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Conselhos para jovens executivos

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Plano de carreira é responsabilidade do indivíduo, e não da empresa. Esse foi um entre vários conselhos oferecidos por Luiz Roberto Calado e Mário Mafra, vice-presidentes do IBEF SP, a estudantes de MBA da Fundação Getúlio Vargas no evento “Lições de carreira em finanças”, realizado na FGV, na última segunda-feira (04), em São Paulo. Participaram cerca de 90 pessoas.

Eventos semelhantes com a participação do IBEF SP ocorrerão em outras instituições de ensino.

“A carreira não é algo estanque. Ela tem movimentos, é dinâmica”, assinalou Mário Mafra. Dentre os conselhos oferecidos aos jovens, o CFO da Wheaton Brasil recomendou que façam um inventário anual de carreira. Ou seja, uma descrição de todas as atividades profissionais que realizou ao longo de cada ano.

“Isso ajuda você a se situar no momento em que está vivendo e a perceber se dentro do que planejava, você realizou tudo o que gostaria e o que não foi concretizado. Ter esse inventário de realizações também é útil para montar o currículo ou se preparar para entrevistas de emprego, em um momento de transição de carreira”, completou Mafra.

Sonhos que se transformam – Mário Mafra começou a trabalhar aos 14 anos de idade. Aos 17, deixou a pequena Além Paraíba, município mineiro com cerca de 35 mil habitantes, para abraçar o sonho de seguir uma carreira na área econômica. Para isso, foi estudar economia na Universidade Federal Fluminense, em Niterói (RJ).

Por incentivo de um colega de faculdade, Mafra iniciou a carreira como trainee de auditoria externa em uma “big four”. Conforme encontrava seu lugar profissional e galgava o sucesso, a vida acadêmica entrava em descompasso. Foi então que Mafra decidiu romper com a faculdade de economia, após oito anos, e iniciou uma nova formação em ciências contábeis.

Luiz Roberto Calado também fez escolhas que mudaram seu rumo profissional. Nascido em Santos (SP), começou a carreira na área de TI como programador de sistemas. Leitor ávido de jornais e muito curioso, sempre questionou a forma como os assuntos econômicos eram tratados.

O interesse natural por economia somado a um fato da época, o estouro da bolha da internet, que afetou drasticamente o mercado de tecnologia no final da década de 90, incentivaram Calado a trilhar um novo caminho profissional. Foi assim que ele começou a cursar a faculdade de economia na Universidade de São Paulo.

Busca pela melhor formação – Não é de hoje que se enxerga o valor que uma pós-graduação em instituição renomada pode conferir ao currículo.

Mário Mafra buscou isso quando começou a cursar um MBA de “Avaliação de Empresas e Projetos” na FGV. Gostou da experiência e decidiu – um par de anos depois – aprofundar seus conhecimentos em finanças por meio de um mestrado em administração financeira na PUC do Rio de Janeiro.

Quando começou o mestrado, ele já era um profissional experiente e seu primeiro filho acabara de nascer. Nesse contexto, ele se viu desafiado a acompanhar uma turma de estudantes muito mais jovens e com um preparo acadêmico mais avançado. Mas ele não se intimidou: “Eu tive que correr para não ficar para trás”.

Vontade e esforço são fundamentais na vida acadêmica, observou Mafra. “Eu estudei tanto que, como resultado, fui o primeiro da turma a defender a tese de mestrado, e virei referência, no IAG da PUC/RJ, como uma das pessoas que mais entendia de testes estatísticos não paramétricos (Wilcoxon Signed Ranks) e decorrelação (Spearman)”. Pouco tempo depois, Mafra virou professor na mesma universidade.

Luiz Calado destacou também a importância de buscar a melhor formação, inclusive no plano internacional: “Fiz doutorado na Alemanha e na Argentina, e pós-doutorado nos Estados Unidos, na Universidade da Califórnia”.

Atualmente, o economista trabalha junto ao governo brasileiro em projetos para melhorar a imagem do ambiente de negócios do país no exterior. Com esse propósito, organizou em 2015 dois eventos com investidores nos EUA, com as participações da presidente e do então ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa. Tal iniciativa ajudou a reatar os laços entre os dois países na área de investimentos.

A importância do networking – A participação em associações, como o IBEF SP, foi destacada por Calado e Mafra como excelente oportunidade para o executivo ampliar a rede de relacionamentos – o que poderá trazer impactos surpreendentes para carreira.

“Consultorias estimam que, mundialmente, 80% das vagas de emprego são preenchidas por indicação e somente 20% por recrutamento”, pontuou Calado.

“Networking eficaz é, antes de tudo, disponibilidade para ajudar o outro”, ressaltou Mário Mafra. E o resultado pode vir de onde menos se espera. Mafra contou aos jovens que foi por meio de um amigo que conheceu – curiosamente, em uma associação de criadores de truta – e a quem ajudou em uma questão de contabilidade rural, que acabou recebendo, tempos depois, a proposta de emprego para a Wheaton, onde atua há 15 anos como CFO.

“Se você tem duas, quatro, seis pessoas que ajudou em algum momento, algum dia elas poderão fazer a diferença para você. E se não puderem ajudar você, pelo menos conseguirão alguém que possa”, aconselhou.

Luiz Calado afirmou que sua participação no IBEF SP e em outras associações foi crucial para conhecer pessoas que o auxiliaram em suas realizações profissionais. Entre esses feitos, por exemplo, estão alguns dos 20 livros escritos pelo economista.

Uma dessas obras, “100 dúvidas de carreira para o executivo de Finanças”, da Saint Paul Editora, coordenada em parceria com José Cláudio Securato, presidente do IBEF SP, foi sorteada no evento.

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