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A área de finanças do futuro

Por Alexandre Benedetti, General Manager da Talenses São Paulo

A área de finanças como conhecemos até hoje está prestes a passar por uma grande transformação. Isso porque a tecnologia aliada a um novo mindset corporativo, que começa a surgir nas organizações, vem modificando o ambiente de trabalho com muita rapidez, evidenciando características comportamentais dos profissionais e exigindo mais protagonismo do que o que houve até então.

A cadeira de finanças, que já possui grande relevância para a corporação, apresentará cada vez mais importância visto que o CFO passará a ser corresponsável pelo desempenho da companhia, o que já vem acontecendo de alguma forma dentro das instituições. Cada vez mais estamos presenciando o aumento da participação dos CFOs em todas as áreas da empresa e é notável que hoje em dia ele não é mais aquele que apenas dá o aval para as estratégias, mas também é quem as direciona e mostra caminhos alternativos.

Neste cenário de mudança de mindset, o que será mais valorizado nos profissionais de finanças serão as habilidades comportamentais e o modo como eles farão uso das inovações disponíveis. A tecnologia chega até um certo ponto, mostrando dados e possíveis caminhos, mas é preciso que o CFO e os profissionais da área tomem as decisões e consigam examinar tudo que está em volta, usando todo o conhecimento técnico e a capacidade de análise para auxiliar a companhia e evitar situações de risco.

Portanto, os profissionais de finanças que vão estimular e iniciar este mercado futuro precisam estar inseridos em uma cultura digital, que é muito mais comportamental do que técnica, ou seja, é mais do que saber usar todas as tecnologias disponíveis, de modo que a carreira de finanças não se torne obsoleta. Capacidade de liderança, suporte ao negócio, poder de comunicação, compliance e ética continuam sendo habilidades comportamentais importantes, mas cada vez mais o CFO precisa entender do ambiente em que está inserido e de tudo aquilo que move o negócio.

Quando tentamos enxergar a área de finanças do futuro, parece-me pouco provável o surgimento de novas posições. No entanto, o contexto atual parece conduzir a uma mudança na forma de trabalho, que está começando a permear todas as áreas e não só a de tecnologia da informação, que iniciou o processo na maioria das empresas. Essa nova forma de trabalhar se apoia em um raciocínio não tão linear e no uso de habilidades até então pouco utilizadas no mundo financeiro, mas que todos devem começar a aprender para acompanhar a transformação digital do futuro. Segundo a pesquisa Paradigma Digital, realizada pela Talenses em parceria com a Digital House, entre as competências essenciais para que profissionais digitais sigam a movimentação digital, independentemente de qual área seja, estão a inovação (13%), o aprendizado contínuo (11%), adaptar-se com facilidade (10%), a colaboração (9%), a criatividade (9%) e a inteligência emocional (7%).

Assumir mais protagonismo no gerenciamento das organizações com habilidades multidisciplinares nos dá a dimensão de um futuro complexo e desafiador, mas os atuais e futuros CFOs podem se preparar cercando-se de uma equipe diversa, viabilizando treinamento para os profissionais que farão parte dessas equipes e analisando os processos que podem se beneficiar de automação para planificar e receber as novas tecnologias, sem gerar tanto impacto para a organização e para todos os envolvidos. Não há maneira de prever o futuro, mas podemos sempre nos preparar para possíveis cenários baseados nas informações atuais, como fazem os bons CFOs.

Alexandre Benedetti é General Manager da Talenses São Paulo.

 

As opiniões e conceitos emitidos no texto [acima] não refletem, necessariamente, o posicionamento do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF) a respeito do tema, sendo seu conteúdo de responsabilidade do autor.  

 

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1 Comment

  • Paulo Kassabian disse:

    Alexandre, concordo com você, inclusive trabalhando como Gerente de Controladoria tenho tentado agir dessa forma, inclusive com a implantação de uma pré-auditoria, administração de contratos, participação nos preços dos produtos, bastante interação com o comercial e áreas produtivas.
    No momento estou tentando recolocação, ou seja, assim como eu, muitos bons profissionais e experientes têm sido alijados do mercado de trabalho, por causa da idade, quando na verdade as empresas não sabem aproveitar toda essa experiência a seu favor, principalmente no que se refere a negociações.
    Grande abraço.

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