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Diretoria Vogal: CEOs e CFOs demonstram otimismo moderado para 2022 com perspectiva de retomada econômica

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Executivos C-Level, atuantes em vários setores econômicos, voltaram a se reunir no dia 29 de outubro na penúltima reunião da Diretoria Vogal do IBE-SP em 2021. Durante o evento, patrocinado por PwC e SAP, CEOs e CFOs discutiram o panorama para o final de 2021 e de desafios e oportunidades para o próximo ano. 

Luciana Medeiros, presidente do IBEF-SP, e Luis Carlos Cerresi, 1º vice-presidente da Diretoria do Instituto, ressaltaram na abertura da reunião a relevância conquistada pelo IBEF-SP e sua recente exposição em veículos de imprensa com os resultados da pesquisa iCFO do 3º trimestre de 2021. “O IBEF tem se destacado como um apoio, uma bússola para as decisões do CFO”, destacou Cerresi. Meily Franco, vice-presidente responsável pelas Comissões Técnicas, apresentou a iniciativa inédita: IBEF Squad ESG, que reunirá executivos sêniores para discutir os efeitos da agenda ligada aos aspectos ambientais, sociais e de governança no ecossistema de finanças, com entrega de conteúdo relacionado para os associados. 

Jornada de inovação  Antes de os executivos da Diretoria Vogal iniciarem a tradicional rodada setorial,  Rui Botelho, COO na SAP Brasil, apresentou um panorama de como a companhia tem auxiliado a jornada de inovação de empresas digitais, incluindo vários “unicórnios” brasileiros, e a expansão de seus negócios no Brasil e exterior. “Nossos produtos em nuvem são grandes habilitadores da transformação digital”, afirmou Botelho. 

Tecnologia e serviços Iniciando a rodada setorial, o CFO da VIA/W, Alexandre Carriero, compartilhou suas perspectivas para 2022. Destacou que o macrocenário apresenta muitas incertezas relacionadas à retomada da economia, ao tenso clima político entre poderes, à reforma tributária, ao câmbio e aos ciclos tecnológicos. Segundo Carriero, “entre os empresários existe uma grande preocupação com a melhoria da eficiência das organizações, com a redução de custos e uma prioridade focada nas áreas de Telecom e TI”.  

Serviços de saúde – Gláucio Barros, CFO da MedSystems, relatou que durante a pandemia houve um movimento dos profissionais médicos em direção a realizar investimentos na abertura e reforma de clínicas com a aquisição de novos equipamentos. Diante desse cenário, Barros apontou alguns aspectos que geram dificuldades para o setor, como é o caso da elevada taxa de câmbio que aumenta o custo do produto vendido, uma vez serem importados, aumentando a necessidade de financiamentos para a manutenção do capital de giro. “Começamos a ver dificuldades grandes nesse mercado: taxa de câmbio subindo e mercado de financiamento fechando, principalmente para as novas clínicas e para os novos CNPJs”, apontou o CFO da MedSystems. 

Setor financeiro – O CEO do Scotiabank, Paulo André Campos Bernardo, destacou que os bancos são sensíveis a movimentos da economia, ao crescimento do PIB e à atividade industrial. Em 2021, o banco canadense apresentou crescimento e bons resultados no Brasil.  Bernardo prevê um ano de 2022 desafiador do ponto de vista do crescimento econômico, da taxa juros e de incertezas no cenário político. “Como player do setor financeiro, gostaríamos de ver o país crescendo de forma estrutural e sustentável. Isso só se atinge através com um equilíbrio maior entre a relação do estado com a economia. Infelizmente, mais um governo deve terminar não entregando as reformas que esperávamos acontecer. O próximo ano será de volatilidade, mas no qual esperamos crescer”, concluiu o CEO. 

Tendência Cloud  Paulo Mendes, vice-presidente global de finanças da SAP, apresentou os resultados da companhia no terceiro trimestre. Destacou o aumento da receita vinculada às soluções em nuvem, que atingiu 25% na Ásia, 28% na Europa e 14% nas Américas. Esses números estão correlacionados à imunização: “quem saiu na frente na vacinação acabou tendo uma retomada mais rápida do ponto de vista de receita”. Globalmente, Mendes destacou que muitas companhias de tecnologia anunciaram os resultados do Q3 nos quais se verifica um crescimento de 50% em novas vendas de produtos relacionados à cloud. “Esses são indicativos do tamanho desse mercado e de como ele tem crescido de maneira vertiginosa, muito acelerado por causa da pandemia”. 

