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Saiba se é hora de investir em dólar e o que fazer em caso de viagem

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Sophia Camargo
Do UOL, em São Paulo

O dólar tem variado muito nos últimos dias. Na quarta-feira (12), o dólar fechou com o maior valor em mais de quatro anos. Mas que fique bem claro: dólar não é investimento. Só deve comprar a moeda quem vai ter uma despesa na moeda como fazer um curso fora, viajar, comprar produtos.

Fazer investimento em dólar é arriscado, mesmo porque ainda não há uma tendência clara do que vai acontecer com a moeda, afirmam especialistas ouvidos pelo UOL.

“O dólar já não é mais a potência que era. Os Estados Unidos já se mostraram bem vulneráveis às crises”, afirma Luiz Calado, vice-presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF).

Segundo o economista, os Estados Unidos têm uma inflação de 2% ao ano. “Assim, se você tinha US$ 1.000 em janeiro de 2000, em janeiro de 2001 já havia perdido 2% do valor de compra. De 2000 a 2010, os 2% já se transformaram em 20% de perda.”

Para Calado, um substituto mais lógico para o dólar seria o ouro, já que teoricamente é um ativo que não se desvaloriza. Os estrangeiros têm procurado o ouro como reserva de valor. “Em Dubai, existem umas máquinas em que você coloca o dinheiro e saem as barrinhas.”

Para quem vai ter despesas na moeda no futuro, o dinheiro poderia ser aplicado num fundo indexado ao dólar ou euro. “A situação na Europa também não está boa, mas se vai ter gastos na moeda, é melhor ter a proteção”, diz..

Na opinião de Marcos Crivelaro, professor de Finanças da  Fiap, a tendência da moeda norte-americana é de alta, ao menos até agosto. “O Brasil está com muita demanda pela moeda, o brasileiro está cada vez mais gastando no exterior.”

Ele diz acreditar que os gastos poderiam ser feitos no cartão de crédito e pagos na fatura mais adiante, passadas as férias.

Vale lembrar que os gastos no cartão de crédito são contabilizados pelo dólar da data do fechamento da fatura, e não pela cotação da data da compra. Os gastos em moeda estrangeira no cartão de crédito também têm incidência de 6,38% de IOF.

O professor aconselha a utilização do cartão de crédito, nesse caso, porque acredita que a moeda estará com um valor menor depois de julho. Trata-se, portanto, de uma aposta.

Uma outra sugestão do professor seria ir comprando a moeda aos poucos, para diminuir o risco. “Se o dólar aumentar muito, a pessoa não sofre uma ‘paulada’ só.”

Opinião diversa tem o coordenador do Centro de Estudos em Finanças da FGV, William Eid. Para ele, é melhor fechar toda a compra de câmbio agora do que ficar sofrendo com medo de não conseguir fazer a viagem depois.

Ele aconselha colocar o dinheiro no cartão de débito internacional, para não carregar os valores em dinheiro vivo. Para esse tipo de operação, o IOF é de 0,38%. “Se você está se arrancando os cabelos porque o dólar está subindo, vai lá e compra tudo. Feche todo o câmbio agora. Pague e vai dormir.”

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