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Data: 22/09/13 | Veículo: Web Diversos | Editoria: dcomercio.com.br
A perspectiva da volta de fluxo de recursos para a bolsa e o novo fôlego nos mercados com a continuidade dos estímulos à economia americana, decidido na última quinta-feira pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), têm potencial para reabrir as captações via ofertas públicas inicias de ações (IPO, na sigla em inglês) no País ainda este ano. São esperadas três operações, com potencial para movimentar juntas R$ 1,5 bilhão. As possíveis candidatas são Ser Educacional e Grupo Anima, do setor de educação, e Sascar, de tecnologia.
O martelo será batido nas próximas semanas, uma vez que restam duas janelas para captações em 2013. É possível que as três operações aguardadas ocorram já na próxima janela, entre setembro e outubro, para a qual as empresas devem utilizar os números do segundo trimestre. Neste momento, conforme um executivo, os analistas estão em conversas com investidores para ter uma ideia de preço para as ofertas.
“Num contexto de cautela com emergentes, as notícias mais recentes de Brasil versus concorrentes diretos, como o México, têm sido melhores. Se essa tendência persistir, possivelmente teremos empresas acessando a bolsa ainda este ano”, diz o CEO do Itaú BBA, Jean Marc Etlin.
Além da Ser Educacional, Grupo Anima e Sascar, estão registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) os IPOs das empresas de locação de veículos Ouro Verde e Unidas que, conforme fontes, devem aguardar um cenário mais propício. No âmbito das ofertas subsequentes (follow on), também há espaço. Entre as candidatas, Klabin e Via Varejo estão na expectativa de “melhores condições do mercado”. A “clara melhora” do mercado recentemente já tem possibilitado, segundo Fábio Nazari, responsável pela área de Mercado de Capitais – Ações do BTG Pactual, mais aceitação para se falar de Brasil para os investidores estrangeiros, algo que era impossível há cerca de dois meses.
Em 2013, as ofertas de ações movimentaram R$ 17 bilhões, montante superior a todo o registrado no ano passado (R$ 14 bilhões), conforme a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). O volume foi inflado pela abertura da BB Seguridade, holding que concentra os negócios de seguros do Banco do Brasil, que, sozinha, levantou quase R$ 11,5 bilhões.
Novos instrumentos – Ao longo deste ano, algumas ofertas contaram com novos instrumentos que garantiram o sucesso das operações. Um exemplo: a Biosev, subsidiária da Louis Dreyfus, deu a possibilidade de o investidor que participasse do IPO adquirir uma opção de venda para, no caso de as ações caírem, vendê-las posteriormente. Além dela, a oferta da CPFL Renováveis tinha, além da tradicional garantia de liquidação, um instrumento de garantia firme de colocação do BTG Pactual.
Embora esses casos sejam específicos, Fabíola Augusta de Oliveira Bello Cavalcanti, do escritório Barbosa, Müssnich & Aragão Advogados, diz que é natural que o mercado se “reinvente”, estimulado pela necessidade do emissor de captar recursos em um momento de cenário pouco favorável. “A criação de mecanismos legais para manter a oferta atrativa para o emissor pode ser uma tendência.”
Ofertas em 2014 – O calendário dos IPOs no próximo ano deve depender das eleições presidenciais e da Copa do Mundo. Janeiro pode ser um mês carregado de ofertas, numa continuidade à janela de dezembro, segundo o gerente executivo da diretoria de mercado de capitais e investimentos do Banco do Brasil, Bernardo Rothe. “Será uma janela importante para o mercado.”
A janela de janeiro pode ser, conforme especialistas, uma continuidade da última abertura para captações de 2013 que inicia no final deste ano, com os dados do terceiro trimestre. No entanto, o mercado ainda está em compasso de espera das ofertas que ainda podem sair em 2013.
O diretor-gerente do Bradesco BBI, Renato Ejnisman, diz que ainda é cedo para se falar sobre ofertas em 2014. “Se a agenda de infraestrutura começa a se delinear e passamos a ter menos ruído no cenário global, incluindo a política monetária dos Estados Unidos e o crescimento chinês, podemos ter um cenário favorável para grandes ofertas em 2014, mas ainda com seletividade e sensibilidade de preço”, avalia.
Ainda que o calendário de 2014 desacelere o ritmo de captações via ações, Marco Castro, vice-presidente da diretoria executiva do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças
(Ibef-SP) e sócio da PricewaterhouseCoopers, não acredita na interrupção das ofertas. Neste ano, no entanto, várias empresas desistiram da ideia de abrir capital da bolsa brasileira. Entre elas, estão a companhia aérea Azul, a Votorantim Cimentos, Vix Logística e Cedae, empresa estatal de saneamento do Rio.
Entre os setores mais promissores para aumentar sua participação na bolsa em 2014, segundo Castro, estão infraestrutura, saúde e educação. Alguns nomes já cogitados no mercado são o Grupo Multi, dono de marcas como Wizard e Microlins, o Cruzeiro do Sul Educacional, a Lego Zoom, que representa no Brasil os kits educacionais da Lego. Candidatos como Azul, que já tentaram abrir capital em outras oportunidades, também podem voltar em 2014. Quem também estará pronta para ir a mercado no próximo ano é a NetShoes.
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