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CFOs projetam visão de otimismo “moderado” sobre a economia em 2019

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Formada pelos CFOs das maiores empresas do Brasil, nos mais variados setores, a Diretoria Vogal do IBEF-SP realizou sua última reunião do ano em 23 de novembro. Os executivos traçaram o panorama sobre o fechamento para 2018, pós-eleições, e compartilharam suas perspectivas para 2019. O almoço contou com o patrocínio da Oracle e da TaxWeb.

“A Diretoria Vogal está se tornando um ícone, um tremendo fórum que temos dentro do IBEF-SP, com a presença de CFOs extremamente renomados”, destacou Rogério Menezes, 1º vice-presidente do Instituto e CFO da Smurfit Kappa Brasil. “Eles estão aqui para compartilhar a experiência do dia a dia. E nada melhor do que colher a informação diretamente de quem está envolvido no negócio, e que tem os números e a estratégia na cabeça”.

Confira o termômetro da economia exposto pelos executivos, resumido a seguir:

Tecnologia de vento em popa – João Paulo Faria, CFO da Microsoft, destacou que o governo federal tem liderado o processo de transformação digital no País, crescendo no campo da economia digital em ritmo 2,5 vezes superior à indústria. Serafim de Abreu, CFO da IBM Brasil, acrescentou o dado de que o portal Serviços.gov.br já conta com 1.080 serviços digitais. O grande desafio, contudo, é conseguir comunicar as diversas fontes de informação geradas por municípios, estados e o próprio governo federal para criar uma base de dados unificada em nível nacional.

Com relação às projeções para o mercado, a perspectiva é que o setor de TI como um todo, considerando software e serviços, encerre 2018 com crescimento entre 4,5% a 5%. A perspectiva para 2019 também é favorável. Com relação aos investimentos em tecnologia, Glaucio Barros, CFO da NCR, destacou que os setores de varejo e de restaurantes tendem a aportar mais recursos em soluções de autoatendimento. Paulo Mendes, CFO da SAP Brasil, acrescentou a tendência de que as tecnologias de inteligência artificial e machine learning devem se tornar mais acessíveis e difundidas nas empresas e, como próximo passo da transformação digital, virá a era da “empresa inteligente”, em que o ERP funcionará basicamente de maneira autônoma.

Busca por talentos aquecida – Há uma clara recuperação dos processos de contratação de executivos para posições C-level neste ano, com aumento de 53% em relação a 2017, destacou Fernando Andraus, senior partner da Page Executive. Dentre estes, o CFO é o que tem a cadeira mais quente, representando 33% dos processos realizados. Com relação aos setores mais aquecidos na busca por talentos, o destaque vai para saúde, infraestrutura e energia. A contratação de executivos motivada pelos investimentos de fundos de venture capital também deve movimentar esses processos nos próximos dois anos.

Ao completar seu primeiro aniversário de vigência, a reforma trabalhista (Lei 13.467/2017) já mostra efeitos positivos no ambiente empresarial, destacou Philip Lejeune, CFO da Kelly Services. Ele ressaltou que houve redução de 40% no número de ações trabalhistas no Judiciário e que prerrogativas trazidas pela nova legislação, como a terceirização da atividade-fim, trazem oportunidades de ganhos de eficiência para as organizações. Outro aspecto positivo da reforma, acrescentado por Paula Raya, CFO da Randstad, está no enfraquecimento dos sindicatos e de sua influência na pressão inflacionária sobre os salários, que impactava no aumento de custos da cadeia produtiva do País. Para efeito comparativo, ela notou que em 2018 essa pressão inflacionária caiu para algo entre 1% a 1,5%, ante 4% a 5% em 2017.

Paula também destacou que os CFOs devem estar atentos aos impactos da Lei Geral de Proteção de Dados (Lei 13.709/18), que entrará em vigência a partir de fevereiro de 2020. Ao reforçar o alerta, Rogério Menezes, CFO da Smurfit Kappa Brasil, observou que o tema está na agenda dos conglomerados industriais (a exemplo de sua organização), mas o País, de maneira geral, está atrasado se comparado às políticas e práticas globais já aplicadas sobre proteção de dados.

Recuperação nos setores de serviços – A recuperação do crescimento no segundo semestre de 2018 foi destacada por vários CFOs durante a reunião. Emilio Sanches, da Estapar Estacionamentos, notou a retomada do fluxo de veículos nos segmentos de edifícios comerciais e aeroportos, com o setor de hospitais mantendo franco crescimento. Renata Theil, CFO da Leaseplan, empresa de gestão de frotas, também confirmou uma perspectiva mais otimista para o fechamento do ano, prevendo crescimento de 10% para o segmento automotivo em 2018, e de 3% em 2019.

Outro mercado que sentiu recuperação foi o de planos de saúde, informou Luis Blanco, CFO da Odontoprev. De acordo com o último dado disponível, o setor já aumentou em 561 mil beneficiários neste ano, impulsionado pela geração (ainda lenta) de empregos. O segmento de saúde bucal continua apresentando crescimento acelerado, tendo esse mercado como um todo recebido 1,5 milhões de novos beneficiários em 2018. Blanco destacou também o papel da tecnologia como grande alavancadora para o setor de saúde, em aplicações como telemedicina, prontuários eletrônicos intercambiáveis e data analytics.

O impacto da transformação digital também foi evidenciado por Daniel Godoy, CFO da Jacobs, ao destacar que o uso de novas tecnologias tem sido uma vertente para o crescimento do campo de trabalho de engenharia em áreas como biotecnologia e gestão de processos gerenciais e projetos com utilização de inteligência artificial.

