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Recolocação: o grande desafio em ano de crise

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CARREIRA

 

Por Ricardo Rocha, gerente executivo da Michael Page.

 

 

Perder o emprego é sempre uma situação indesejada e impensável para todo e qualquer profissional, independente da posição ou segmento. Embora nenhum executivo espere estar nessa condição, ultimamente temos observado o fantasma do desemprego rondando nossa rede de relacionamentos. Mas, e se ele, por acaso, chegar até você?

Veja algumas dicas que podem ajudar a tornar o processo de retorno ao mercado de trabalho menos traumático e doloroso:

1) Posicionar-se corretamente no Linkedin

Quanto mais ativo o executivo é no Linkedin (fóruns, grupos de discussão, indicações de vagas), mais fácil é descobrir caminhos e conexões interessantes, que podem funcionar como uma ponte para uma oportunidade profissional.

Solicitar uma apresentação por meio de um contato é mais efetivo do que abordar diretamente um profissional fora de sua rede.  Principalmente em posições mais seniores, as indicações e abertura de relacionamento através do contato correto, evitam exposições desnecessárias, e ao mesmo tempo, geram maior eficiência.

Cuidado também ao se candidatar para todo tipo de vaga, principalmente vagas com escopo menor ou para as quais não tenha os requisitos necessários, apenas para abrir um contato com RH/requisitante: isso pode sinalizar desespero ou até mesmo falta de confiança no real interesse do profissional.

2) Cultivar o networking

Manter o networking ativo não pode ser uma prática apenas em momentos de desemprego ou dificuldade. Na verdade, a maneira como o executivo se porta nos bons momentos profissionais em relação a sua rede de relacionamentos poderá determinar a ajuda ou indicações que receberá quando estiver enfrentando uma situação assim.

Caso o executivo necessite reativar seu networking, deve num primeiro momento dividir sua situação com pessoas do círculo mais próximo. Sair disparando contatos para pessoas que não são próximas pode ser inócuo e “queimar” um contato potencial.

3) Investir em especialização

Do ponto de vista dos recrutadores/empresas, é importante perceber se o profissional se mantém atualizado durante o período em que estiver buscando recolocação. Procure investir em especializações que possam complementar seu conhecimento ou que supram algum “gap” profissional.

4) Olhar para outros setores

O período de transição profissional pode ser um bom momento para pesquisar a fundo sobre outros setores aos quais tenha interesse em trabalhar, e quais são os requisitos/conhecimentos necessários, desde que o executivo tenha claro no que esta mudança irá agregar em termos de carreira/futuro. Vale ressaltar que para uma recolocação é sempre mais fácil buscar oportunidades onde o profissional já tenha “know how”/experiência.

5) Abrir o próprio negócio – empreender

A decisão de empreender não pode ser somente uma consequência de um desligamento do profissional. Apesar de o momento ser propício para mudar o rumo de carreira, deve ser uma decisão planejada, com um plano de negócios claro, para evitar uma frustração ainda maior caso o negócio não dê certo. Não é recomendável gastar dinheiro indevidamente em um momento onde o profissional precisa planejar suas reservas financeiras.

Por outro lado, para executivos que já cultivavam esse pensamento, pode ser o momento ideal para dedicar-se integralmente a um projeto empreendedor, já que muitos negócios também fracassam prematuramente, quando não há tempo nem dedicação suficientes.

6) Frequentar eventos

Esta á uma excelente ação, complementar ao networking. Participar de eventos e palestras relacionados à sua área de atuação, permite que o profissional se mantenha atualizado e com possibilidade de acesso a outros executivos que não façam parte de sua rede de contatos.

7) Procurar headhunter

É muito importante manter contato com headhunters pelo fato desses profissionais terem acesso às principais vagas do mercado, que muitas vezes não são divulgadas publicamente. Por outro lado, cabe o mesmo princípio do networking: a construção do relacionamento com um headhunter ao longo do tempo é mais efetiva do que a procura somente em momentos de desligamento, afinal, quanto mais familiarizado o headhunter estiver sobre sua carreira/experiências, maiores as chances de considerá-lo para um projeto alinhado com seu perfil.

Procure ser objetivo nos contatos (lembre-se que um HH analisa diversos profissionais por dia) e não ser insistente ou repetitivo nas abordagens. A entrevista pessoal é muito mais adequada para explicar detalhes de sua carreira do que um e-mail.

8) Observar oportunidades em outros estados/países

Decisões que envolvem questões pessoais também precisam ser muito bem avaliadas para que não sejam precipitadas e motivadas pelo desemprego. Obviamente, cada um sabe o quanto o lado financeiro pesa em um momento como esse, mas vale sempre considerar a questão de adaptação (própria e da família) a uma nova cultura.

Uma recolocação mal planejada e curta pode ter impactos negativos no currículo do profissional. De qualquer maneira, é um momento onde o profissional deve estar mais aberto e atento para essa alternativa, que pode representar uma oportunidade de carreira diferenciada, que irá torna-lo um profissional mais completo: que toma riscos, que não se acomoda, que busca o novo e maior capacidade de adaptação.

Neste momento, ter bastante clareza dos seus objetivos futuros, seja em uma mudança de setor, carreira ou até mesmo na abertura do próprio negócio, é imprescindível. O importante é ter resiliência e se posicionar corretamente nessa etapa.

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