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Para executivos, interdisciplinaridade, autoconhecimento e foco em soft skills chaves são o caminho a ser trilhado pelo CFO moderno

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A técnica por si só não é suficiente. Para o CFO moderno obter sucesso em sua trajetória profissional, a agilidade, a interdisciplinaridade, o autoconhecimento e o aperfeiçoamento das soft skills chaves são requisitos indispensáveis, devendo o profissional ser responsável pelo desenvolvimento da sua própria carreira. 

O IBEF-SP realizou, no último dia 22 de setembro, a live “Jornada do CFO: Reskilling do Profissional de Finanças”, patrocinada pela CTI Global.  

Para discutir sobre a carreira dos executivos de finanças, o evento teve como convidadas as speakers Ana Pliopas, coach executiva e de carreira, professora universitária da FGV, pesquisadora e supervisora de coaches; Célia Silvério, sócia-fundadora e CEO da CS Recursos Humanos e Governança Corporativa; Flávia Schlesinger, CFO da Pepsico Brasil e VP do IBEF-SP; e Magali Leite, CFO, conselheira e VP do IBEF Conecta. A live foi moderada por João Márcio Souza, CEO Talenses Executive Latam e VP de Marketing e Comunicação do IBEF-SP, e teve como host Alexandre Staffa, diretor executivo financeiro da Suhai Seguradora e Líder da Comissão Técnica de Controladoria e Contabilidade do IBEF-SP.

Soluções facilitadoras – Representando a CTI, Francisco Loschiavo disse que a empresa busca sempre contribuir com as discussões relativas ao ecossistema de finanças. Entre os soft skills importantes para a carreira dos executivos, destacou os aspectos técnicos e como a CTI disponibiliza soluções para as necessidades dos CFOs, entre as quais se destacam o planejamento, projeção e simulação de cenários. “A CTI foca em soluções de gestão de performance financeira sempre integrando o conhecimento de negócios com finanças. Oferecemos soluções que utilizam a ciência de dados para gerar modelos de projeção e simulação financeira, possibilitando prever cenários futuros e efetuar o recálculo de toda a cadeia produtiva com 26 bilhões de combinações em menos de dois minutos”, explicou.  

Reskilling –Questionada pelo moderador João Márcio sobre como explicar aos executivos mais novos o que seria reskilling, Célia Silvério disse acreditar que a melhor definição é a própria tradução: requalificação. Os profissionais devem estar atentos as novas demandas das organizações e assumir um maior protagonismo. “Além das questões técnicas, entram na carreira dos executivos, em geral, questões como empatia, comunicação, resiliência, atenção ao social etc…que podemos definir como human skills. Nos tornamos executivos de negócios, não apenas CFOs, que devem buscar resultados através de pessoas.” 

Mundo BANI – Ana Pliopas acrescentou que a  complexidade e a incerteza do contexto em que vivemos fez com que houvesse a “evolução” do mundo conhecido pelo acrônimo “VUCA” para  “BANI”: a volatilidade se torna fragilidade; incerteza, ansiedade; o mundo complexo se torna não linear; e a ambiguidade faz com que a sociedade se torne incompreensível. “Junto do olhar técnico, é necessário um olhar mais amplo para que se possa entender o que está acontecendo na organização, e também para entender e dar algum sentido ao que está acontecendo nesse contexto macro de mudança e tanta incerteza”, complementou a coach executiva e professora da FGV. 

Várias carreiras ao longo da vida – Magali Leite destacou a necessidade de uma requalificação no sentido de o profissional se reinventar, conciliando várias carreiras em um ambiente de constante mudanças. O profissional deve ser capaz de transitar em um ambiente colaborativo,  antecipar mudanças e ampliar as capacidades de comunicação. “Você terá várias carreiras ao longo da sua vida e não vamos nos aposentar tão cedo como antigamente. Então é necessária essa capacidade de se reinventar e conseguir conciliar várias carreiras enquanto você sobrevive nesse ambiente em constante mudança”, disse a CFO.. 

Pressão pela perfeição – Flávia Schlesinger acrescentou o fato de os profissionais sofrerem uma pressão do mercado pela perfeição, o que não é possível e até mesmo prejudicial. “Sofremos uma pressão grande para ser a pessoa perfeita, ter todos os soft skills necessários para esse cenário futuro. Porém deveremos fazer escolhas que passarão pelo reskilling que é aprender de forma rápida qual o soft skill ideal para cada momento da nossa carreira. Temos que priorizar, pois o mundo não nos permite ser perfeitos”, alertou. 

