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Como transformar boas ideias em negócios rentáveis

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Inovação do produto ou serviço, tamanho do mercado potencial e até mesmo comportamento dos sócios são fatores que podem atrair ou afastar investidores

Investidores e empreendedores discutiram as oportunidades para startups no Seminário IBEF Jovem “Desvendando o venture capital: o segredo para transformar boas ideias em negócios rentáveis”, realizado nesta terça-feira (25), na sede do IBEF SP.

Eduardo Meira (IBEF Jovem)

O IBEF jovem praticamente dobrou sua base de associados em 1 ano e meio, e hoje reúne 120 participantes, informou Eduardo Meira, líder da pasta Carreira, Desenvolvimento e Empregabilidade do IBEF Jovem. “Alcançamos este crescimento graças ao engajamento dos nossos associados nas atividades do Instituto. É um trabalho pro bono”, ressaltou Eduardo, na abertura do evento.

Conjuntura favorável – Rafael Leão, sócio-fundador e economista-chefe da Parallaxis, startup focada em desenvolvimento de inteligência econômica, ofereceu uma ampla visão sobre o ajuste em curso na economia brasileira e as oportunidades de funding para empreendedores.

Rafael Leão, sócio-fundador da Parallaxis

Enquanto setores primários sofreram desinvestimentos, observou Leão, os fundos de private equity e venture capital aumentaram o volume de aportes nos últimos anos – foram R$ 152,3 bilhões de capital comprometido em 2015, crescimento de 20% contra o ano anterior. As startups de tecnologia estão no topo da atração de investimentos, o que mostra o potencial deste segmento.

Quebrando o big data – A Parallaxis surfou nas oportunidades desse mercado. Fundada há três anos por empreendedores com menos de 30 anos de idade (egressos do mercado bancário e de agência de rating), a startup desenvolveu uma tecnologia que, associada ao conhecimento setorial dos sócios, possibilita uma rápida coleta e análise dos dados dos principais 18 setores da economia.

Debate entre empreendedores e investidores

Hoje a startup presta serviços de consultoria econômico-financeira para fundos de investimento, principalmente de venture capital e private equity. Também auxilia outras empresas nascentes a consolidarem seus planos de negócios.

Em 2016, a Parallaxis fechou parceria com a fundação de inovação tecnológica FITec, e se prepara para lançar uma plataforma de inteligência para o mercado, contou o sócio Diego Machado. A parceria vai contribuir para a operacionalização deste projeto.

Robôs investidores – Mateus Lana empreende desde os 22 anos de idade. Ele é um dos fundadores da SmarttBot, startup que oferece uma plataforma online de estratégias de investimentos automatizados. O foco é o investidor pessoa física atuante no mercado de capitais.

Mateus Lana, fundador da SmarttBot

Aos cinco anos de vida, a SmarttBot gira R$ 6 bilhões por mês e conta com 1.200 usuários ativos, ou seja, que acessam o sistema pelo menos uma vez por semana. A startup já fez uma aquisição, estabeleceu parcerias com as principais corretoras de mercado e participa dos programas de fomento do Bradesco e do Google.

“Aprendemos a falar a língua dos investidores”, afirmou Mateus, acrescentando que a startup estruturou um plano de negócios e está em busca de investidores.

Visão dupla: empreendedor e investidor – Rodrigo Dantas, CEO da Vindi, sabe como é estar na outra ponta da mesa.  A fintech de pagamentos online fundada por ele já recebeu aportes de fundo de capital semente, investimentos-anjo e, recentemente, de um fundo de venture capital. Há 1 ano e meio, Dantas começou a fazer investimento-anjo em outras startups.

Rodrigo Dantas, CEO da Vindi, ao lado de Vanda Scartezini

“Muitas vezes você só conhece realmente o seu investidor depois que você assina o contrato”, observou Dantas, reforçando a importância de as duas partes estabelecerem claramente os termos de saída antes de fecharem negócio.

Entre os principais aspectos que os investidores de venture capital analisam antes de decidirem aportar recursos em uma startup, observou o CEO, estão: conexão do produto ou serviço com um problema de mercado; tamanho do mercado potencial; time; posição competitiva; diferenciais do negócio; e perspectiva de retorno do investimento inicial.

