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Decisão unânime do BC para a alta da Selic divide opiniões

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Data: 29/08/13 | Veículo: Web Diversos | Editoria: executivosfinanceiros.com.br

ibef na imprensa

Ciclo de alta deve continuar na visão do Itaú Unibanco

Com a elevação da Selic para 9% ao ano pelo Banco Central na quarta-feira, 28, a tendência é de continuidade da alta dos juros básicos da economia. Na visão de Ilan Goldfajn, economista-Chefe, e Caio Megale, economista, do Itaú Unibanco, a decisão reforça a projeção de que a taxa Selic terminará 2013 em 9,75% a.a. “Esperamos uma alta adicional de 0,50 p.p. na próxima reunião do Copom e uma última alta de 0,25 p.p. em novembro”, apontam.

A decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil (Copom) do Banco Central foi unânime na elevação de 0,50 ponto percentual na taxa de juros básica (Selic).

Na análise do Itaú Unibanco, a desaceleração da atividade econômica, somada ao risco de alta do deseprego e a queda da inflação poderiam levar o Copom a suspender a alta dos jros antes do esperado.

Em função do repasse da depreciação do câmbio aos preços ao consumidor, o risco de inflação fez com que os membros do Copom deixassem claro em seus pronunciamentos sua intenção de manter o processo de aperto monetário.

Em acréscimo, a pressão das novas condições internacionais provocou forte depreciação do câmbio e aumento das expectativas de inflação, levando os mercados de juros futuros a apreçar a aceleração do ritmo da alta da Selic.

Para os economistas do Itaú, a “confirmação pelo Copom da elevação de juros ao ritmo de 0,50 p.p. sinaliza que o Banco Central tentará alijar-se de reagir com juros à alta volatilidade dos mercados financeiros, como, por exemplo, acelerando o ritmo de alta de juros como resposta à rápida depreciação da taxa de câmbio”.

Na avaliação de Keyler Carvalho Rocha, vice-presidente do Conselho de Administração do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças de São Paulo (Ibef), o quadro que justifica o novo aumento de 0,50 p.p. na Selic é praticamente o mesmo que motivou as últimas elevações aplicadas pelo Banco Central. “A inflação segue em tendência de alta, assim como o câmbio. As iniciativas para impedir a escalada inflacionária e a desvalorização do real precisam ser complementadas pela elevação dos juros.”

Foi a quarta elevação dos juros. Para Rocha, o BC poderá manter essa política na próxima reunião do Copom, “se a conjuntura mundial e a tendência inflacionária assim determinarem”.

Na opinião da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o aumento da taxa básica de juros da economia já era esperado em um cenário atual de contração da liquidez internacional e pressão sobre as moedas dos países emergentes.

A CNI lembra que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 12 meses continua perto do teto da meta de inflação, o que requer atenção com a trajetória dos preços.

Para a CNI, a desvalorização do real é positiva para os exportadores e terá efeitos de médio prazo na atividade produtiva, de um lado. Mas, por outro, é negativa por causa das possíveis pressões sobre a inflação.

A CNI entende que “o aumento dos juros é instrumento importante para enfrentar situações dessa natureza, mas receia que, se utilizada em proporções excessivas, essa medida poderá provocar retração dos investimentos e desestimular de forma mais intensa o consumo no futuro próximo, comprometendo a recuperação da economia brasileira”.

Para o governo, a CNI reitera “a necessidade de haver maior sintonia entre a política monetária e a fiscal, com o controle do ritmo de expansão dos gastos públicos e rigor e comprometimento com as metas fiscais. Só a sincronização dessas políticas reverterá o atual quadro de alta inflação e baixo crescimento econômico”.

Conforme Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp),  o Banco Central errou novamente, já que o aumento dos juros continuará dificultando a retomada da economia, que se encontra em um “quadro letárgico”.

Para Skaf, “a indústria vai crescer menos de 2% em 2013 e não conseguirá compensar a retração de 2,5% do ano passado. O comércio, que no primeiro semestre do ano passado cresceu 7%, este ano chegou com dificuldades aos 3,7%. E o volume de criação de empregos do Caged registrou o pior julho desde 2003. Não é hora de subir os juros”, disse ele.

Na opinião do presidente da Fiesp, “a economia brasileira está parando e, com essa medida, o Banco Central pode precipitar uma recessão, gerando desemprego e redução de renda. Isto tira ainda mais a competitividade do Brasil e o que já não estava bom pode ficar ainda pior. Há muito tempo pedimos mudanças na política econômica, na direção de maior controle de gastos e menos uso da taxa de juros”, afirmou Skaf.

A avaliação de Skaf é reforçada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Em nota, as entidades reprovam o novo aumento de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, o que leva a Selic ao patamar de 9,0% ao ano.

Na avaliação dos lojistas, o aumento da taxa básica reduz ainda mais a procura da população brasileira por bens e serviços, que já se encontra enfraquecida pelo baixo crescimento da empregabilidade e da renda real do trabalhador. “A decisão é prejudicial para o comércio, porque freia a expansão do crédito, reduz o consumo e inibe a criação de novos postos de trabalho, justamente em um momento em que a economia brasileira precisa de estímulos para aumentar o PIB”, disse Roque Pellizzaro Junior, presidente da CNDL.

Segundo Pellizzaro o combate à inflação não pode ser feito de uma maneira meramente tecnocrata, de modo que a produção e a geração de empregos fiquem em segundo plano. “Neste momento o governo fazer um sacrifício político: tirar o foco nas eleições, enxugar os próprios gastos e desonerar os setores produtivos”, diz.

Para a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o quarto aumento consecutivo da taxa Selic mostra preocupação com a inflação diante da alta recente e consistente do dólar. “O ponto de atenção do momento é para o encarecimento das importações de petróleo e a piora das contas da Petrobras diante do aumento do dólar. A estatal anunciou que será necessário reajustar os combustíveis ainda neste ano. Os combustíveis tem peso de 5,4% sobre o IPCA, sem contar o efeito cascata sobre preços de outros produtos.” A estimativa da FecomercioSP é que a taxa Selic atinja 9,5% até o fim do ano.

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Leia mais: Banco Central eleva juros básicos a 9% ao ano

 

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