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CFO da Nexa, Mario Bertoncini aconselha o engajamento da equipe para o êxito do negócio

Depois de 23 anos de atuação em bancos, Mario Bertoncini, sênior VP e CFO da Nexa Resources, apostou em seus diferenciais para fazer a transição da área bancária para o setor corporativo. Um pouco de sua experiência profissional foi transmitida aos participantes do Mentoring IBEF Jovem, no encontro de quinta-feira (30).

“Entre os meus diferenciais estava ser daquela geração que viveu o risco de perto (a partir dos anos 1990). É aquela geração que não estudou a tourada, estava na arena. Maxidesvalorizações, congelamentos, crises, insolvências… Acho que eu tinha uma boa noção de riscos, de estratégias em diferentes cenários, alocação de capital e gestão de funding.”

Em 2011, o executivo foi convidado a assumir como diretor de tesouraria corporativa do grupo Votorantim. Mas a jornada de Mario começou muito antes, pela indicação de um professor do curso de administração da FGV – Faculdade Getúlio Vargas, para um banco múltiplo, recém-aberto no país.

O CFO iniciou profissionalmente como estagiário no Banco BBA. Ele lembrou que no fim dos anos 1980, começo dos anos 1990, quando se formou, as melhores opções eram as áreas financeira e de consultoria. E sabia que, naquele momento, queria trabalhar em um atacado bancário. O BBA operava há pouco tempo e tinha uma equipe enxuta.

De estagiário passou a trainee, a analista de crédito, a analista de investimentos em ações, a trader de moedas e títulos soberanos. Na posição de trader, presenciou na mesa de operações duas maxidesvalorizações.
Após a experiência em mesa de operações, Mario atuou por vários anos como gerente comercial Corporate em diversas praças do BBA.

“Uma das minhas habilidades em meu histórico profissional talvez esteja em tentar viabilizar espaços (dentro das corporações), propondo ideias, me oferecendo para fazer, tentando abrir espaços do que propriamente disputando algo existente”, contou.

Com a experiência de dez anos no BBA, Mario sentiu necessidade de se capacitar e se preparou para cursar o MBA em finanças pela The Wharton School da Universidade da Pensilvânia (EUA).

Apesar da experiência positiva pela vivência no exterior e pelas oportunidades de contatos e troca de conhecimento, ele não considerou um salto acadêmico o MBA. “Você tem alguns professores, em algumas matérias, que vão efetivamente agregar, trazer uma visão diferente, te abrir portas em algo que você não conhece ou diferentes abordagens à temas conhecidos. Estes professores são um diferencial porque eles vão trazer insights que não têm a ver necessariamente só com a teoria, porque a teoria a gente tem aqui (no ensino superior).” O executivo também ressaltou a importância das “portas abertas” para conhecer diferentes empresas e processos durante o curso.

Em 2001, na volta ao Brasil, com 33 anos, foi convidado para chefiar a Área de Fusões e Aquisições do BBA, permanecendo na posição por 4 anos e meio.

No ano de 2005, ele passou a integrar a área comercial Corporate do Unibanco, no Rio de Janeiro.

“Quando você tem um objetivo claro, que consegue vender para as pessoas, você tem um apelo fortíssimo. Se você consegue passar metas claras, engajar as pessoas a comprarem a ideia, é um enorme passo para o êxito.”

Após dez meses, ele retornou para assumir uma diretoria da área Corporate do Unibanco em São Paulo. Em 2009, aconteceu a fusão entre Itaú e Unibanco, e ele integrou o Itaú BBA, onde ficou por mais dois anos e meio.

A saída do Itaú BBA foi planejada. Fiz uma transição bem refletida. Eu tinha bons desafios lá, reconhecimento, e um ambiente que me agradava. No entanto, eu acreditava que tinha alguns diferenciais enquanto profissional que seriam melhor aproveitados por mim, a partir daquele momento e experiência, no lado corporativo. Era o momento de deixar o segmento bancário e trilhar uma carreira em empresas não financeiras.”

Após dois anos como diretor de uma Tesouraria de referência no mercado brasileiro, em 2013 surgiu a oportunidade como CFO da empresa de mineração e metalurgia do Grupo Votorantim. Entre suas missões estava participar da reestruturação dos negócios do Grupo em mineração e metalurgia e fazer crescer o negócio de zinco e cobre.

Nesse contexto surgiu a Nexa, uma empresa incorporada em Luxemburgo, com ativos de zinco e cobre no Peru e Brasil. Em 2015, a equipe começou a se preparar para IPO do negócio, que aconteceu em outubro de 2017. “Foi um processo bastante planejado, discutido, com um engajamento interno crescente até envolver toda a empresa.” A partir da listagem em Nova York e Toronto, há uma agenda renovada com foco em excelência operacional, gestão financeira e de custos bastante disciplinada e crescimento através da expansão das operações existentes e o desenvolvimento de novos projetos.

Mario destacou que um dos grandes méritos dos bons líderes é o autoconhecimento. E destacou 5 características importantes para os CFOs:
1) Adaptabilidade – “adaptar-se em novos contextos e saber como motivar a equipe neste contexto de mudanças”;
2) Confiança – “você tem de acreditar no que está comunicando e criar relações de confiança através de abertura, sinceridade e coerência.”;
4) Convencimento – “juntar argumentos e saber articulá-los, em linha com suas convicções”;
5) Tomar decisões rápidas – “não deixar para amanhã, mesmo correndo algum risco calculado”.

IBEF Jovem – O IBEF-SP promove encontros de Mentoring, com o objetivo de incentivar o desenvolvimento da carreira, por meio do diálogo e do aconselhamento com líderes experientes. O IBEF Jovem é patrocinado pela plataforma Antecipa, que determina, por meio de algoritmos e análise de dados, a taxa de desconto da antecipação de recebíveis para cada transação, usando um mecanismo de leilão por meio de uma avaliação da oferta e demanda. Acesse: www.antecipa.com

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