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Demonstrações financeiras: especialistas das Big Four esclarecem novas regras vigentes em webinar do IBEF-SP

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Nesta semana, o IBEF-SP realizou seu primeiro encontro on-line em 2025. Em formato de webinar e com foco no debate sobre novas regras para demonstrações financeiras, a Comissão Técnica de Controladoria e Contabilidade do Instituto reuniu representantes de quatro das maiores companhias de auditoria contábil do mundo: Magnus Chaib, sócio na KPMG; Reinaldo Oliari, sócio e especialista em ESG na Deloitte; Silvio Takahashi, sócio da EY Brasil; e Christiano Santos, sócio da Capital Markets e integrante do corpo técnico da PwC. O debate contou com a moderação da diretora global de Contabilidade e Tributário da Embraer, Elaine Funo, que convidou cada participante a dar ênfase a um tema específico sobre o qual domina.

IFRS 18 – Magnus Chaib abriu os trabalhos falando sobre a IFRS 18, uma nova norma contábil publicada pelo IASB (International Accounting Standards Board) e que entra em vigor a partir de janeiro de 2027. Em termos gerais, a nova regra visa melhorar a qualidade global das demonstrações financeiras (DFs) e permitir uma melhor comparação pelos investidores.

O sócio da KPMG exaltou a IFRS 18, resumindo que a norma trará, para as empresas, uma maneira mais adequada de reportar seus resultados. “Ela vai melhorar a forma como as companhias se comunicam com seus investidores e vai dar um pouco mais de comparabilidade entre as demonstrações de resultados das empresas que atuam no mesmo segmento”, detalhou Chaib.

Risco sacado – Reinaldo Oliari, por sua vez, foi convidado a falar sobre o risco sacado, destacando como as empresas podem se estruturar para obter financiamentos compatíveis em um cenário de taxa de juros alta no Brasil. Oliari chamou a atenção para instrumentos que podem ser usados na busca por créditos pelas empresas, mas ressaltou que esses dispositivos devem estar classificados corretamente nas demonstrações.

“O IASB fez algumas melhorias a partir de 2024 e um aspecto relevante é apontar, no relatório, quem está com o risco do crédito, a empresa ou o banco”, pontuou. O sócio da Deloitte ainda lembrou da importância de as companhias envolverem seus controles internos nas transações com fornecedores, evitando erros na hora de reportar os resultados da companhia”.

Pilar 2 – Na sequência do encontro, Silvio Takahashi tratou de outros pontos de interesse da área contábil, como a reforma tributária, as subvenções e o chamado Pilar 2 – acordo da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), do qual o Brasil faz parte, que estabelece taxação de 15% para empresas multinacionais.

O especialista da EY Brasil explicou o contexto da regra no país e o impacto para corporações com faturamento superior a 750 milhões de euros. “Essas companhias precisam divulgar, em notas explicativas, quais são os potenciais efeitos do Pilar 2 nas regras de tributação”, acrescentou.

Evolução das DFs – Christiano Santos, por fim, fez um apanhado sobre aspectos evolutivos das demonstrações financeiras nos últimos anos. Santos definiu que, atualmente, há uma consolidação ideal de todas as normas criadas recentemente, proporcionando um olhar mais atento a eventuais acomodações que podem impactar a transparência das divulgações.

“Avançamos muito no sentido de publicar demonstrações mais concisas e precisas, com divulgações de qualidade, mais específicas à realidade de cada empresa”, analisou. Um exemplo citado por ele é o fato de, hoje, ser aconselhável publicar um número quantitativo menos relevante, mas que ganha peso qualitativamente, identificando um impacto positivo para a companhia. “Cada vez menos o processo fica concentrado apenas na Controladoria; é necessário que as outras áreas da empresa participem do relatório”, finalizou Santos.

Os speakers ainda responderam a algumas dúvidas dos associados presentes. Ao final, Luciana Paixão, líder da CT de Controladoria, e João Ribeiro – 1º Vice-presidente da Diretoria Executiva do IBEF – agradeceram a presença dos profissionais e a audiência. “A nossa ideia, ao longo de 2025, é ter uma jornada sobre os temas mais relevantes e voltar em breve com a grade de eventos”, antecipou João.

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