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O poder da comunicação não verbal para conquistar investidores

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Pesquisa encontra relação entre a linguagem corporal de CEOs em apresentações e os valores propostos pelos fundos de investimento

Por Eduardo Adas, sócio-fundador da SOAP

Imagine um CEO fazendo uma apresentação para atrair o aporte de fundos de investimento em seu negócio. Agora, suponha que este momento tenha sido transformado em uma gravação de 30 segundos, sem áudio ou legendas sobre o conteúdo falado. Multiplique essa situação por mais de 200 vezes.

Foi assim que, em 2015, professores das universidades americanas Carolina do Norte – Chapel Hill, Michigan e Stanford conduziram uma pesquisa sobre o poder da linguagem corporal na hora de atrair investimento. O objetivo era checar se há relação entre o valor proposto por investidores para as ações de uma empresa e o comportamento do presidente durante sua explanação. O resultado foi positivo: os participantes ofereceram valores mais altos para as ações dos apresentadores com melhor comunicação não verbal.

Uma linguagem corporal inadequada pode transparecer a sua insegurança e diminuir a confiança do investidor em sua empresa.

A seguir, apontamos alguns erros comuns em comunicação não verbal e sugestões de como se portar para evitá-los.

Andar de um lado para o outro
Muitas vezes, o nervosismo toma conta do apresentador de tal forma que ele acaba se movimentando excessivamente – mesmo sem perceber. Ficar andando, sem parar, de um lado para o outro no palco é um exemplo. Ou então apoiar-se em uma das pernas e ficar “pendendo” para um lado ou para o outro.

Esse tipo de atitude não agrega informação ao conteúdo de uma apresentação – nem reforça a mensagem que você quer passar, nem facilita o entendimento. Ao invés disso, demonstra o seu desconforto e nervosismo por estar ali. As pessoas podem não se dar conta explicitamente dos seus movimentos, mas tendem a ficar desconfortáveis na plateia. Como consequência, você pode perder credibilidade, algo essencial em todas as apresentações profissionais.

Para alguém investir em você e nos seus projetos, é importante transmitir confiança em relação ao que diz, o que mostra que o seu negócio é promissor. Quando subir no palco, a nossa dica é que você adote uma postura neutra, com pernas e ombros paralelos ao corpo e a cabeça paralela ao chão. Conforme a apresentação avança, você pode se movimentar e se conectar com as diferentes pessoas da audiência. Sem exageros.

Gestos que não dizem nada (ou falta de gestos)
Existem alguns movimentos com as mãos que são comuns entre apresentadores ansiosos – chamamos de “movimentos manipulatórios”. Alguns exemplos são tirar e colocar o anel, mexer no cabelo o tempo todo, apertar o botão da caneta incessantemente, entre outras ações visivelmente no “piloto automático”. Ou seja, o palestrante não as faz intencionalmente, mas, sim, por força do hábito, muitas vezes, sem nem se dar conta.

Já os gestos são diferentes. Eles são importantes reproduções dos nossos pensamentos, ajudam a dar dinamismo à fala e a reforçar o que queremos dizer. Pense em um apresentador que não faz nenhuma movimentação. A não ser que o discurso seja muito interessante, a probabilidade de que a audiência se entedie em poucos minutos é maior.

É por isso que a presença dos gestos, ao mesmo tempo naturais e intencionais, e condizentes com a fala, é essencial em apresentações profissionais.

Expressões faciais inadequadas ao contexto
Um dos primeiros aspectos que a audiência nota em um apresentador é o seu semblante. Antes de começar a falar ou de se movimentar no palco, é a nossa expressão facial que fica evidente. Ainda que, mais uma vez, a audiência nem se dê conta de que está reparando nisso.

Mesmo que de maneira inconsciente, ao bater os olhos no rosto de outra pessoa, já começamos a julgar e a formar percepções. Adotar uma expressão muito fechada, por exemplo, pode fazer com que você pareça arrogante ou antipático. No extremo oposto, sorrir o tempo inteiro pode não ser apropriado para abordar alguns assuntos.

Aqui, mais uma vez, é essencial que haja uma adaptação ao discurso. Caso o tema tratado seja mais animado – como, por exemplo, as conquistas de sua empresa – é indicado esboçar uma expressão mais sorridente. Caso não seja um assunto muito positivo, o melhor é adotar uma expressão facial neutra – nem muito séria, nem muito feliz.

Fazer um estudo sobre o seu público também é essencial. Dependendo das pessoas com quem conversamos, determinado semblante é mais apropriado do que outro. Por exemplo, algumas empresas são mais formais e exigem mais seriedade. Já outras são mais “descoladas” e valorizam a espontaneidade.

Uma alternativa para melhorar a linguagem corporal é a simulação. Fique em pé e discorra sobre o que você falará na hora H como se já fosse o grande dia. Adote, desde então, a comunicação não verbal adequada. Faça isso até você se sentir confiante de que tudo está na ponta da língua – e do corpo!

Fonte: https://blogs.wsj.com/moneybeat/2015/08/13/can-you-judge-an-ipo-by-its-ceo/

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