CARREIRA
Por Ricardo Rocha, gerente executivo da Michael Page.
Com o mercado de trabalho cada vez mais globalizado, atualmente é bastante comum vermos executivos estrangeiros chegando ao Brasil para liderar negócios locais de companhias sediadas nos Estados Unidos, Europa e Ásia. Da mesma maneira, diversos executivos brasileiros também estão sendo expatriados ou contratados localmente para chefiar projetos fora do país. Essa é a dinâmica de um mercado sem fronteiras.
Neste contexto, os executivos devem ter em mente quais são os desafios para liderar equipes de culturas diferentes. Entre as principais características de uma liderança global estão a visão estratégica, a capacidade de gerir e engajar pessoas, uma ampla formação acadêmica na área e um conhecimento aprofundado do setor e da empresa em que atua.
Outro atributo, não menos importante, mas talvez o mais atual, é a questão da flexibilidade para adaptar o seu estilo de liderança ao contexto da cultura local. O profissional deve se adequar a sua nova equipe, diferentemente do que ocorria anos atrás, em que os comandados tinham de se ajustar ao novo chefe. Para conseguir sinergia e atingir resultados satisfatórios de curto prazo, é fundamental fazer além da gestão técnica e a gestão por competências, visando ao alinhamento dos diferentes profissionais com os valores e premissas da organização.
De forma geral, as organizações estão evoluindo nos temas de liderança e gestão, e por mais que na maioria das empresas ainda prevaleça a cultura da hierarquia direta, temos diversos modelos bastante eficientes de organizações matriciais, onde as linhas de reporte muitas vezes estão separadas regionalmente (uma local e outra na matriz), e neste caso, tanto lideres quanto subordinados precisam se adaptar a estas diferenças culturais e de estilos de gestão, para garantir o sucesso e eficiência de suas estruturas.
Manter-se atualizado também é primordial para um gestor que pretende atuar em outro país. O executivo deve estar ligado ao que acontece em diferentes lugares, afinal, os negócios estão mundialmente interligados. Mudanças regulatórias na Europa ou China podem impactar operações no Brasil, apenas para citar um exemplo.
Por isso, os executivos multiculturais e híbridos, que conseguem atuar em diferentes áreas, têm mais chances de liderar projetos ao redor do globo. Isso significa que o sonho de muitos profissionais, de desenvolver uma carreira internacional, requer uma sólida preparação e desenvolvimento profissional, para que reúna as características, competências e habilidades necessárias para que este passo de carreira seja sólido, consistente e bem planejado.
