Getting your Trinity Audio player ready...
|
É necessário desconectar a ideia de que finanças precisa se aproximar do negócio, e conectar a ideia de que finanças é o negócio. A afirmação é de Ricardo Emmerich, Presidente da Hewllet Packard Enterprise Brasil. Ele foi o convidado da primeira live “Visão 360º”, realizada pelo IBEF Conecta – Jovem, no dia 19 de maio.
¨Entrar na ideia de que somos o negócio, nos tira da visão de uma área de suporte para ser uma área de habilitação do negócio¨, explica Emmerich, que atua há 30 anos no mercado de tecnologia.
Segundo ele, a diferença é que uma área de suporte reage a uma demanda, enquanto uma área de habilitação do negócio busca de forma proativa mudanças. Sejam elas no modelo operacional, com ganhos de produtividade, ou no modelo de negócio, redefinindo regras e viabilizando a venda de serviços totalmente diferentes na ponta (transformação digital).
Durante quase duas horas de bate-papo, o Presidente destacou o funcionamento desse conceito no próprio modelo de negócio da HPE, e também compartilhou aprendizados de sua carreira em temas como aprendizado contínuo, criatividade e liderança.
Da borda à nuvem – Focada no mercado corporativo, a HPE se coloca como uma empresa que vai da borda até a nuvem e tudo como serviço, definiu o executivo. A borda diz respeito à experiência dos usuários com a conectividade da tecnologia. Nuvem se trata de habilitar essa experiência, com flexibilidade de consumo e infraestrutura sempre disponível. “Somos da borda à nuvem para ajudar na transformação digital do cliente, o qual irá alcançar o benefício do digital com o correto uso dos dados, ponto central de qualquer avaliação de digitalização de um negócio”.
Nesse momento de transformação da companhia, ele explicou que a importância da área de finanças é igual ou maior, talvez, que a própria área de tecnologia. ¨Porque não importa se eu entreguei o computador mais rápido do mundo, se eu não entreguei no modelo financeiro que viabiliza que isso seja entregue como serviço¨, acrescentou, ressaltando que a transformação digital necessita de dados e tecnologia para acontecer, mas também de um modelo financeiro que seja sustentável.
¨Por isso, numa visão 360º, eu não desconecto em nenhum momento a área de finanças da área de negócio¨, observou o Presidente.
“A iniciativa Visão 360º do IBEF Conecta foi pensada como uma forma real de os profissionais obterem uma visão mais ampla e estratégica da área de finanças”, explicou Bruno Damasceno, membro do IBEF Conecta – Jovem, na abertura.
O evento foi patrocinado pela Antecipa, startup que oferta solução completa de antecipação de recebíveis, recentemente comprada pela XP Inc. “A empresa que quiser atender seus fornecedores sem ter que disponibilizar um CAPEX para construir essa área internamente, pode simplesmente se ‘plugar’ à Antecipa e nós cuidaremos de tudo”, destacou Natalia Raposo, Chief Sales Officer da companhia.
Aprendizado contínuo – O Presidente da HPE dividiu sua carreira em três fases, abrangendo etapas de formação, responsabilidade gerencial e atuação em diretorias.
Da fase de formação, Emmerich destacou a importância do aprendizado contínuo e das certificações, que colaboram para o hábito da disciplina com os estudos. “Se você está em um curso ou trabalho e põe a meta de obter uma certificação, estudará duas ou três vezes mais do que o normal, levando mais conhecimentos. Foi nessa etapa de base que aprendi o que é ter disciplina e execução”, acrescentou o executivo.
Na etapa de responsabilidade gerencial, Emmerich observou a importância de todos os profissionais participarem de fóruns de mercado, como o IBEF-SP. “Fazer conexões com fóruns, sejam eles da sua área de interesse ou até um pouco fora – para gerar criatividade e ter outras ideias – é fundamental, porque eles trazem outras experiências”.
Quando se torna líder de líderes, com a entrada em níveis de diretoria, uma das lições compartilhadas por Emmerich é ¨tirar o melhor dos melhores¨ para as posições certas na companhia. Esse processo, algumas vezes, pode exigir um alinhamento inicialmente contrário às aspirações do profissional liderado. Fazendo um paralelo com o mundo do futebol, o desafio às vezes é convencer alguém que deseja ser atacante ou ponta direita a atuar na defesa, onde mostra-se um goleiro magnífico.
O melhor de finanças – E como tirar o melhor dos melhores em finanças? O presidente da HPE Brasil destacou três pontos: 1 – o profissional de finanças deve entender que ele é o negócio; 2 – compreenda como o seu papel pode agregar para ser um habilitador de negócios, agregando valor no que a companhia entrega para os clientes; e 3 – sair da visão do previsível (otimização de processos) para a visão exploratória, onde as rupturas acontecem.
¨A provocação que eu faço nesse terceiro ponto é ter um pensamento diferente, de modelo de transformação digital de negócio. A área de TI e infraestrutura são uma parte, mas vocês podem olhar como o negócio está atuando, o que está sendo feito na ponta que, financeiramente, talvez pudesse ser transformado. Lembre-se: vocês são parte do negócio, vocês habilitam o negócio¨, ressaltou Emmerich.
O profissional do futuro, segundo o executivo, é aquele que não se limita a rótulos ou classificações sobre suas funções, mas tem essa visão habilitadora de negócios. Ele também recomendou aos profissionais buscarem informações sobre os futuros do mercado de tecnologia e como isso pode impactar a função de finanças.
¨Vocês têm enorme potencial, estão dentro do negócio – vocês são o negócio! Tirem um pouco das classificações, pensem no que está vindo, qual o nível de contribuição que fazem e transformem o mundo. Vocês têm tudo para transformar o mundo¨, concluiu.