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Eduardo Alcaro, diretor financeiro do PagSeguro e do UOL, Marcelo Bacci, CFO da Suzano Papel e Celulose, e Mario Bertoncini, CFO da Nexa, são os finalistas do Prêmio Equilibrista 2018, a premiação mais representativa para CFOs no Brasil.
O reconhecimento será entregue a um dos três executivos em jantar de premiação, que acontecerá no dia 11 de dezembro. Esta edição do prêmio é patrocinada por Bradesco Corporate e Deloitte, com o apoio de Demarest Advogados e Estadão.
Os indicados apresentaram suas trajetórias e principais realizações em um almoço de confraternização, realizado nesta terça-feira (06), com a participação de membros do Corpo Diretivo do IBEF-SP e profissionais reconhecidos em edições anteriores do Prêmio.
Marco Castro, presidente da Diretoria Executiva do Instituto, explicou que o processo de seleção até obter-se os três finalistas envolveu várias etapas: consulta ao mercado (headhunters, empresas de auditoria, bancos de investimentos, entre outros), fase de indicações feitas pelos associados, avaliação do ranking por Conselho e Diretoria, além de consulta a Equilibristas de edições passadas. “Eu tive a honra e enorme privilégio de ligar para os CFOs selecionados para dar essa notícia”, completou Castro.
IPO internacional de uma empresa da nova economia – “Se o Prêmio vier para nós, antes de mais nada, quero dizer que ele pertence ao UOL, ao PagSeguro e a todo o time de finanças que está por trás desse processo”, afirmou Eduardo Alcaro, que gravou mensagem em vídeo para o Instituto, em função de não poder estar presente no almoço.
Como realização do ano, ele destacou a abertura de capital (IPO) do PagSeguro, que inovou por ser 100% listado nos Estados Unidos. A companhia, que começou como uma unidade de negócio do UOL (criada com inspiração no modelo PayPal), define-se hoje como um ecossistema digital com o objetivo de democratizar serviços financeiros no Brasil.
O executivo participou do trabalho de coordenação, estruturação e liderança no processo de IPO da empresa, em janeiro deste ano, e subsequente follow-on, em junho, na New York Stock Exchange, com total agregado de US$ 3,7 bilhões (equivalente a R$ 12,5 bilhões à época) de recursos primários e secundários obtidos nos dois processos. Segundo ele, esse foi o segundo maior IPO de uma empresa estrangeira nos EUA e a segunda maior operação a mercado de uma empresa brasileira considerando IPO e follow-on.
Criação de um gigante no setor de papel e celulose – “Agradeço essa honra. É a terceira vez que sou indicado ao Prêmio, mas não é nem um pouco menos emocionante do que a primeira”, afirmou Marcelo Bacci, CFO e diretor de RI da Suzano.
O executivo ressaltou que os últimos 12 meses foram de enormes realizações na Suzano. Em março de 2018 foi anunciada a combinação de negócios entre a companhia e a Fibria, criando a maior empresa do agronegócio brasileiro e uma das organizações mais valiosas do Brasil.
O CFO participou ativamente da equipe de quatro pessoas que concebeu e negociou o deal. Ele detalhou que o negócio envolve uma parcela de pagamento em caixa e outra em ações. Para viabilizar a parcela em dinheiro, Bacci conduziu a negociação de um acquisition finance de US$ 9,2 bilhões com quatro bancos globais. Segundo ele, a operação entre Suzano e Fibria é o maior M&A do ano no Brasil, e o maior da história do país envolvendo pagamento em caixa. O closure está previsto para janeiro de 2019.
IPO com dupla listagem internacional – “Gostaria de agradecer a todo o Corpo Diretivo do IBEF-SP, os Equilibristas de edições passadas e a todos que estão aqui, em meu nome e da Nexa, pois temos uma equipe grande que faz isso acontecer”, afirmou Mario Bertoncini.
Dentre as realizações, o CFO destacou a estruturação e a preparação da Nexa para o processo de IPO com dupla listagem nas bolsas de Nova York (NYSE) e Toronto (TSX), realizado em outubro, considerado então a maior transação de IPO de mineração nos últimos 10 anos. O desafio envolveu a implantação e reformulação de áreas críticas, como Tesouraria, Governança, Controles Internos, Compliance, Gestão de Riscos e Relacionamento com Investidores (RI).
Bertoncini destacou, ainda, o trabalho de estruturação e aprimoramento contínuo da governança corporativa, buscando ser um benchmark para o setor, e a motivação para que as empresas latino-americanas sejam parte de um movimento que ajude a acelerar os avanços em gestão, excelência, compliance e governança na região.
Emoção que não arrefece
Durante o almoço, os Equilibristas homenageados em edições passadas cumprimentaram os candidatos e compartilharam o orgulho de terem recebido o troféu do Prêmio, criado pelo artista Osni Branco.
“Sempre é uma emoção grande assistir ao Prêmio Equilibrista, pois é o Instituto escolhendo um de seus pares para ser reconhecido por toda a comunidade. Todos os indicados estão premiados por participarem deste evento e da eleição”, disse Keyler Carvalho Rocha, Equilibrista (1985) – Agroceres.
“Essa premiação é o ápice do nosso ano de trabalho no IBEF-SP, um processo como poucos em nível de transparência e competitividade. Os três finalistas devem ficar orgulhosos. Ficamos motivados ao ver que os anos passam e conseguimos manter essa altíssima qualidade de profissionais dentro do Instituto. Desejamos aos três muita sorte e, do nosso ponto de vista, todos são ganhadores”, disse Luis Felipe Schiriak, Equilibrista (2006) – Grupo Industrial Votorantim.
Mensagem dos patrocinadores
“O Bradesco patrocina há mais de 10 anos esse Prêmio. É uma iniciativa muito importante para a nossa indústria e para todos que trabalham em finanças. Este é um ano especial com relação à expectativa e a esperança grande que temos para um novo governo. Celebramos isso com o talento e a energia dos nossos financeiros”, afirmou Fernando Freiberger, representante do Bradesco Corporate.
“O Equilibrista é uma consagração e uma honra para os atuais candidatos e para os que já foram laureados. Patrocinamos o prêmio há alguns anos e, para nossa empresa, estar junto ao IBEF-SP é muito importante”, dito por Ronaldo Fragoso, executivo da Deloitte Brasil.
PAUTAS PRIORITÁRIAS PARA O NOVO GOVERNO
Questionados sobre quais seriam as prioridades que os CFOs destacariam para o ministro da área econômica, considerando o governo que tomará posse em 2019, Marcelo Bacci e Mario Bertoncini responderam:
“O Brasil não tem outro caminho senão fazer uma reforma da previdência decente, pois isso propiciará solvência ao Estado Brasileiro no médio prazo”, ressaltou Bacci. Na lista de prioridades, ele também elencou a desregulamentação em vários setores, incluindo o mercado de capitais, e a manutenção do tripé macroeconômico (independência do Bacen, câmbio livre e política de metas de inflação).
Bertoncini também destacou a importância do ajuste fiscal. “Precisamos abrir um debate maduro com a sociedade, explicar o risco fiscal. Não se trata mais de escolhas políticas; acabou o dinheiro e a margem de manobra”. O executivo também ressaltou a necessidade de líderes que tenham a grandeza e a sensibilidade de ouvir a grande parcela da população que está insatisfeita e endereçar suas demandas com políticas públicas efetivas, envolvendo toda a sociedade.