Ponto de chegada do conhecimento – Refletindo o ponto de vista acadêmico, Ana afirmou que o aluno busca conhecimento, mas leva consigo a consciência de que conhecimento é condição necessária, mas não suficiente. A aplicação prática do que foi aprendido é condição sine qua non do processo de aperfeiçoamento efetivo, que é perpétuo. “Quando você aplica o conhecimento, você reflete sobre o que aprendeu, sobre o que deu certo e o que deu errado, e aprende novamente. E essa postura de aprender o tempo todo – lifelong learning – é inerente ao tempo em que vivemos. Não existe ponto de chegada.” 

No caso específico do profissional de finanças, o CFO tem necessidade de uma interdisciplinaridade, uma visão que abranja questões de “gestão de pessoas, de relações interpessoais, socioeconômicas que o permita ter visão completa do negócio”.  

Impactos do reskilling – Flávia destacou que, há pouco tempo, a empatia não era uma soft skill muito mencionada. A volumetria de dados, a inteligência artificial e a tecnologia trouxeram a necessidade de novas atualizações e fizeram surgir novas funções. “Não existe mais um executivo de finanças somente com conhecimentos técnicos. Ele possui um viés tecnológico também e, mais importante ainda, habilidades humanas como a empatia e a colaboração. A horizontalidade que a tecnologia trouxe para dentro das organizações traz a necessidade de pessoas que colaborem além das suas funções. Esses são os impactos mais visíveis nas equipes e na gestão.” 

Magali ressaltou o contexto de diferenças geracionais e a convivência delas dentro da mesma estrutura organizacional, as possibilidades de networking que auxiliam o profissional no aperfeiçoamento fora das estruturas da organização e as habilidades comportamentais. “O profissional deve fazer atenção ao autoconhecimento e a necessidade de calibrar o emocional às circunstâncias”, frisou.  

Human skills – Célia Silvério destacou a importância do autodesenvolvimento e da aprendizagem, pois o profissional deve buscar autonomamente o conhecimento, ciente, parafraseando Flavia, de que não é possível ser perfeito. “Já foi o tempo em que se ficava esperando a grade de treinamentos da empresa. Isso não existe mais. Nós que devemos buscar nossa requalificação a cada dia. Não temos condições físicas de saber tudo. Devemos focar em algumas habilidades e competências, buscando o autodesenvolvimento e crescimento, que é o que as empresas esperam.” 

O que empresas buscam no CFO – Segundo Flávia Schlesinger, as empresas buscam e necessitam de mais diversidade e inclusão social que são chaves para a inovação, incentivando o pensamento criativo, o olhar diferente. “Quando mudamos um pouco os parâmetros ou a receita do recrutamento, conseguimos capturar essas pessoas que têm os soft skills, não necessariamente toda a técnica, mas que vale a pena as organizações investirem porque têm retorno.” 

O alinhamento com o propósito, a cumplicidade com a missão da organização é fundamental, segundo Magali Leite. Além disso é muito valorizado o profissional que “gosta de desafio, que sabe construir relações, ser criativo, ousado e flexível, capaz de construir um conceito mais amplo e holístico do negócio”.   

Carreira e futuro – Questionada por João Márcio, Ana Pliopas afirmou que para se diferenciar na carreira em um mundo de incertezas o profissional que queira permanecer no setor de finanças deve “aprender a aprender e aplicar”. Segundo a professora, conhecimento sem prática não traz utilidade. “É necessário aprender, refletir, relacionar com o que você sabe e aplicar”, afirmou. 

Ana acrescentou o autoconhecimento como fator relevante para o sucesso do CFO. “Com autoconhecimento você consegue se desenvolver, encontrar um ‘eixo’. Para que possa tomar as decisões nesse mundo disruptivo, você precisa estar centrado. Os seus valores influenciam como você tomará a decisão não só pessoalmente, mas também considerando a sua perspectiva como CFO, contribuindo para o negócio e o impacto que a organização gera”, concluiu. 

Ao final, foi realizada uma breakout session, isto é, um bate-papo no qual os speakers são divididos e reunidos em grupos menores. Esta inovação nos eventos do IBEF-SP permite que os participantes realizem interações e esclareçam dúvidas sobre o tema do evento diretamente com os palestrantes. Uma oportunidade única de aprendizado e troca de experiências para todos. 

O vídeo da live, com todos os assuntos abordados, ficará disponível para acesso exclusivo dos associados do IBEF-SP. 

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