Conheça bem o perfil do investidor – “Para cada estágio do negócio existe um perfil de investidor mais adequado”, ressaltou o fundador da Anjos do Brasil, Cassio Spina. O investimento-anjo costuma entrar na fase em que o negócio já possui um protótipo (serviço ou produto), observou Spina, e envolve aportes na faixa de até R$ 1 milhão.

Cassio Spina, fundador da Anjos do Brasil

Mas antes de bater na porta do investidor-anjo, o empreendedor deve fazer a lição de casa. É preciso entender as características que serão avaliadas pelo investidor em relação à oportunidade: adequação do estágio do negócio ao perfil daquele investidor; enquadramento do negócio na tese de investimento do mesmo; setores e região de atuação preferenciais do investidor; inovação (vantagem competitiva do negócio); estabilidade; tamanho do mercado endereçável; e uso do capital.

“Se o empreendedor estudar todos esses aspectos primeiramente, ele vai economizar o tempo dele, o tempo do investidor, e terá mais chances de bater na porta certa”, aconselhou Spina.

Negócio de risco – “Venture capital é um negócio de risco. É uma grande oportunidade, mas pode gerar frustrações para algumas organizações”, afirmou Edsmar Resende, gerente de M&A da Inseed, gestora de recursos financeiros com foco em venture capital e capital semente.

Edsmar Resende, gerente de M&A da Inseed

A gestora é responsável por três fundos com esse foco: Criatec, Inseed Fima e Criatec 3. Somente este último possui R$ 220 milhões para investimentos em negócios relacionados a nanotecnologia, novos materiais, agronegócio, TIC e big data.

Ao montar o primeiro fundo, por exemplo, a Inseed analisou 1.867 startups e investiu em 36. Das investidas, 40% quebraram ou não deram retorno, mas o restante garantiu uma alta rentabilidade ao fundo. As empresas já desinvestidas proporcionaram um retorno de 30% ao ano. “É preciso peneirar muito até encontrar os negócios que darão excelente retorno”, observou Resende, , acrescentando que a gestora busca startups com grande potencial de inovação.

Composição do time – O comportamento, habilidades complementares do time e as relações entre os sócios da startup também são fatores que pesam na decisão do investidor, afirmou a mediadora do debate, Vanda Scartezini, sócia da Polo Consultores Associados e presidente do Conselho da FITec.

“Já tive uma experiência em que descartarmos o negócio porque um dos sócios era simplesmente inviável”, afirmou Vanda, sobre a relevância de avaliar os perfis psicológicos dos sócios antes de fazer o investimento.

Vanda Scartezini, presidente do Conselho da FITec

O investidor-anjo Cassio Spina acrescentou que a startup é um ambiente em que os sócios precisam saber conviver e lidar com uma pressão gigantesca. “Aprendi a verificar se essas pessoas já trabalharam juntas alguma vez  na vida e por quanto tempo”, completou Spina, acrescentando que esse fator tem relevância para o sucesso do negócio.

“Analisamos o comportamento de todos os empreendedores-chave, individual e coletivamente”, disse Edsmar Resende, lembrando que já houve um caso em que o CEO da investida teve que fazer coaching para se manter como gestor , pois era um bom desenvolvedor, mas não tinha perfil executivo.

As condições para a saída de qualquer pessoa do time devem ser combinadas no início da empresa, completou Rodrigo Dantas. “Por isso temos o cuidado de preparar todos esses termos com antecedência, para evitar este tipo de problema. Se está escrito, não há o que argumentar”, aconselhou o CEO.

 

PRÓXIMOS EVENTOS DO IBEF JOVEM

3 de novembro – Seminário “Carreira e Empregabilidade – Conselhos práticos para uma carreira de sucesso”, com especialistas convidados para falar sobre construção da marca pessoal e melhoria de relacionamento com headhunters.

19 de novembro – Campanha Doe Sangue IBEF SP, iniciativa do IBEF Jovem em parceria com a Fundação Pró-Sangue Hemocentro de São Paulo. A ação social acontecerá das 10h às 16h, no Posto Clínicas (dentro do Prédio dos Ambulatórios) do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Dezembro – Encontro de mentoring com o líder de finanças para o Brasil da Amazon, Marcelo Giugliano. A data será divulgada em breve.

(Reportagem: Débora Soares / Fotos: Mario Palhares)

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