Para citar alguns indicadores, a venda de computadores para empresas e governos cresceu 23% no 1º trimestre de 2021 e a expectativa é de alta de 80% no segundo em relação a 2020. A demanda por infraestrutura conectiva (servidores, storage etc) mostra recuperação em 2021 e tem expectativa de crescimento entre 8e 10% neste ano.

Indústria vive recuperação – Kathrin Pfeffer, CFO da Mercedes-Benz do Brasil e da América Latina, afirmou que a demanda por caminhões está muito alta neste ano no país. O setor prevê crescimento de 15% no ano de 2021 em relação a 2020, conforme indicam dados da Anfavea, a associação dos fabricantes de veículos. Contudo, ao mesmo tempo em que o cenário é de oportunidades, há também desafios, como atrasos na cadeia de fornecimento com a falta de peças, como exemplo os semicondutores (com expectativa de início da regularização a partir do 2º semestre) e aumento de custos com matéria-prima, como o aço.

Sobre o mercado de aço, o CFO da Gerdau, Harley Scardoelli, destacou que o setor passa por um movimento global de recomposição de preços e margens, em função da redução de capacidade na China, no contexto de maior adoção da pauta ESG. O aço também está sendo muito demandado no mercado doméstico, a exemplo do setor da construção civil, que espera crescer 30% em lançamentos neste ano, segundo dados da Abramat, e do pipeline de projetos de infraestrutura e privatizações, que soma valores da ordem de R$ 120 bilhões. Para aumentar a capacidade de produção em resposta a essa forte demanda, a companhia reativou uma planta no Paraná, que estava parada há quase 10 anos, e comprou recentemente uma planta no Ceará.

A indústria de papel e celulose também vive excelente momento, ressaltou Marcelo Bacci, CFO da Suzano. Considerado essencial na pandemia e de perfil exportador, o setor foi pouco impactado em 2020 e beneficiado pela valorização do dólar. Além disso, o setor também tem a seu favor o crescimento da agenda ESG, pois vários de seus produtos são vistos como substitutos naturais do plástico. Frente à perspectiva muito positiva para a demanda futura, a companhia estuda a oportunidade de investimento em uma nova fábrica.

Oportunidades e desafios – Rafaela Vesterman Araujo, Gerente da B3, destacou que o mercado de capitais também teve um início de ano muito ativo. Foram realizadas 34 ofertas públicas até o final de abril, sendo 22 IPOs, com captação de R$ 55 bilhões de reais. Ela notou que a quantidade de IPOs de 2021 até abril já está próxima à quantidade de aberturas de capital   de 2020, quando foram realizados 28 IPOs o ano inteiro, e ainda existem diversas empresas que estão protocoladas na CVM para realizar oferta. Dentre os setores que se destacaram estão tecnologia, agronegócio e saúde.

O setor de saúde passa por fortes rodadas de investimento, acrescentou Patrícia Leisnock, CFO do Hospital Albert Einstein, e tem o grande desafio de baixar custos e ampliar acesso. A executiva destacou o difícil cenário da pandemia, no qual se tem a possibilidade de terceira onda de contaminações de COVID-19, agravado pela falta de distanciamento social e lento ritmo de vacinações. Patrícia ressaltou que este momento também traz a oportunidade para que os CFOs tragam cada vez mais a saúde como prioridade em suas agendas, por meio de ações ESG, contribuindo para a superação desse momento e construção de um futuro mais positivo.

Gustavo Matsumoto, CFO do Grupo Algar, que atua nos setores de TI e Telecom, Agronegócio e Turismo, confirmou o bom momento vivido pelos dois primeiros segmentos. O setor de Turismo, que foi bastante machucado pela pandemia, também tem perspectiva positiva. Matsumoto afirmou que há grande demanda reprimida para viagens domésticas. A quantidade de reservas para o segundo semestre de 2021 é um fator animador, observou o CFO, notando a expectativa de rápida recuperação desse mercado à medida que a vacinação da população evoluir.

Exportações em alta – Em linha com o crescimento das exportações brasileiras, bem como da retomada do mercado doméstico, Rosana Passos de Padua, CEO da Coface Brasil, disse que o setor de seguro de crédito vive um momento excepcional, tendo registrado forte aumento da procura por proteção e baixos índices de inadimplência e de sinistros em 2020 e no 1º trimestre de 2021.

Pierluigi Scarcella, business director do Grupo Ascensus, que atua em trading e logística, destacou que o setor também está otimista, após ver esse mercado crescer 35% no 1º tri de 2021 em relação a 2020. Como alerta para os CFOs, ele observou que 2021 exigirá muito cuidado em relação à gestão dos custos com transações internacionais. Como exemplo, ele citou a escalada vertiginosa dos preços de containers de 20 x 40 pés vindos da China, que estavam na faixa de US$ 2 mil dólares em 2020 e saltaram para US$ 8 mil neste ano.  

Ao fazer o encerramento da reunião, o representante do Conselho de Administração do IBEF-SP, Luis Felipe Schiriak, ressaltou que a reunião trouxe um tom surpreendentemente positivo, face o momento crítico vivenciado pelo País, e ressaltou o papel do CFO em apoiar as empresas na superação de cenários difíceis. “Esperamos que na próxima reunião continuemos com esse tom otimista, e também tenhamos dado um passo adiante para vencer a tragédia que está acontecendo (por conta da pandemia)”, completou.

Convite para as Comissões Técnicas

A Vice-Presidente que lidera as Comissões Técnicas no IBEF-SP, Meily Franco, fez um convite a todos os CFOs – participar e indicar a integração de suas equipes nesses colegiados especializados, que são um dos principais pontos de produção e disseminação de conteúdo do Instituto.

Meily afirmou que no biênio 2021-2023, as Comissões e a Diretoria Vogal pautarão temas estratégicos para o radar do CFO: transformação digital, ESG, reforma tributária, reskilling do profissional de finanças, open banking, M&A e IPOs – sempre na perspectiva do profissional de finanças e do fortalecimento do Advocacy do IBEF-SP que é eficiência empresarial.

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