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SÃO PAULO – O novo corte de 0,5 ponto percentual da Selic (taxa básica de juro) realizado pelo Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) esta semana trouxe a taxa para 10,5% ao ano. O corte marcou a quarta redução consecutiva e os analistas econômicos esperam pelo menos mais uma redução de 0,5 ponto percentual, o que deve impactar na rentabilidade dos títulos de renda fixa.
Neste cenário, o diretor-geral no Brasil da gestora de fundos imobiliários Selecta, José Macedo, aponta que os fundos de investimentos imobiliários se tornam uma boa oportunidade para os investidores, já que a rentabilidade proporcionada por eles não sofre impactos com a queda da Selic. “De um modo geral, os fundos proporcionam uma renda maior do que a Selic. E, se ela diminui, a rentabilidade dos fundos não é afetada”, aponta Macedo.
O executivo lembra que quem investe nesses fundos pode conseguir a rentabilidade de duas maneiras: por meio das receitas de aluguéis, que são divididas e distribuídas igualmente entre todos os cotistas, e também com a valorização da própria cota, definida pelo mercado.
Mas, mesmo com boas perspectivas de valorização, o investidor deste fundo deve ter visão de longo prazo. “O investimento em imóvel deve ser sempre visto como de longo prazo. Não se deve entrar neste tipo de aplicação pensando em sair dentro de um ou dois anos”, aconselha.
Vantagens
O diretor da Selecta afirma que uma das principais vantagens dos fundos imobiliários é o fato do investidor conseguir exposição a um portfólio bastante diversificado de ativos deste segmento. “Você pode investir em fundos que tenham escritórios em regiões centrais da cidade ou galpões em locais importantes, com uma grande diversidade de locatários”, afirma.
Macedo também ressalta o fato de haverem profissionais qualificados por trás das transações. “Quando você compra cotas de um fundo, sabe que ele é gerido por profissionais que entendem do mercado”, ressalta Macedo.
Outro ponto positivo dos fundos imobiliários é a isenção de imposto de Renda sobre os rendimentos.
Entretanto, para que haja esta isenção, é preciso que alguns pré-requisitos sejam cumpridos. Em primeiro lugar, o investidor pessoa física deve deter menos de 10% das cotas do fundo. Além disso, o fundo deve possuir, no mínimo, 50 investidores e precisa ter suas cotas negociadas em bolsa de valores.
Riscos
Como qualquer tipo de investimento, os fundos imobiliários também possuem certo grau de risco. Na última quinta-feira (19), por exemplo, a gestora de fundos imobiliários Brazilian Mortgages publicou fato relevante informando o mercado sobre ação de despejo contra o Hospital da Criança, que é inquilino de seu fundo imobiliário.
De acordo com a gestora, o Hospital da Criança não efetuou o pagamento da parcela do aluguel referente ao mês de dezembro de 2011, vencida no dia 10 de janeiro de 2012.
O vice-presidente do Ibef (Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças) e autor do livro “Imóveis, Seu Guia Para Fazer da Compra e Venda um Grande Negócio”, Luiz Calado, afirma que um dos principais riscos em caso de inadimplência é o fato de o investidor não receber o rendimento proveniente do aluguel. “Se o fundo não recebe o valor do aluguel, a consequência imediata é que o cotista também deixará de receber o seu rendimento”, pontua.
Outro ponto que pode pesar para o investidor, segundo Calado, é um reajuste para baixo do valor das cotas do fundo. “O valor da cota é calculado pela expectativa de rendimento que o fundo oferece. Se acontece um problema desses, as cotas podem acabar se desvalorizando”, explica o especialista.
E foi isso mesmo que aconteceu com as cotas do fundo Hospital da Criança. Na última semana, o valor da cota recuou 21,27%, sendo que, só nesta sexta-feira (20), a desvalorização foi de 12,56%.
Entretanto, segundo o diretor da Selecta, este tipo de problema só acontece em casos extremos. “Existem inúmeras medidas que a gestora pode tomar antes, negociando com o inquilino, para evitar o extremo de uma ação de despejo”, conclui Macedo.
Fonte: infomoney.com.br