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Diretoria Vogal: Empresas colocam “armadura” para enfrentar um ano turbulento

As companhias reforçaram seus escudos para atravessar 2022. Com o dragão da inflação rugindo, os juros em dois dígitos, incertezas ligadas ao cenário eleitoral doméstico, e a adição de caos às cadeias produtivas e aos preços das commodities após a invasão da Rússia à Ucrânia, em 24 de fevereiro, os desafios se multiplicam.

Em meio à imprevisibilidade desse novo cenário, a Diretoria Vogal do IBEF-SP realizou sua primeira reunião do ano em 25 de fevereiro. O evento contou com apoio da SAP e da PwC Brasil. A Presidente do IBEF-SP, Luciana Medeiros, e o 1º Vice-Presidente, Luis Carlos Cerresi, destacaram a relevância desse fórum, que reúne CFOs e CEOs das maiores empresas em atuação no Brasil, para compartilhar perspectivas sobre os diversos setores econômicos.

¨Estamos em um momento muito importante para ouvir as reflexões dos colegas, trocar ideias, ajustar os rumos das empresas. Fundamental ter esse grupo da Diretoria Vogal, que nos dá essa sensação de pertencimento, de não nos sentirmos sozinhos frente a esses desafios¨, disse Cerresi, CFO da Nutrien.

ESG e a nova transformação digital – Gustavo Conrado, CFO da SAP Brasil, reforçou que a agenda ESG (fatores ambientais, sociais e de governança corporativa) deve ocupar uma posição de destaque na pauta dos CFOs. Inclusive, o tema está no Radar do IBEF-SP. Trazendo o exemplo de casa, a SAP global anunciou em janeiro de 2022 a antecipação em dois anos, para 2023, da meta para atingir a neutralidade em emissões de carbono. A organização também se comprometeu a adiantar em 20 anos, para 2030, a meta de emissões líquidas zero em toda a sua cadeia de valor. ¨Isso mostra a importância do tema e a seriedade da SAP com o mesmo¨, observou Conrado.

A nova era da transformação digital está ligada à sustentabilidade, acrescentou Marcele Andrade, Head of Industry Value Advisory da organização de tecnologia. A grande fronteira, segundo ela, é como conectar essa transformação com os pilares da sustentabilidade nos processos que correm em todo o ciclo produtivo e de vida das empresas.

Para auxiliar as organizações nesse desafio, a SAP lançou recursos para desenvolver e monitorar a política de sustentabilidade nos negócios. Dentre eles está a aplicação SAP Product Footprint Management, que permite calcular a pegada de carbono dos produtos por toda a cadeia de valor, e a SAP Sustainability Control Tower, que permite monitorar o desempenho operacional e orientar decisões de negócio, com uma combinação de indicadores tradicionais e relacionados à sustentabilidade.

RODADA SETORIAL

Setor de consumo

A rodada de comentários foi iniciada por Priscila Grecco, CFO da holding de investimentos Itaúsa, que possui uma das maiores bases de acionistas na B3 (quase 1 milhão de investidores) e um portfólio formado por corporações presentes em diversos setores da economia. Ela enfocou nesta reunião o setor de consumo, em particular o segmento de calçados, vestuário e acessórios, onde a Itaúsa participa por meio da Alpargatas, companhia dona da marca ¨Havaianas¨.

O setor foi beneficiado em 2021 pela recuperação da atividade econômica, com o controle da pandemia e o avanço no programa de vacinação. Contudo, o ano teve os impactos da escalada inflacionária e o aumento da taxa básica de juros. Influenciado pela cotação do petróleo e do dólar, o preço da borracha, principal matéria-prima da empresa, chegou a subir 45% no último trimestre do ano passado, trazendo pressão para as margens da companhia.

¨Mesmo nesse cenário ainda desafiador, a Alpargatas reportou um aumento relevante no seu volume de vendas. Isso, aliado à melhoria de preço e mix, resultou em um crescimento de receita em torno de 26% no ano¨, notou Priscila. A empresa comunicou um recorde de resultados em 2021, com lucro líquido recorrente de R$ 573 milhões no ano (24% acima em relação a 2020) e rentabilidade de 18% ao ano.

