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O papel do orçamento empresarial torna-se mais preponderante em um cenário de baixo crescimento econômico e maior pressão de custos.
Dois experientes gestores elencaram os fatores críticos para o sucesso do budget durante o café da manhã “A importância do orçamento em economias estagnadas” realizado na segunda-feira (27), na sede do IBEF.
Mário Anseloni soma mais de 25 anos de experiência em gestão empresarial, incluindo a presidência da Itautec e da HP Brasil. Ivo Romani, por sua vez, já exerceu o cargo de CFO nas empresas Simpress, Ceva Logistics, Convergys e HP, acumulando três décadas de vivência na área financeira. Atualmente, os dois são sócios na consultoria IN.business.
O orçamento empresarial, por definição, reflete os compromissos da empresa – através de sua estrutura diretiva – de geração de valor para os seus stakeholders (acionistas, clientes, sociedade) durante um determinado período de tempo.
Os palestrantes elencaram fatores críticos de sucesso para que a organização tenha um bom plano orçamentário. Eles estão divididos em três etapas.
Preparação
A primeira parte é o premissamento, ou seja, estabelecer as premissas com base em uma análise do contexto macroeconômico, microeconômico do setor de atuação e das reais capacidades que a companhia possui – para determinar metas atingíveis.
O segundo, dentro da preparação, é a qualidade dos dados e das informações que se possui em relação à empresa e ao mercado.
Elaboração
Na segunda etapa, existem dois pontos fundamentais. O primeiro é comprometimento e envolvimento das pessoas da estrutura gerencial e diretiva na preparação do plano orçamentário.
O segundo é estabelecer metas que sejam possíveis de serem alcançadas pela organização, métricas viáveis.
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a“Não adianta dar um objetivo intransponível porque em vez de motivar as pessoas, você terá o efeito contrário: o cara já vai entrar derrotado dentro de campo, achando que vai perder o jogo”, ressaltou Mário Anseloni.
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Implementação
Nesta etapa final, há dois fatores importantes. O primeiro é o alinhamento. A empresa como um todo (do topo ao chão de fábrica) precisa entender o que significa sucesso para a organização, ou seja, quais as metas que precisam ser alcançadas. Dessa forma, todos estarão motivados a buscar esse sucesso através das métricas estabelecidas no plano orçamentário e, posteriormente, recompensados por meio do sistema de remuneração.
O último fator é monitorar os resultados. Acompanhar, no dia a dia, a evolução da capacidade da empresa de atingir suas metas, por meio dos processos de execução por área e das ações necessárias para a correção de rota.
Correção de rota
Mas o que fazer quando a organização ou a unidade de negócios não está conseguindo alcançar as metas estabelecidas? Ivo Romani destacou que o sistema mais utilizado para corrigir os desvios são os forecasts mensais.
Durante o forecast, o gestor local tem a oportunidade de atualizar a companhia sobre os resultados, baseado no que está acontecendo na atualidade. Por exemplo: alteração de receita ou algum ajuste em custo que não foi colocado no budget. “Também é uma chance de ajustar os objetivos, de forma a dar mais clareza para o orçamento daquela unidade de negócio”, destacou o consultor.
No caso do stretch – quando o orçamento é ajustado pela matriz, impondo metas mais ousadas – Romani aconselha que o gestor local evite uma postura negativa.
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“Se dá para alcançar, muito bem, você faz um plano sobre como vai alcançar o stretch e envia para o seu chefe lá fora. Se não der para alcançar, de novo, eu acho que você tem que colocar as dificuldades, as oportunidades e apresentar até onde você poderá alcançar”.
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Romani alertou que isso precisa ser esclarecido sempre no começo do período e não no final.
“Você já deixa avisado à matriz até onde você pode ir. Você vai tentar aquilo que pode não conseguir, mas sempre mostrando isso com números, mercado, custo, com o objetivo de não prejudicar a tua performance como gestor local. É negociar, sempre de um modo positivo.”