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Acessar modelos inovadores que estão surgindo na indústria financeira e discutir novidades do mercado, direto com quem está fazendo acontecer. É esse tipo de conhecimento que enriquece quem participa das reuniões regulares da Comissão Técnica de Mercado Financeiro e de Capitais do IBEF-SP.
Liderada por Rosangela Santos, a Comissão realizou sua primeira reunião de 2023, no dia 9 de março, com um debate sobre o cenário desafiador das operações nos mercados de capitais e de crédito. Os participantes destacaram a necessidade de estarem atentos às tendências, o perfil de ativos que estão sendo absorvidos pelos mercados, diversos parceiros bancários e investidores entre as melhores condições de custo, incluindo ativos securitizados, CRIs, CRAs e Fiagros.
A pauta também incluiu o surgimento de novas infraestruturas de mercado que possam trazer maior credibilidade nas avaliações das oportunidades.
Tendências para o ano – “Os membros avaliaram que o ano deve ser movimentado para operações de M&A com a consolidação de alguns players. Por outro lado, operações de IPOs, seguem sem previsões mais concretas no horizonte tendo em vista o apetite de risco dos investidores tanto locais quanto globalmente”, destaca Rosangela.
Finanças sustentáveis e ESG na prática também são grandes temas que estão na agenda, abrangendo os desafios do amadurecimento para acelerar a transição da alocação e recursos para práticas sustentáveis. Foram apontadas novas regulações tanto da CVM quanto do Bacen que tratam da padronização, taxonomia dos ativos financeiros, da classificação para os fundos de investimentos, mensuração, demonstração da materialidade de impacto no meio ambiente e na sociedade dos projetos e efetivo disclosure das informações pelas empresas.
Outros assuntos que seguirão fortes são digitalização do sistema financeiro de pagamentos nacionais e transfronteiriços, Real digital, novos modelos de negócios, finanças embarcadas, e tokenização de ativos financeiros de renda fixa e variável, usos reais, como já vieram sendo debatidos desde as últimas reuniões de 2022.
A próxima reunião da CT já está agendada e acontecera será no dia 13 de abril, às 8 horas da manhã.
Modelos de negócios inovadores
Para se ter ideia do tipo de discussão que acontece nas reuniões da Comissão Técnica de Mercado Financeiro e de Capitais, em 2022, os membros conheceram a fundo dois projetos inovadores que estão no sandbox da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O sandbox é um ambiente experimental criado do órgão regulador do mercado de capitais, para desenvolver inovações em atividades regulamentadas.
Mercado secundário para investimentos startups – A plataforma que visa criar um mercado secundário para investimentos privados em startups, focado em empresas da nova economia, foi apresentada Diego Perez, presidente da ABFintechs – Associação Brasileira das Fintechs – e CEO da SMU Investimentos no dia 29 de novembro de 2022. Lançada em outubro e nomeada de “Estar”, a plataforma tinha previsão para começar a operar com força total a partir em janeiro de 2023.
Mini IPO tokenizado – Dentro desse projeto, a SMU inaugurou o conceito de “Mini IPO tokenizado”. O objetivo dessa inovação é possibilitar que empresas de pequeno porte possam se capitalizar, seguindo a mesma dinâmica de captação de uma companhia tradicional quando acessa o mercado de valores mobiliários públicos, mas com requisitos e obrigações regulatórias proporcionais ao seu tamanho.
O foco do Mini IPO são companhias com faturamento bruto anual de até R$ 40 milhões ou, se fizer parte de um grupo econômico, faturamento até R$ 80 milhões.
A primeira operação foi a da própria SMU Investimentos, que captou R$ 7 milhões em outubro de 2022 utilizando a plataforma.
Tokenização de ativos de renda fixa – Os membros da Comissão Técnica puderam conhecer mais a fundo o tema da tokenização de valores mobiliários por meio da reunião que contou com a participação de Juliano Cornacchia, CEO e cofundador da fintech Vórtx, realizada em 10 de novembro de 2022. A fintech também está no sandbox da CVM.
O primeiro alvo da tokenização são títulos de renda fixa, como debêntures, CRI e CRA. Os investidores poderão se beneficiar de maior liquidez no mercado secundário, com a futura possibilidade de negociação via balcão organizado, utilizando da tecnologia blockchain. A digitalização também dará visibilidade a informações até então opacas a respeito desses papéis: quais os emissores com maior índice de adimplência e pontualidade nos pagamentos, entregas de relatórios e monitoramento de todas as obrigações e garantias presentes nas escrituras.
Nova ferramenta para os financeiros – Além de introduzir aos associados(as) modelos de negócio inovadores, a Comissão também abriu espaço para que os profissionais conhecessem ferramentas novas para otimizar o seu dia a dia.
O professor Carlos Antonio Rocca, Coordenador do CEMEC – Centro de Estudos de Mercado de Capitais da Fipe, apresentou um trabalho inovador desenvolvido pela instituição para assessorar os financeiros na coleta de dados sobre o mercado. A ferramenta permite a visualização de diversas variáveis de mercado, desde preços, taxas de juros, índices de inflação, fontes para captação de recursos, linhas de crédito, emissões de debêntures, entre outros dados que possibilitam ter a perspectiva sobre cenários possíveis e projetar custo de capital.
Como resumiu Rocca, trata-se de informação que ajudará a subsidiar a tomada de decisão e o planejamento dos executivos de finanças para otimizar a estruturação de capital. Por meio da parceria, foi dada aos membros da Comissão a oportunidade de receber uma primeira mostra da nova ferramenta que está sendo desenvolvida, para oferecer feedback sobre o produto que será oferecido ao mercado.
Ao longo do ano, a Comissão também pautou temas de maior abrangência para os associados, incluindo perspectivas para o cenário geopolítico, para o mercado de fusões e aquisições, impactos de novas regulações e da agenda ESG sobre as operações.
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