Atenção aos custos e ações estratégicas – Para 2022, a CFO destacou a atenção contínua aos custos, aos reflexos do conflito entre Rússia e Ucrânia nos preços das commodities (a Rússia é o segundo maior exportado mundial de petróleo, atrás somente da Arábia Saudita) e às pressões inflacionárias que afetam as despesas de todos os setores.

¨Estamos bastante otimistas com a capacidade da Alpargatas em compensar eventuais impactos e aumento de custos, por meio de várias iniciativas que estão em andamento há bastante tempo¨, disse a CFO da Itaúsa. Dentre essas, elencou a estratégia de expansão global (aumento do share de receita internacional), melhoria contínua de preço e mix e o controle muito rígido de SG&A (selling, general, and administrative expenses). A companhia anunciou R$ 600 milhões de investimento neste ano para modernizar seu parque fabril, gerar mais eficiência e reduzir custos. ¨Então, esse é um pilar muito importante para esse novo momento que estamos vivenciando¨, destacou Priscila.

Indústria farmacêutica

A perspectiva positiva para o país foi também manifestada por Fernando Andrade, Head of Healthcare Business Controlling para a América Latina da Merck KGaA. A companhia alemã de 350 anos de idade teve na região o maior crescimento da sua divisão farmacêutica em 2021 entre todas do globo, recuperando os efeitos da volatilidade sentida no ano anterior.

No Brasil, onde está presente há quase 100 anos, a empresa registrou crescimento significativo em 2021. Ela comercializa o produto mais vendido em termos de unidades no país, o produto para tratamento da Diabetes Glifage XR – 80 milhões de unidades por ano. Com relação aos aspectos financeiros, em que o pese a evolução nas receitas, a pressão sobre as margens continuou em razão da desvalorização sentida em 2020. Fernando observou que os produtos biológicos são geralmente importados, o que torna o setor exposto à variação cambial.

Aumento de volume e consolidação do mercado – ¨Nos produtos manufaturados localmente – assim como acontece com todos os colegas – a inflação vem impactando bastante a estrutura de custos. Mas a saída para proteger a nossa rentabilidade não é apertar SG&A, pois isso tem um limite para não comprometer o desenvolvimento saudável do negócio, e, sim, focar em ações para crescimento do volume de vendas¨. Para isso, a empresa lançará dois produtos em 2022, um para combate ao câncer de pulmão e outro voltado à obesidade.

Fernando observou que, mesmo com os desafios, a capacidade de geração de caixa da companhia no país ¨vem melhorando sensivelmente nos últimos anos¨, ganho derivado de iniciativas internas de Controlling e Tesouraria. Os movimentos de consolidação no mercado farmacêutico, nas áreas de distribuição e varejo (redes de farmácias), geraram também benefícios sistêmicos. ¨Cada vez menos vemos casos de quebra, agentes entrando em recuperação judicial, o que não era o caso há uma década quando se tinha há cada dois ou três anos uma perda do tipo no balanço. É interessante notar a solidez dos nossos parceiros comerciais¨.

Indústria financeira

Prevendo um ano de 2022 complexo, as empresas se anteciparam e reforçaram seus caixas, afirmou Jaques Mester, CFO do canadense Scotiabank. A instituição financeira teve em seu exercício fiscal de 2021 (encerrado em 31 de outubro, em linha com a matriz), o segundo melhor ano em uma década da presença no Brasil. E o primeiro trimestre de 2022 – encerrado em janeiro – foi o melhor em 10 anos, disse o CFO do banco de atacado.

¨Nossa sensibilidade é que as empresas se anteciparam a um ano que promete ser muito turbulento, do ponto de vista político e econômico, com muitas incertezas¨, observou Mester. ¨Aproveitando uma taxa de juros mais baixa, elas tomaram o funding necessário no último trimestre de 2021 e agora nos primeiros meses de 2022 e criaram um colchão de liquidez, recorrendo a bancos de atacado, para aguentar a turbulência que vai vir aí e promete durar até o final do ano¨, avaliou o CFO.

