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Esgotamento do modelo de crescimento baseado no consumo e contenção de gastos públicos abrem duas possibilidades para o país voltar a crescer: exportações e investimento privado
Quando a economia brasileira começará a se recuperar? Na avaliação do economista Raul Velloso, especialista em finanças públicas, a chave para essa questão está na velocidade de resposta das exportações e dos investimentos privados.
“Não será consumo porque, primeiro, o modelo de consumo se esgotou; então não adianta mais insistir. Se tentar, é besteira. E, por último, porque a contenção do consumo passa a ser parte do processo de ajuste fiscal, pois muito do consumo depende do gasto público. E se você contém os gastos, você contém o consumo”.
Para o economista, a primeira variável para o início da recuperação econômica está nas exportações. A explicação é lógica: a recessão gera a depreciação da moeda e o câmbio favorável resulta em maior rentabilidade para as vendas no exterior. A força desse impulso depende, contudo, da velocidade de reação e do aquecimento do mercado internacional para a compra de produtos brasileiros.
A segunda e mais decisiva variável, segundo Velloso, é a demanda de investimentos. Após o impulso das exportações, ela terá o papel complementar de trazer a economia brasileira de volta ao seu ponto de partida, ou seja, sair da estagnação.
Essa importante fonte de demanda para reativar a economia dependerá, contudo, do setor privado. “Não adianta pensar que é o Governo, pois ele não tem condições, está fazendo o ajuste. Então não é ele quem vai investir; ao contrário, ele está segurando investimentos. Então, (a fonte) tem que ser o investimento privado”.
Se a resposta das exportações e dos investimentos são cruciais para a velocidade de recuperação, criar um ambiente favorável para o protagonismo do setor privado é condição necessária. “O papel do Governo é muito importante porque muito do investimento privado depende dele, como na área de concessões de infraestrutura que serão a “bola da vez” para a recuperação dos investimentos. Se o Governo atrapalhar, esse investimento não anda. Se ele não atrapalhar, ele anda”, completa Raul Velloso.
Conteúdo extra
Está disponível em nosso site o material da apresentação realizada pelo economista no CFO Forum 2015. Ouça o comentário de Raul Velloso no canal do IBEF SP no SoundCloud: