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Tesoureiros corporativos apontam gerenciamento de caixa e liquidez, digitalização e ESG como prioridades no ano

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Em um ano de conflitos no plano internacional e indefinições sobre os rumos políticos e econômicos do Brasil, fazer a otimização do caixa e assegurar a liquidez para os negócios torna-se um desafio ainda maior para os tesoureiros corporativos.

Mesmo com todas as mudanças nos cenários global e doméstico nos últimos dois anos, alguns temas continuaram no topo da agenda desses profissionais, enquanto outros subiram nas prioridades. É o que revelou a primeira reunião da Comissão de Tesouraria e Riscos, realizada em 17 de maio.

Bruno Nespoli Damasceno, líder da Comissão e líder de Tesouraria Corporativa para a América Latina da Corteva Agriscience, foi responsável por conduzir a reunião online, que contou com um aquecimento (warm-up) sobre os rumos do câmbio na visão dos executivos presentes no encontro. A maioria dos participantes no encontro manifestou sua perspectiva do dólar em patamar entre R$ 5 a R$ 6 até o final do ano.

O líder apresentou os dados da pesquisa PwC’s 2021 Global Treasury Survey e realizou uma enquete online com os membros da CT para verificar as prioridades da Tesouraria de suas empresas para 2022 e as perspectivas para os próximos 12 meses.

Temas prioritários para os tesoureiros – A pesquisa PwC’s 2021 Global Treasury Survey foi realizada com tesoureiros de 340 companhias, provenientes de diversas indústrias ao redor do mundo.

O estudo identificou cinco prioridades para a Tesouraria no ano: 1- Parceria com as áreas de negócio (e como isso avançou na pandemia de covid-19 com a crise de liquidez); 2 – Aumentar a perspicácia digital (ir além da automação de processos com robôs e aprofundar o uso de inteligência artificial); 3 – Conduzir ESG (e como entra nos preços); 4 – Otimização do caixa (gerenciamento de liquidez); e 5 – Riscos financeiros (câmbio, geopolítico, entre outros).

Mauro Lucchini, head de Serviços Compartilhados da Volskwagen, compartilhou que os temas de ESG (ambiental, social e governança), incluindo questões como uso de créditos de carbono, e questões de fluxo de caixa livre (free cash flow – FCF) têm sido muito trabalhados pela multinacional do setor automotivo. Inclusive, no cenário pós-pandemia, a filial brasileira tornou-se benchmark para o grupo na otimização de FCF, dados os resultados positivos obtidos com antecipação de recebíveis e outras práticas.

Bruno Nespoli Damasceno observou que na Corteva, multinacional do setor agícola , os pontos de otimização de caixa e de parceria com as áreas de negócio vêm muito forte na região latina. A condução de ESG também é uma prioridade para a companhia no mundo.

Marcio Camargo, gerente financeiro da Melitta, empresa global de produtos relacionados à indústria cafeeira, destacou que a filial brasileira tem focado no tema otimização de Caixa e FCF, e que este processo tem sido chave e demandante face aos desafios de negócios, tendo em vista principalmente a inflação de custos entre outros drivers econômicos. Adicionalmente, há iniciativas de RPA (robotic process automation) em curso. ¨Essa parte de digitalização interessa a todos os tesoureiros. É preciso liberar mão de obra para dar foco às atividades que agregam mais valor¨.

Por sugestão de Camilla Aduan, a Comissão de Tesouraria poderá fazer com os seus membros um benchmark sobre os principais KPIs (Key Performance Indicator) aos quais os tesoureiros corporativos estão atentos.

Prioridades dos CFOs para a Tesouraria – Outro dado interessante revelado pela pesquisa da PwC é que, para os CFOs, os tópicos prioritários de Tesouraria são: 1- Financiamento e estrutura de capital; 2- Gestão de caixa e liquidez; 3 – Relacionamento com o negócio; 4 – M&A; e 5 – Tecnologia e inovação digital.

Bruno observou que os dois primeiros tópicos também lideraram o ranking nas edições anteriores da pesquisa, feitas em 2019 e 2017. ¨Então, nesse estudo global, que inclui empresas do Brasil, vemos o liquidity risk management extremamente forte como prioridade nas Tesourarias, tanto na visão dos tesoureiros quanto dos CFOs¨.

Termômetro da Comissão e perspectivas para 12 meses – Para aferir as prioridades dos tesoureiros ibefianos e definir os temas dos próximos encontros, o líder da CT realizou uma enquete em tempo real com o grupo.

A primeira questão indagou qual a prioridade da Tesouraria para as organizações em que os membros da Comissão atuam. O resultado foi: Gerenciamento de caixa e liquidez – 35% dos votos; Digitalização e inovação – 15%; Estruturação do ESG – 10%; Conexão com o negócio – 10%; Riscos (moeda, commodities, juros e inflação) – 10%; Excelência operacional/Transição para serviços compartilhados – 10%; Pessoas (contratação, treinamento, talentos) – 5% e Financiamento de curto e longo prazo – 5%.   

Com relação à maior preocupação dos tesoureiros para os próximos 12 meses, a maioria apontou o ambiente político – 40% dos votos. Na sequência, estão: Inflação – 20%, crescimento econômico – 13%, juros – 7%, crédito – 7%, pessoas qualificadas – 7% e temas regulatórios – 7%.

Mauro Lucchini adicionou como ponto de atenção as novas ondas de covid-19, que têm impactado as operações intercompany das multinacionais – o que reforça a importância do bom relacionamento com os bancos locais -, bem como o recebimento de pagamentos por parte de fornecedores chineses, sob a justificativa dos novos lockdowns. Cristiano Leão alertou que os impactos da pandemia também já foram utilizados por uma seguradora para justificar o não pagamento de sinistro.

Próximas reuniões – As reuniões da Comissão de Tesouraria e Riscos do IBEF-SP acontecerão mensalmente, com alternância entre os formatos online e presencial (está em estudo a possibilidade de híbrido). A CT conta com 102 membros atuantes em 100 empresas (46 multinacionais e 54 nacionais). É composta por tesoureiros, CFOs, gerentes, diretores, controllers, profissionais da área de tax, gestores de fundos, conselheiros, entre outros.

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