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As características da área financeira que maximiza ROI

As oportunidades de retorno que uma área financeira bem estruturada pode trazer foram o tema do encontro bimestral da Comissão de Controladoria e Contabilidade do IBEF-SP, realizado em 15 de agosto. Para falar sobre o assunto, a Comissão convidou Rubens Batista Jr., secretário geral do IBEF-SP e sócio de 2B Partners Consulting.

Batista Jr. destacou que é preciso mudar a visão de que a área financeira é uma centro de custos para a perspectiva de que é geradora de lucros. Afinal, uma boa área financeira pode possibilitar captações de recursos mais baratas, reduções de custos fiscais por meio de um bom compliance, e a identificação de oportunidades. E essa mudança de visão se faz com processos bem definidos, pessoas bem treinadas e tecnologia, ressaltou o executivo.

“Eu sempre trabalhei em segmentos de margens menores, nos quais o lucro advém do volume. E a área financeira sempre fez toda diferença para os resultados, era o segredo do negócio”, afirmou Batista Jr., que construiu sua carreira nos segmentos de varejo e distribuição.

Reação x Antecipação – Para o executivo que já exerceu as funções de CFO, VP para América do Sul e CEO do Makro Atacadista, entre outras posições em grandes redes, quando alguém diz que a área financeira é um centro de custos, é porque a enxerga sob uma perspectiva reativa, e não com a proatividade que deve ter.

“A área financeira sempre foi um centro de lucros, na minha visão. Ela é um funil que tem capacidade de sumarizar e reportar tudo o que acontece na empresa, e também tem o poder de influenciar decisões importantes para o negócio”, destacou Batista Jr., que foi reconhecido como Equilibrista, o melhor executivo de finanças do ano, pelo IBEF-SP em 2007.

Características que fazem a diferença – Com base em situações que vivenciou ao longo de sua carreira, o executivo elencou as características de uma área financeira que maximiza o ROI (retorno sobre investimento) da companhia:

É prática: ajuda na solução de problemas e quando consultada dá um rápido retorno para as outras áreas;

É corajosa: arbitra decisões em momentos importantes para o negócio, mesmo quando há um nível considerável de risco envolvido, com prudência;

Ajuda na navegação: auxilia na tomada de decisão para que a empresa atravesse com sucesso um ambiente de negócios com complexidade crescente;

Evita anglicismos: utiliza linguagem acessível, extraindo de termos técnicos uma explicação que faz sentido para quem está no dia a dia do negócio;

Mantém a máquina funcionando: fornece os recursos necessários para lubrificar a “engrenagem”, mantendo a empresa em atividade;

Discute sobre tendências: contribui para o debate, oferecendo sua perspectiva sobre o momento do mercado;

É participativa: expõe sua visão sobre questões existenciais para o negócio e leva essa discussão para um nível pragmático.

“Para mim fica claro, a partir de tudo o que vivenciei, que uma área financeira que maximiza ROI possui essas características. Ela precisa estar presente no negócio, conhecer em detalhes a indústria e estar no dia a dia da operação”, destacou Batista Jr. “E tem que ser parceira do negócio, contribuir para que a empresa cresça e aproveite as oportunidades, com responsabilidade”, ressaltou o executivo.

Tamara Dzule, líder da Comissão de Controladoria e Contabilidade, destacou que este tema, business partnering, tem sido bastante ressaltado nos eventos do grupo.

Compromisso com o negócio – Questionado por Tamara sobre quais dicas daria aos profissionais de finanças para que tenham um papel mais estratégico em suas organizações, Batista Jr. afirmou que o executivo deve se relacionar bem com as outras áreas e estar mais vinculado ao negócio do que com sua função propriamente.

“Você conseguirá forjar alianças na medida em as pessoas perceberem a sua sinceridade e o quanto você é comprometido com o negócio, e não simplesmente com a sua função”, afirmou o executivo.

“Sempre falei para os profissionais que trabalharam comigo: você que ser um financeiro ou um varejista? Porque o seu negócio é o da empresa. E as pessoas percebem quando você é um cara que entende do negócio, entende o problema delas, e é parceiro da solução. Isso faz a diferença”, assinalou Batista Jr.

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