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Finanças em ordem com crédito em dia

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Crédito sempre foi um assunto que, por si só, gera muitas dúvidas e incertezas. Principalmente nos dias de hoje, em que, para se tornar mais competitivo, é necessário concedê-lo com grandes prazos ao cliente. Nesse cenário, é preciso ter em mente, quando se gerencia um negócio, a necessidade de um controle responsável para que as contas não saiam do previsto, o que nem sempre é fácil com as oscilações da economia e outras situações, como o não pagamento por parte de devedores. Planejar é a única maneira de evitar surpresas.

No que diz respeito às dívidas contraídas por clientes, é muito difícil saber quem deixará de honrar ou atrasará o pagamento. Para se proteger desse tipo de problema, o seguro de crédito é uma opção que deveria estar entre as prioridades de todo executivo da área financeira.

Na Europa e na América do Norte, esse tipo de seguro é muito difundido e amplamente adotado no meio empresarial. No Brasil, o número de empresas que se beneficia desse serviço ainda é bastante reduzido, levando em consideração o potencial do mercado. A falta de informação é o grande vilão causador dessa realidade em nosso cenário.

O seguro de crédito é uma modalidade que protege o negócio do contratante do risco de inadimplência e de atrasos nas vendas de produtos e serviços realizados a prazo. O não pagamento de dívidas é normalmente causado por insolvências, falências, ou até mesmo por descompromisso da parte desses devedores, embora esta última situação seja a mais incomum. Esse tipo de seguro pode ser aplicado tanto ao mercado interno quanto para exportações e importações.

A opção de seguro voltada para o mercado doméstico oferece cobertura para qualquer mora eventual, além de proteger a empresa no caso de insolvência por parte de algum cliente, em todo o território nacional.

O seguro à exportação, por outro lado, envolve fatores mais complexos em sua cobertura. Por se tratar de um serviço que engloba dois ou mais países nas negociações, a proteção que oferece, além de cobrir as corporações contra os riscos econômicos, como moras de qualquer natureza e insolvências, também oferece garantias contra riscos políticos e extraordinários, que são particularmente difíceis de se prever.

Além da tranquilidade que a contratação do seguro de crédito proporciona no gerenciamento de recebíveis, este também oferece uma maior segurança na hora de fazer vendas a prazo, isso sem acrescentar à transação um risco excessivo para a empresa. Esse fato ajuda a tornar a corporação muito mais competitiva em um mercado altamente concorrido como o de hoje.

Mesmo nas situações em que uma corporação não corre tantos riscos de sofrer com inadimplência e tem apenas um número reduzido de clientes que representem uma incerteza em relação aos recebimentos, as seguradoras de crédito oferecem também apólices de cobertura apenas para as transações com maiores chances de não serem saudadas, tornando opcional a cobertura da carteira completa de clientes da companhia. Assim, é possível para uma empresa contratar uma proteção sob medida para o próprio negócio, direcionando esforços e otimizando recursos.

Um bom motivo para pensar em uma apólice dessa natureza pode ser encontrada na seguinte situação: a margem de lucros de uma empresa é de 5% e um de seus clientes deixa de pagar um montante no valor de R$ 30.000. A referida corporação teria que realizar um volume de vendas adicional no valor de R$ 600.000 para compensar o lucro perdido.

Além dos benefícios já mencionados, existe um fator em especial que é bastante atrativo para o setor financeiro das empresas, no que diz respeito à tributação. O valor do prêmio pago nessa modalidade de seguro é dedutível do imposto de renda. Dessa forma, as companhias que optaram pelo regime de tributação pelo lucro real incluem como despesa o pagamento dos prêmios referentes ao seguro de crédito.

Outra vantagem que esse serviço traz para uma corporação é a proteção extra ao fluxo de caixa. Mesmo em situações de oscilação econômica, como no caso da recente crise de confiabilidade grega e a consequente insegurança em relação ao euro, contar com o serviço de seguro de crédito assegura a empresa de que o valor programado será recebido. Ou seja, atuando dessa maneira, tornam-se acessíveis à companhia negócios em que normalmente existiria certa apreensão, abrindo novas portas para a expansão antes limitada, principalmente no que se refere ao mercado exterior, fonte de maiores inseguranças e riscos.

As seguradoras de crédito também oferecem a seus clientes o acesso a um vasto banco de dados com informações atualizadas sobre a situação, tanto econômica quanto política, de empresas e nações. Por meio de uma detalhada análise de risco em diversos países do mundo, é realizado um estudo profundo sobre as informações de crédito, os dados financeiros das empresas, o comportamento da pontualidade de pagamentos e outros fatores.

Dessa forma, essas prestadoras de serviço orientam os clientes da maneira mais acurada sobre as operações comerciais que apresentam segurança e confiabilidade para serem realizadas. Essas análises também tornam a seguradora capacitada a calcular o limite de crédito ideal a ser tomado ou concedido, oferecendo inclusive uma assessoria para as cobranças. Esse serviço é realizado por profissionais experientes no relacionamento com as diversas culturas empresariais e com as legislações de cada país, evitando não apenas o desgaste na relação do devedor com a corporação, mas buscando a maneira mais respeitosa e ética para a solução do não pagamento. Dessa maneira, as empresas mantém o foco em seu core business, concentrando esforços em sua atividade principal.

As seguradoras, nesse contexto, estão ajudando a implantar e a desenvolver no meio empresarial brasileiro uma cultura de tomada de crédito consciente, fator que contribui para um menor número de endividamentos e ajuda o desenvolvimento e o crescimento econômico como um todo. O mais importante é que, dessa forma, o progresso se torna sustentável, o que representa uma boa prática de governança corporativa.

Com educação financeira e maior conservadorismo, é possível alcançar essa sustentabilidade. O conservadorismo ao qual me refiro é, na verdade, quanto à capacidade de compra em relação ao cliente – por exemplo, em uma operação onde há um fluxo de pagamentos de 90 dias e o ciclo de recebimentos é de 120 dias. Nessa situação, há um descasamento de caixa na operação, que precisa ser suprido.

Existem somente duas maneiras de suprir essa necessidade de caixa: ou utilizando recursos próprios ou tomando empréstimos financeiros em bancos. A segunda opção nem sempre é a melhor saída para a empresa. Nesse caso, o mais correto seria adequar o fluxo financeiro de maneira que se concentrem os ciclos de pagamento e recebimento. Uma forma de fazer isso seria acertar o prazo com o fornecedor.

Essa é apenas uma das possíveis situações que poderiam ser evitadas com uma cultura de crédito mais consistente, e com um melhor aproveitamento das prestadoras de serviços dessa área. Cabe às seguradoras de crédito criar ferramentas educacionais que elucidem as dúvidas, apresentem novas possibilidades e proponham um diálogo aberto com os executivos do setor financeiro.

O Brasil é um país com grande potencial de crescimento para negócios em geral, e não tirar proveito das oportunidades oferecidas por conta de um mau uso do crédito disponível, ou por falta de conhecimento, seria um grande erro para qualquer executivo ou empresário. Principalmente quando utilizando esses recursos é possível crescer de maneira sustentável e conquistar melhores resultados financeiros para as corporações.

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