Getting your Trinity Audio player ready...
|
Ex-presidente recebeu associados dos IBEF SP para uma conversa na Fundação FHC, onde comentou as diferenças de se governar hoje e na sua época.
Um encontro com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso marcou o ciclo de Sessões de Mentoring 2016 do IBEF Jovem, no dia 29 de novembro, no auditório da Fundação FHC. O político compartilhou sua visão sobre os desafios de se governar um país em períodos de crise econômica, as complexidades da administração pública e a importância dos relacionamentos.
Aperte o play para assistir ao vídeo do encontro:
Logo no início da conversa, Fernando Henrique comentou as diferenças entre o momento atual e os anos em que governou.
Sobre relacionamentos, o ex-presidente citou como capacidade ideal para exercer a presidência de uma maneira adequada a habilidade de convencer e lidar com o congresso, a administração pública, e a competência para se comunicar com o país. “O relacionamento é complexo, porque é diversificado e a língua não é a mesma para cada um desses setores”, explicou.
–
Importância da coesão social – Um dos problemas sobre os relacionamentos, na visão de FHC, é a falta de coesão na comunicação. O ex-presidente acredita que os partidos estão ainda mais fragmentados do que antes e, agora, no contexto de crise política, também existe a descrença – o que atrapalha a criação de novas bases de coesão social. “Você não resolve o problema do crescimento se não tiver uma relativa estabilidade política e confiança”.–
Para o político, os recursos que a sociedade contemporânea tem para reagir, como as redes sociais, gera ainda mais dificuldade para se governar com confiança. Em seguida, citou informações mentirosas que circulam sobre ele na internet, como a compra de dois apartamentos em Nova Iorque. “Isso é uma dor de cabeça também. Há muitas informações fragmentadas e fora de contexto. Uma vez que você entra na rede, está perdido”.
–
Divergência entre esquerda e direita – No momentos dedicado às perguntas, uma das participantes questionou sobre como o Brasil pode se livrar da distância entre esquerda e direita, tão agravada pelo contexto de crise.
O político afirmou que é preciso haver áreas de confluência e tolerância, sem as quais não existe uma democracia verdadeira. “Estamos em um momento no Brasil em que o sentimento de raiva é muito grande. Se você não aceita a opinião do outro, você parte para a intolerância. É preciso entender que as pessoas têm opiniões diferentes”, observou o ex-presidente.
Para FHC, o problema da intolerância e da radicalização excessiva, visto hoje no Brasil, só muda com exemplo e liderança. “Sou favorável à liberdade, democracia, diálogo e a uma política que beneficie a maioria. Mas é preciso criar um clima para isso”, concluiu.
–
Motivação pessoal – Questionado sobre o que o motiva até hoje, o ex- chefe do Executivo revelou algumas de suas atividades atuais e disse não conseguir deixar de ter uma preocupação íntima com a vida pública. –