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Dicas de quem venceu o Prêmio Revelação em Finanças

 

Foto: Jacinto Sá Alvarez

 

Entrevistamos Raphaela Yamamoto, executiva que venceu o Prêmio Revelação em Finanças IBEF SP/KPMG em 2012. A gerente financeira da Elektro conta como foi sua experiência e oferece conselhos para quem pretende disputar a premiação neste ano.

IBEF SP: Qual critério que você utilizou na escolha do trabalho para concorrer ao prêmio?

 Raphaela Yamamoto: Quando eu soube da premiação, eu fiz um levantamento dos trabalhos que eu tinha feito ao longo do ano. Meu foco foi alguma ferramenta prática, alguma coisa que pudesse ser disseminada. Então, o meu critério de escolha foi um trabalho que pudesse ser aplicado em outras empresas, que não fosse algo específico apenas da minha companhia.

O foco do prêmio são trabalhos com alguma inovação. Você poderia comentar brevemente sobre o seu?

O trabalho que eu apresentei foi resultado de uma demanda que surgiu na minha empresa, em 2012, quando a gente emitiu debêntures. Era preciso definir o mix de indicadores para essa emissão. Então, o que eu fiz? Eu desenvolvi, na época, uma ferramenta com a qual eu conseguia identificar, comparativamente aos títulos do Governo, por exemplo, o indicador que seria mais adequado para o nível de endividamento da Elektro, se seria IPCA ou o CDI, e qual o percentual ideal entre eles.

A etapa final é a apresentação do trabalho, pessoalmente, para os CFOs que compõem a banca examinadora. Como você se preparou para esse momento?

Essa parte é a mais difícil. No meu caso, eu fiz essa apresentação várias vezes para me sentir segura porque controlar o nervosismo é difícil, né? A minha preparação foi treinar com o pessoal da empresa mesmo. Eu apresentei o trabalho para o meu chefe, para o meu diretor e eles foram me dando dicas de como melhorar. Foi esse treino que deixou um pouco mais confortável. E, na hora da apresentação, o pessoal da banca examinadora deixa você bastante à vontade. Eles fazem questão de te deixar bem tranquilo, não tem uma pressão. É um clima bem amistoso.

O que mudou na sua carreira após ter vencido o prêmio? 

Eu senti que teve muita mudança na empresa em que trabalho. Eu estou há bastante tempo na Elektro, oito anos. Quando me inscrevi para o prêmio, já estava há seis anos. A Elektro é uma empresa que dá bastante oportunidade, então eu era uma pessoa que tinha bastante trânsito entre as áreas. No entanto, acho que o prêmio acelerou bastante (a carreira) porque teve muita divulgação internamente, a empresa toda ficou sabendo. Muitas pessoas que não me conheciam vieram falar comigo, quiseram saber sobre o assunto, se interessaram em se inscrever nos próximos…  Então, querendo ou não, você acaba ficando muito mais conhecida.

E de lá para cá, na época eu era especialista de operações financeiras e agora eu já sou gerente financeira. Então, posso dizer que isso também contribuiu para o meu crescimento, para o meu desenvolvimento. Esse reconhecimento foi importante para mim na empresa.

E fora da empresa?

Fora da empresa eu tive bastante retorno. Muitas pessoas me contataram por conta do prêmio, me convidaram para participar de entrevistas, ofereceram outras oportunidades. Então, isso dá um destaque, com certeza.

Qual o seu conselho para quem vai disputar o Prêmio Revelação em Finanças neste ano?

O mais importante é você ter a sensibilidade para escolher um tema. Muitas vezes a gente acha que o assunto é muito simples, muito do dia a dia, mas não. Às vezes, com um tema simples você consegue desenvolver e transformar num trabalho legal. É preciso contextualizar a necessidade, mostrar como você foi inovador nesse projeto. Então, a minha dica é não ficar tentando procurar uma coisa muito complexa que você desenvolveu. É focar nas coisas simples que você faz e conseguir extrair disso uma inovação em um processo, uma inovação em uma ferramenta. Às vezes a gente espera alguma coisa muito grandiosa, enquanto uma coisa simples pode se transformar em um trabalho legal.

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