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Seminário do IBEF Jovem abordou conselhos práticos para uma carreira de sucesso. Confira algumas dicas tratadas no evento.
Como se aproximar e conversar com os headhunters? Como deixar uma boa impressão e ser lembrado por uma marca pessoal positiva? Estes foram os temas abordados pelos especialistas convidados para o Seminário IBEF Jovem – Carreira e Empregabilidade, realizado nesta quinta-feira (03), no Centro Brasileiro Britânico.
Este evento do IBEF Jovem foi realizado em parceria com a Manchester Business School. Na ocasião, foi antecipado que o MBA internacional da escola de negócios terá desconto para os associados (mais detalhes a serem divulgados em breve). O debate com dois headhunters e uma especialista em outplacement e criação de marca pessoal teve moderação de Eduardo Meira, líder da pasta de Carreira, Desenvolvimento e Empregabilidade do IBEF Jovem.
Empatia é fundamental para a relação – Para conquistar a empatia do recrutador no primeiro contato, é essencial ao executivo ter brilho nos olhos e trazer as cores da emoção (mas sem exageros) ao falar sobre suas realizações profissionais, aconselhou Irene Azevedo, diretora das divisões de Consultoria, Transição de Carreira e Gestão da Mudança para o Brasil e a América Latina da Lee Hecht Harrison (LHH).
“Seja um excelente contador de histórias. Se você tiver uma boa história para contar, o headhunter vai ficar encantado”.
O encantamento tem sim que existir, concordou Tomás Jafet, gerente sênior responsável pela divisão de finanças da Michael Page. “Simpatia e boa comunicação são extremamente importantes no contato entre candidato e headhunter”.
Porém, antes de tudo, é necessário que o profissional esteja muito preparado para uma entrevista ou conversa. Para este momento, o headhunter deu duas dicas aos executivos: estudar a empresa para a qual está se candidatando; e saber contar muito bem sobre o ciclo de cada projeto que participou ao longo de sua trajetória profissional – ou seja, os motivos pelos quais entrou e saiu de cada área ou companhia em que atuou.
Mas é preciso ter cuidado com os excessos e saber dosar a proximidade com o headhunter. “A relação tem que ser bem definida. Você pode ser sincero e explícito sobre o motivo de uma abordagem”, explicou Alexandre Benedetti, sócio-diretor da Talenses.
Para dosar esse relacionamento e evitar gafes é importante que o candidato defina com o próprio recrutador quais serão os canais mais adequados – e-mail, telefone ou Whatsapp – para dar continuidade aos contatos e a frequência entre uma comunicação e outra.
Em caso de dúvida, o melhor a fazer é perguntar ao próprio headhunter, aconselhou Benedetti, mesmo que seja para o candidato saber se está exagerando na abordagem ou na frequência dos contatos.
O que fazer quando o headhunter inicia a abordagem? – Em casos em que o recrutador procura pelo candidato, mas este não tem interesse na proposta ou está em dúvida, a sinceridade é sempre a melhor escolha.
“Transparência é fundamental. Não feche portas para o headhunter. Agradeça pelo contato, disponibilize o seu currículo, mas diga que aquele não é o momento”, afirmou Tomás Jafet.
A relação entre candidato e headhunter deve ser constante, acrescentou o especialista. “Meu trabalho de contratação começa muito antes de uma pessoa entrar em um projeto”, observou Jafet, acrescentando que sua empresa tem a prática de entrevistar executivosmesmo quando não há necessariamente uma vaga.
Quanto mais próxima essa relação se mantiver, maior será a assertividade do headhunter na hora de identificar uma oportunidade para aquele executivo, pois ele conhecerá bem o seu perfil.
Proposta de remuneração depende de vários fatores – Quando o assunto é pretensão salarial, tema que gera muitas dúvidas entre candidatos. O conselho dos headhunters foi para que os candidatos respondam à pergunta com objetividade e sinceridade, quando esta lhe for feita. Fugir da questão pode custar o risco de ficar fora de um projeto.
A remuneração é uma questão importante, destacou Alexandre Benedetti, mas os candidatos também devem analisar outros aspectos da oportunidade: descrição do cargo, desempenho esperado, oportunidade de crescimento e realizações, e o perfil da empresa que está contratando.
Marca pessoal não deve ser confundida com exposição – Irene Azevedo explicou que marca pessoal é a impressão que você deixa nas pessoas com as quais se relaciona. Muito mais do que conhecimento, esse conceito está ligado a comportamento.
A primeira regra para construir uma boa marca pessoal, segundo ela, é autoconhecimento. É fundamental entender as suas habilidades, características e procurar aperfeiçoar esses aspectos.
“Em todo lugar que você encontra pessoas, está passando a sua marca pessoal e fazendo networking. Há quem confunda marketing pessoal com chamar a atenção, não é isso. O importante é ser você mesmo”, completou a consultora.
Irene acrescentou que as redes sociais podem ser grandes aliadas para o executivo trabalhar sua marca pessoal – desde que observado sempre o princípio do bom senso.
Afinal, como lembraram os headhunters, as empresas também estão nas redes e analisam os perfis dos executivos. As gafes online podem resultar em perdas de oportunidades ou até mesmo custar um emprego no mundo corporativo.
(Reportagem: Débora Soares e Liana Sampaio / Fotos: Mario Palhares)