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CARREIRA
Por Ricardo Rocha, gerente executivo da Michael Page.
Desde o início do ano, com o desencadeamento da crise econômica e da alta do dólar, o Brasil se tornou um lugar bastante atrativo para fundos de Private Equity. As boas oportunidades de negócios no País estão atraindo o interesse de investidores nacionais e estrangeiros. Com a possibilidade de aquisições, os fundos de investimentos precisam reforçar suas equipes, especialmente no alto escalão, para dirigir os novos negócios.
Os dados internos da Michael Page indicam que um em cada quatro profissionais do setor financeiro está disposto a trabalhar para fundos de investimentos neste ano. Esse mercado tornou-se uma opção para executivos que tradicionalmente fizeram carreira em bancos e em outros setores, como infraestrutura. Os bancos, por causa da crise, têm reduzido os bônus volumosos e as oportunidades de crescimento, o que estimula a migração desses profissionais para os fundos de investimentos.
Por consequência deste cenário, as empresas investidas também aparecem como uma ótima opção para executivos de finanças, que desejam adquirir uma experiência mais voltada para negócios e resultados, normalmente com escopo mais abrangente. É muito comum que os fundos busquem profissionais oriundos de grandes empresas, para assumirem a cadeira de número 01 de investidas, pelas habilidades em implantação de processos, governança e principalmente reporting e análises de resultados, uma vez que normalmente precisam intermediar a relação entre a antiga gestão e os novos controladores.
As posições mais demandadas são Associate/Vice-Presidente (VP) e Business Development para os fundos, e CFOs para as investidas
Outra questão importante neste contexto é a remuneração: normalmente são posições que trazem uma remuneração fixa mais baixa que a média de mercado, mas com remuneração variável e incentivos de longo prazo mais atrativos. No caso das posições nos próprios fundos, o executivo que opta em participar de um processo seletivo, já considera a pedida salarial 30% inferior ao que era oferecia há pouco tempo, uma vez que o mercado de trabalho está preenchido de bons profissionais e a disputa por uma vaga fica bem mais acirrada.
As posições mais demandadas são Associate/Vice-Presidente (VP) e Business Development para os fundos, e CFOs para as investidas. Essas vagas exigem um perfil sênior com experiência e visão estratégica, além de forte relacionamento no setor. Os executivos que estão buscando fazer essa migração são oriundos dos segmentos bancário, de infraestrutura, agronegócio, bens de consumo e varejo.
O profissional deve estar atento, contudo, para a adaptação às novas funções. A adequação depende muito da área e da forma de atuação anterior. As novas atribuições variam bastante de um fundo de investimento para o outro, que podem ser mais agressivas ou conservadora no ambiente de trabalho. Nos fundos, os executivos tendem a ter uma rotina mais cadenciada e analítica nos projetos do que teria em um banco.