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O controller em 2020

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Profissionais com perfil T-shaped e visão integrada sobre pessoas, processos e sistemas serão cada vez mais requisitados pelas organizações.

Tamara Dzule, líder da Comissão de Controladoria e Contabilidade, apresenta os painelistas.
Fotos: Mario Palhares/IBEF SP

O que esperar do papel controller nos próximos cinco anos? Esta foi a grande questão colocada no seminário “O Controller em 2020”, realizado pela Comissão de Controladoria e Contabilidade. O evento aconteceu nesta terça-feira (10), na sede do IBEF SP.

2020 pode parecer um futuro não tão próximo, mas já estamos a menos 20 trimestres de distância, alertou a líder da Comissão, Tamara Dzule. Ela deu boas-vindas aos participantes e enfatizou a importância do tema.

“É hora de começarmos a nos preparar para essa realidade. Por isso, convidamos executivos que poderão nos dar ideias sobre como nos organizarmos para essa jornada”, destacou Tamara.

Três pilares

A visão integrada entre os três pilares que sustentam a posição do controller foi o foco das discussões. O pilar “pessoas” foi representado por Carlos Brito, diretor de RH da Monsanto. Para falar de “processos”, foi convidada a CFO da Elektro, Simone Borsato. E, na esfera de “sistemas” e tecnologia, o CFO da Totvs, Alexandre Mafra.

Luciana Medeiros, vice-presidente técnica do IBEF SP e sócia da PwC, foi responsável por mediar o painel. Luciana destacou que o controller é visto tradicionalmente como o guardião dos dados da organização. Contudo, seu papel também passou por transformações ao longo do tempo.

 

“O controller precisa atuar cada vez mais como parceiro do negócio, junto às áreas operacionais e comercial”, apontou Luciana.

 

Pessoas

Coube a Carlos Brito, diretor de RH da Monsanto, comentar sobre a transformação desse perfil.  Brito destacou que não é preciso esperar por 2020, pois as empresas já buscam profissionais com esse novo perfil e competências hoje.

Brito enfatizou que é importante entender o contexto empresarial VUCA – sigla para volatilidade, incerteza (uncertainty), complexidade e ambiguidade.

“O que queremos hoje é aquele profissional que consegue sobreviver a esse ambiente, entende o contexto mais amplo no qual a organização está inserida e se desenvolve rapidamente para liderar”, observou Brito.

O profissional T-shaped, perfil que combina a profundidade do conhecimento técnico com o conhecimento abrangente sobre as outras áreas, ganhará cada vez mais importância. Assim, entender o negócio, estar conectado às necessidades da organização, trabalhar pela melhoria de processos e desenvolver a habilidade de liderança são competências que apontam o futuro da profissão, completou Brito.

Processos

Simone Borsato, CFO da Elektro, comentou os processos considerados críticos para o desenvolvimento das atividades do controller, recorrendo a exemplos vividos na empresa. Mapeamento de riscos, atenção ao ciclo de planejamento estratégico, propor um orçamento desafiador (que engaje os colabores) mas também realista (que possa ser entregue), foram alguns dos processos destacados pela líder de finanças.

A CFO chamou atenção para o acompanhamento de resultados, feito em reuniões mensais, com a divulgação dos targets e medidas de correção de rumo para os colaboradores. O mapeamento de novos cenários de risco e oportunidade, hoje sob o guarda-chuva da controladoria, tem seus impactos atualizados mensalmente no planejamento financeiro.

Por se tratar de uma empresa de capital aberto, o processo de divulgação de resultados também ganha extrema importância para a Elektro, em especial no que se refere ao timing e a acurácia dos dados. Todas as áreas são envolvidas e se comprometem para que esses objetivos sejam alcançados.

“Não adianta ter processos robustos sem pessoas engajadas e competentes para fazê-los sair do papel. Por isso, outro ponto crítico é a escolha do time que vai tocar esses processos”, afirmou Simone.

Sistemas

O CFO da Totvs, Alexandre Mafra, destacou como a tecnologia provocará transformações no papel do controller. Ele refletiu que, no passado, o uso da tecnologia estava restrito a algumas áreas da empresa e ali a informação ficava concentrada. Portanto, o papel do controller como guardião da informação tornou-se essencial. Hoje, porém, esse cenário mudou radicalmente. A informação se dissemina de forma muito mais ampla e rápida.

Olhando para frente, apontou Mafra, vamos utilizar tecnologia nas empresas com a mesma naturalidade que hoje nossos filhos fazem uso dela no dia a dia. O ambiente será cada vez mais colaborativo e as informações mais disponíveis a tempo e a hora. Os sistemas proporcionarão fechamentos dos resultados muito mais rápidos nas organizações, com informações claras e assertivas ao alcance da mão.

Esperar o fim do mês para obter informações sobre os resultados da companhia e agir sobre isso, será uma “exumação de cadáver”, brincou Mafra, ressaltando que esse acompanhamento será feito no dia a dia, pois a informação estará muito mais acessível e disponível.

“O controller será um profissional muito mais analítico. Ele não deterá a informação, como no passado. Ele vai direcionar a empresa, com base na análise de dados, e apontar caminhos futuros”, ressaltou Mafra.

O CFO alertou sobre novos riscos que deveriam estar no radar das empresas, como o vazamento de informações confidenciais, e pontuou que existe o desafio da adaptação. ”Precisamos mudar nossa forma de agir, pensar e efetivamente tratar dados e informações”.

Ouça aqui as entrevistas com os painelistas do Seminário “O Controller em 2020” e a líder da Comissão de Controladoria e Contabilidade, Tamara Dzule.

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