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IBEF SP na Imprensa: Índice de Confiança do CFO

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Confira a matéria publicada no jornal Valor Econômico sobre a primeira edição do Índice de Confiança do CFO – ICFO, desenvolvido pelo IBEF São Paulo e a Saint Paul Escola de Negócios

Mudança acalma, mas política ainda preocupa CFOs

Por Letícia Arcoverde – 30/05/2016

Busca por eficiência e cortes de funcionários e terceirizados devem pautar o planejamento das empresas ao longo deste ano, segundo os executivos que lideram a área de finanças de grandes companhias do país e que participaram da pesquisa que deu origem ao novo Índice de Confiança do CFO.

Desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças de São Paulo (Ibef) e pela Saint Paul Escola de Negócios, o índice será publicado trimestralmente e vai medir as perspectivas dos CFOs em relação à economia e aos seus negócios. A primeira edição, referente ao primeiro trimestre deste ano, teve participação de quase 100 diretores e vice-presidentes financeiros.

O destino de investimentos mais citado por eles foi a área de tecnologia da informação (23,9%), o que reflete uma busca por mais eficiência e produtividade. “É um investimento em revisão de processos para eliminar ineficiências.A agenda interna passa a ser mais importante, pois é o que vai dar competitividade para sair da crise mais forte”, diz Flavio Donatelli, diretor financeiro e de relações com investidores da Duratex e que faz parte da diretoria local do Ibef. Segundo a pesquisa, cerca de 15% das empresas vão destinar investimentos para a ampliação da capacidade instalada e 13,9% para novas linhas ou unidades de negócios.

Quase metade das companhias (46%) prevê reduzir o quadro de funcionários neste ano, sendo que quase 10% pretende cortar mais de 10% do quadro. Já 50,7% preveem cortar o número de terceirizados. Menos de um terço (28,4%) das companhias têm planos de aumentar o número de funcionários, e 19,4%, o de terceiros.

Nessa primeira edição, o índice geral de confiança captado pela pesquisa registrou 87,4 pontos, o que indica uma perspectiva pessimista. O índice é uma média da opinião dos diretores financeiros sobre a economia do país, o setor de atuação da empresa e a própria companhia. Quando questionados sobre o negócio, a perspectiva é bastante positiva (118,9). A queda na confiança acontece quando é analisado o setor de atuação (99,5) e cai ainda mais quando se observa apenas a economia (43,8). O valor 100 é considerado neutro – números abaixo disso são pessimistas, e acima, otimistas.

Como a consulta foi realizada antes do afastamento da presidente Dilma Rousseff e da entrada do governo interino de Michel Temer, no entanto, a expectativa dos participantes é que na próxima edição esse índice venha mais positivo. Donatelli, da Duratex, vê mais confiança nas medidas do novo governo no médio prazo.

O vice-presidente de finanças do grupo NotreDame Intermédica, Daniel Levy, concorda. “Há consenso de que esse vai ser um ano difícil porque a situação macro não se reverte de uma hora para a outra, mas acredito que existe o resgate de algo que é primordial para a retomada, que é a confiança”, diz. Embora ainda aguardem mais definições da nova equipe econômica, os CFOs consideram que as decisões anunciadas estão no caminho certo. “Conseguir estabilizar a economia já nos dá a possibilidade de planejar”, diz Augusto Ribeiro, que lidera a área de um grupo do setor industrial.

O ambiente político foi a segunda maior preocupação apontada pelos gestores, citada por 10,6%, mesmo percentual apresentado pelos que destacaram o câmbio. O ponto mais lembrado pelos CFOs é a fraca demanda do mercado interno (17,8%). As preocupações que completam a lista, no entanto, estão menos relacionadas com mudanças políticas e econômicas de curto prazo: custo da mão de obra (8,3%), competitividade e atuação da concorrência (7,4%), estrutura tributária (6,9%) e acesso a recursos financeiros (6,9%).

Para o presidente do Ibef-SP, José Cláudio Securato, isso indica que os maiores entraves não se resolverão com a “lua de mel” decorrente da troca de governo. “Não é só uma questão política, mas de problemas estruturais”, diz.

Fonte: Valor Econômico

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