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CARREIRA
Por Renato Villalba, gerente da área de Finanças da Michael Page.
Boa parte das empresas que mudaram seus planos de expansão e recrutamento nos últimos anos têm reencontrado a confiança necessária de suas matrizes e acionistas para efetuarem investimentos diagnosticados, porém ainda não autorizados, por conta das incertezas de nossa economia. No âmbito de capital humano, posições cujas necessidades foram apontadas recentemente já têm sido recrutadas em todas as áreas e níveis do organograma.
Em relação à área financeira, os próximos anos tendem a nos mostrar que os perfis a serem selecionados deverão sofrer algumas alterações relacionadas a background e proximidade ao negócio dos executivos.
O pouco tempo que separou o pico de crescimento de 2010 e 2011 com a fase mais dura da crise em 2014, 2015 e 2016 somado às investigações da Operação Lava Jato, que atingiram âmbito internacional, trouxeram grande preocupação para os headquarters e investidores, e geraram a necessidade de reaproximação com as operações no Brasil. Como consequência, a área contábil ganhou escopo mais estratégico em todos seus níveis – de analistas a CFOs – com ampla exposição de seu senior management.
Executivos com sólida base de contabilidade continuarão valorizados pelas empresas e seguirão ocupando o espaço destacado, conquistado nos últimos anos. Por outro lado, as companhias seguirão ampliando suas buscas por profissionais mais voltados ao negócio como em posições de Business&Sales Controllers, além de profissionais financeiros dentro de segmentos como Logística, Marketing e Produção.
Processos seletivos de CFOs, que deram preferência a profissionais graduados em Ciências Contábeis, voltarão a abrir espaço para administradores e economistas que demostrarem intenções reais de aproximar cada vez mais a área financeira do dia a dia da operação.
Cadeiras de FP&A, que não foram requisitadas como nos tempos de mercado aquecido, já ganharam mais espaço no budget de 2017 das corporações. Por conta das medidas de correção tomadas durante a crise, as preocupações das empresas já estão voltadas ao futuro, com a intenção de maximizar o potencial de crescimento deste novo ciclo.
O mercado de Relações com Investidores também tende a movimentar-se depois de anos de estabilidade. Apesar de as estruturas de RI ainda se manterem enxutas, 2017 deverá ser aproveitado pelas companhias como um período de reaproximação ao mercado visando investimentos de curto e médio prazos.
Apesar da posição do Brasil estar alguns passos atrás do ponto de vista econômico, as perspectivas positivas para 2017 trazem uma agenda favorável para movimentações, algo que não era visto há pelo menos quatro anos, tanto para empresas quanto para profissionais.
É preciso ressaltar que o cenário otimista pode gerar uma natural ansiedade por mudanças. Porém, o movimento não deve se tornar maior que o correto planejamento de estrutura organizacional e carreira, seja para a área de finanças, seja para todas as áreas que sentirem mudanças no horizonte.