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O CFO regional da McKinsey & Company, Carlos Oliveira, foi o convidado do programa de mentoring da última quarta-feira (28), do IBEF Jovem. O executivo falou sobre sua trajetória profissional e contou o que aprendeu em empresas como Dell, CA, HP (Hewlett Packard), CCR e Arthur Andersen, onde trabalhou na área Financeira e de Controladoria.
O executivo destacou dois momentos importantes na carreira: a época em que trabalhou com FP&A, o que considerou uma escola, e o seu ingresso na HP, quando teve chefes americanos e conseguiu desenvolver bastante o inglês. Segundo Carlos, a McKinsey & Company foi a companhia que mais o desafiou até hoje.
Carlos Oliveira é formado em Administração pela FGV-SP e em Economia pela FEA-USP e pós-graduado (MBA executivo) na FIA-USP em Finanças Empresariais.
Importância do mentoring – O CFO acredita que um dos principais benefícios do mentoring é ajudar o profissional na resolução de conflitos. “Não tente resolver os problemas sozinho. Sempre busque consenso com o presidente da empresa ou um diretor de operações, para tomar decisões em conjunto”, aconselhou.
Ter uma real preocupação com os planos pessoais do seu mentoree, estar presente e ouvir quando for necessário são qualidades essenciais de um mentor, cujo objetivo deve ser construir uma relação de confiança.
Segundo Carlos, o mentor também deve ser transparente no feedback, apontando os pontos cruciais para desenvolvimento. “O mentoree tem que sentir que a porta está aberta, seja para uma conversa de 5 minutos ou de 2 horas”, afirma.
Desenvolvimento da liderança – Para se tornar um bom líder, o executivo comenta que, antes de tudo, é preciso ser um bom modelo, sobretudo de integridade. Além disso, ter opinião consistente e saber priorizar. “Já vi muita gente perder o deadline por não saber priorizar corretamente”, conta.
Delegar com confiança é outro atributo importante de um líder e percebido por Carlos Oliveira como um obstáculo comum no mundo corporativo. “A delegação tem que andar junto com o feedback. No momento em que você delega, transmite também a qualidade do seu trabalho. Você pode perder um pouco, mas lá na frente vai retomar em outras coisas, como uma maior produtividade do time como um todo. Então, não podemos ter medo de delegar”.
Resiliência também é uma habilidade fundamental para fortalecer a liderança. “Não se abale com críticas. Siga em frente com seus objetivos. Se não der certo na primeira, continue tentando. Ao longo do tempo, fui desenvolvendo uma capacidade de absorver bem as críticas. Tento dar a volta por cima depois e não me abalo”, revelou Carlos.
Trazer novas ferramentas é um desafio, mas um diferencial significativo para um bom líder. “A área de finanças está sempre na vanguarda da empresa para gerenciar a performance de novos negócios. Como o mercado está sempre em movimento, precisamos começar a desenvolver ferramentas que possam criar novas formas de medir essa performance”.
8 ferramentas – O executivo destacou oito ferramentas a partir das quais conduz a sua postura no trabalho e que considera valiosas para o sucesso: transparência, atenção aos detalhes, esforço e comprometimento, equilíbrio, criatividade, resiliência e persistência, feedback e excelência no recrutamento.
Para o CFO, o feedback é a melhor ferramenta para transformar pessoas. Um retorno direto, claro e de forma educada pode modificar bastante o desempenho de um profissional para melhor. “Não espere uma avaliação de final de ano para dar um feedback, tem que ser algo constante”, reitera.
Carlos aconselha transparência, mesmo em momentos que possam demonstrar falta de conhecimento. “Se você não souber responder algo, diga que irá checar e responder posteriormente nas minutas de reunião. Inventar uma resposta e ser descoberto, pode custar mais caro depois. Mentiras deterioram a confiança e para retomar é difícil”, declara.
Habilidades técnicas x liderança – Na terceira parte da apresentação, Carlos Oliveira comparou as habilidades técnicas e de liderança, duas dimensões importantes na vida de um profissional. Segundo ele, as competências técnicas são adquiridas com experiência, cursos e aprendizados no trabalho. Já a liderança pode ser algo inerente, mas também é desenvolvida a partir de treinamentos.
Existem profissionais que conseguem sobreviver na carreira sem liderança, como músicos, atletas e médicos. Já no mundo corporativo, para crescer é preciso liderar um time. Por isso, é primordial ter um equilíbrio entre essas duas dimensões.
O IBEF SP promove encontros de mentoring mensais e quinzenais, com o objetivo de incentivar o desenvolvimento da carreira, por meio do diálogo e do aconselhamento com líderes experientes.
(Reportagem: Liana Sampaio)