Panorama internacional – Adolpho Cyriaco, CFO da Embraco, empresa de compressores herméticos que são o coração de sistemas de refrigeração (domésticos e comerciais) expôs a visão de uma indústria brasileira com presença global. Ele destacou que a China apresenta ritmo de crescimento diminuído no consumo interno em relação a anos anteriores, enquanto a Índia mostra-se um mercado pujante. O imbróglio comercial entre China e Estados Unidos também acabou por favorecer as exportações da indústria brasileira para terras americanas. Com relação ao consumo desses produtos no Brasil, Cyriaco ressaltou o crescimento demonstrado pelo segmento comercial nos últimos meses, que abre perspectiva positiva para 2019.

Com relação ao fluxo de investimentos estrangeiros para o Brasil, Charles Putz, da Verena Ventures, expôs que o cenário inverteu com relação a quais investidores estão em compasso de espera. Os ocidentais que colheram bons frutos com a eleição de Donald Trump, nos EUA, estão animados com a vitória de Jair Bolsonaro no Brasil, demonstrando interesse em retomar investimentos no País. Já os investidores asiáticos, que até então apostavam no potencial brasileiro com um olhar para o longo prazo, ficaram preocupados com o resultado do pleito e agora preferem aguardar para ver quais medidas serão tomadas pelo novo governo.

Ao complementar com sua visão, Aury Ermel, CFO do China Construction Bank, ponderou que de fato os investidores asiáticos talvez não compartilhem neste momento a visão otimista dos brasileiros em relação ao futuro do País. Contudo, ele ponderou que o discurso de Bolsonaro é bem aceito pelo mercado brasileiro, ainda que existam alguns percalços no caminho, e que a expectativa para 2019, de forma geral, é positiva.

Vinicius Cruz, CFO do Bradesco Seguros, ressaltou que o mercado de seguros, de forma geral, ainda é pouco penetrado no Brasil, o que gera oportunidade de crescimento. Dentre os segmentos, destacou o de previdência privada, cuja expansão foi estimulada pelo debate da reforma da previdência. Ele também ressaltou o uso da tecnologia para combater desperdícios e otimizar processos, no setor de saúde, e a importância de as empresas realizarem investimentos na cadeia de valor para viabilizar o crescimento sustentável. ¨E, nós CFOs, precisamos continuar fazendo o que já colocamos em prática: controlar custos e olhar o negócio com uma perspectiva para o crescimento¨.

Projeções para 2019

José Cláudio Securato, CEO da Saint Paul Escola de Negócios, sumarizou as impressões dos participantes e apresentou algumas perspectivas para o próximo ano. Para 2018, a previsão é encerrar com crescimento de 1% do PIB, e projeção de 2% de expansão para 2019, com alguma certeza, caso não venha a surgir um fato excepcional como a greve dos caminhoneiros, que teve forte impacto sobre os resultados das empresas neste ano. A recuperação do emprego seguirá em ritmo lento. A inflação deverá manter-se na meta e a taxa de juros em patamar de cerca de 8%.

Por fim, Securato deixou para reflexão como o novo governo deverá endereçar a agenda defensiva (reformas previdenciária e fiscal, para assegurar a solvência do Estado) versus uma agenda positiva (fortalecer setores estratégicos e melhorar o ambiente de negócios de forma geral).

¨Lembro que todos os CFOs que fazem parte do IBEF-SP representam, por meio das empresas em que trabalham, 20% da economia brasileira. Se falarmos que vai, as coisas vão acontecer. Se vocês decidem abrir lojas, ampliar fábricas, fazer investimentos em tecnologia e empregar pessoas, isso de fato move o País. Então, encerramos o ano com um cenário de otimismo moderado¨, ressaltou Securato. ¨Estamos melhor do que antes, mudamos de página. Agora vamos começar a entender como esse governo vai trabalhar¨.

Confiança no futuro

¨É uma honra participar de um grupo tão seleto e com uma representatividade tão importante do nosso PIB. Aprendi a perspectiva de diversos segmentos, o que me deixou muito motivado porque nós, como provedores de tecnologia, estamos de alguma forma em todas as empresas e as estamos ajudando a se transformarem. O momento do cenário positivo que as empresas estão enxergando nos deixa bastante felizes porque está em linha com o momento que estamos enxergando¨, dito por Mauricio Prado, vice-presidente de soluções de negócios da Oracle do Brasil.

¨Foi uma experiência muito boa (participar da reunião como patrocinador). Sem dúvida, pareceu-me um evento muito prático: informações relevantes, de pessoas muito relevantes, que estão à frente de negócios relevantes. Então, foi muito importante poder fazer parte desse grupo e deste evento. Nossa leitura também foi positiva em relação ao que estamos enxergando, o movimento dos nossos clientes, dos nossos parceiros, e aqui foi corroborada com essa visão mais otimista, apesar de moderada, compartilhada pelos executivos¨, dito por Cesar Pinela, CEO do Grupo Cassis – TaxWeb, digital company voltada para compliance fiscal.

Conheça a Certificação CFO (BR)

Lançada pelo IBEF-SP, a Certificação CFO (BR) visa reconhecer, perante o mercado, o profissional de finanças por sua experiência na área. O executivo certificado poderá utilizar o selo do programa em seu cartão de visita, currículo e assinatura.

Para obter mais informações sobre os requisitos para a candidatura, entre em contato com Felippe Cippiciani, responsável pelo programa de certificação: (11) 3016-2121 / 98961-0166 e pelo e-mail [email protected] .

 

 

 

 


 

 

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