Por fim, em relação às perspectivas para 2022, Mendes destacou como tendências: o business de plataforma – que permite fazer integrações, extensões e conexões de APIs –, a agenda ASG e o papel habilitador da tecnologia, a segurança cibernética, o equilíbrio na forma híbrida de trabalho e a falta de mão de obra que gera uma “guerra por talentos” e inflação nos salários.  

Temperatura dos benefícios corporativos – Helio Barone, CFO da Alelo, afirmou que com relação à concessão de auxílios alimentação e refeição, 2021 apresentou resultado positivo com a geração de empregos formais, observado na base de funcionários das empresas clientes. Todavia, o reajuste médio dos benefícios permaneceu aquém da inflação. 

No quesito mobilidade, Barone disse que ainda não se verificou o retorno completo de empregados ao trabalho, pois a emissão de vale-transporte está em patamar 15% inferior àquele pré-pandêmico.  Analisando, enfim, a situação dos tags automotivos, o diretor da Alelo afirmou que o movimento nas rodovias ainda não foi normalizado, “mas a utilização em shoppings centers já apresenta nível superior àquele anterior à pandemia, o que sinaliza um reaquecimento” Para 2022, segundo Barone, serão fatores-chaves para o retorno à normalidade nessa vertente: a segurança nos investimentos para a geração de emprego e a segurança de saúde pública.

Mercado de trabalho – A CFO do GI Group, Paula Raya, disse que os dados da empresa apontam para uma queda no desemprego. “Começamos a ver a cadeia de empregos se fortalecendo”, afirmou. Segundo Raya, em 2020 houve um boom de contratações, em especial no Q4, seguindo o movimento das grandes corporações que fizeram apelo a uma mão de obra temporária, que se sustentou em 2021. Para o final de ano, espera-se crescimento com o avanço da vacinação e a flexibilização das medidas restritivas à circulação.  

Por outro lado, a CFO destacou que alguns segmentos – como o agronegócio, hoteleiro, turístico, de saúde, de finanças, logística e comércio eletrônico – estão respondendo muito bem e apresentando uma retomada das atividades. “Por enquanto somente notícias boas, crescimento na ordem de dois dígitos, não só dentro GI Group, mas também nas empresas desse segmento (recursos humanos), inclusive com essas projeções positivas para 2022”, concluiu. 

Com relação à vertente de contratações de altos executivos, João Marcio Souza, CEO da Talenses Group, disse que o cenário de incertezas faz com que as empresas adiem os investimentos e os novos empreendimentos, o acaba impactando nas contratações do C-level. Segundo o CEO, nos cargos de alta liderança se verifica ainda “uma lenta recuperação com contratações de natureza voltadas à substituição e à reposição de posições”. Com relação à média gerência o mercado apresenta uma melhora em termos gerais, mas ainda em recuperação, enquanto o de posições de entrada está muito aquecido. Nos setores de tecnologia e digital, as contratações crescem vertiginosamente, mas o problema é que faltam candidatos. “Do ponto de vista do mercado de trabalho, o setor de Tecnologia é um mercado de candidatos, portanto, o desafio para as consultorias não é ter projetos e/ou vagas para trabalhar, mas sim, candidatos disponíveis para preencher a quantidade imensa de vagas que existem atualmente”, disse o CEO da Talenses Executive.

Preocupações na agenda e papel do CFO – Conselheiro de Administração do IBEF-SP e CEO da Deloitte, Altair Rossato, foi incumbido da síntese e das palavras finais da reunião. O executivo ressaltou que os executivos devem se conscientizar de que a pauta ASG é não apenas algo bonito, mas o correto a ser feito. A preocupação com o clima deve estar na agenda das empresas: “não adianta ser um excelente CFO e não ter um mundo decente onde viver”. Além disso, afirmou ser importante que os executivos tenham presente que os impactos de câmbio levam até três meses para refletir sobre os preços e que a situação que se apresenta é aquela de uma inflação de oferta.  

Diante desse cenário, Rossato afirmou que o CFO deve se preocupar com a proteção dos ativos da companhia e com a produção retraída que pode acarretar baixa produtividade e competitividade. É papel do CFO atuar como um driver da sociedade e enfrentar o grande dilema do país que se tornar competitivo.

“Se os CFOs e as empresas não continuarem investindo, teremos um problema de competitividade muito grande. A próxima década depende muito dos CFOs de hoje, que serão os CEOs de amanhã, que tomarão as decisões, como empresários e executivos, que influenciarão os rumos do país. A responsabilidade é nossa, como empresários, de transformar o país e trazer produtividade. É o momento de continuar fazendo investimentos e eu vejo algumas empresas inteligentes fazendo isso brilhantemente”, concluiu o CEO da Deloitte. 

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