Funding com proteção cambial – O carro-chefe do Scotiabank Brasil tem sido os empréstimos ¨4131 Swapados¨. Eles são concedidos às empresas brasileiras pelas matrizes dos bancos no exterior (onde são desembolsados os grandes tickets), e a instituição financeira faz a conversão para a moeda local e fornece proteção para o risco cambial.

Mester destacou que o Scotiabank vê o mercado brasileiro com bastante otimismo, e recentemente injetou capital no país. ¨Várias empresas acreditam no país. Mesmo com toda turbulência à frente, com as indefinições quanto ao cenário político, econômico e as muitas variáveis que não temos ainda perspectiva concreta. Penso que vamos passar por esse período de turbulência e chegar a uma situação muito melhor. A parceria dos bancos de atacado e de varejo com as empresas brasileiras tem propiciado o crescimento e a manutenção de um cenário otimista, talvez não no curto prazo, mas no médio e longo prazo veremos o país crescer¨.

Setor de educação

A perspectiva sobre o setor foi apresentada por Luis André Blanco, CFO da Afya, maior ecossistema de educação e serviços digitais para médicos do Brasil. A companhia possuía, em 2021, 16 mil alunos de graduação médica e cerca de 250 mil médicos e estudantes de medicina (quase 40% dessa população no país) acessando mensalmente suas plataformas digitais. Listada na Nasdaq desde 2019, a Afya recebeu um aporte, através de um instrumento conversível, de R$ 822 milhões do Softbank em 2021. O crescimento do topline está em torno de 50% ao ano. Desde o IPO, a empresa já realizou 17 aquisições, sendo a última a compra da plataforma voltada para médicos e estudantes de medicina ¨Além da Medicina¨, anunciada em 24 de fevereiro último.

A graduação médica, principal segmento da empresa, continua com 100% de ocupação e alta procura no país – cenário que já era realidade antes e se manteve após a pandemia, informou Blanco. Já a demanda pelos cursos de não medicina, em todo o setor de educação, foi impactada durante os anos de pandemia e começa a apresentar sinais de recuperação.

¨ Isso vale também para a pós-graduação para médicos, curso no qual o exercício da prática presencial é fundamental. Com as restrições do presencial causadas pela pandemia os médicos acabaram desistindo em 2020 e 2021 e retornaram em 2022 para esses cursos¨, afirmou Blanco.

Crescimento no digital e via aquisições – O segmento de serviços digitais para os médicos – que engloba desde o apoio à decisão clínica, gerenciamento de consultórios, prescrição eletrônica e telemedicina – segue em forte crescimento, destacou o CFO da Afya. ¨São realizadas 1,1 milhão de consultas por mês no nosso sistema de prática médica. Em 2021, apoiamos decisões médicas que impactaram 32 milhões pessoas e isso continua crescendo. Há procura do médico pela maior assertividade e produtividade. A Afya apoia o médico em toda a sua carreira¨. Segundo Blanco, a empresa é forte geradora de caixa e possui baixa alavancagem, e atua de forma intensa através de aquisições. Sendo assim, gerenciar a alocação de capital é chave.

Setor de varejo

Guillaume Gras, CFO do Grupo GPA, relatou que o setor do varejo é muito dinâmico e passou por muitas transformações recentes, que também se refletiram se na companhia. Ao longo dos últimos anos, o GPA simplificou sua estrutura acionária e se reposicionou como varejista alimentar. Em 2019, o grupo vendeu a Via Varejo e, em 2020, fez a separação entre as atividades de cash and carry (também conhecida como atacado de autosserviço ou ¨atacarejo¨) e de varejo alimentar tradicional de supermercado e hipermercado. Em 2021, o GPA anunciou a parada do segmento de hipermercado e se reposicionou como grupo alimentar premium, digital e de proximidade, observou Gras.

O CFO destacou três grandes movimentos que ilustram a intensificação da competição no setor: a forte expansão do segmento de cash and carry – que sobrepujou o modelo de hipermercado – e deve responder por quase 400 das 500 lojas previstas para abertura no setor nos próximos três anos; o crescimento dos varejistas especialistas – notadamente na parte de fresh  (produtos frescos) – que seguirão abrindo lojas no país; e a entrada, acelerada pela pandemia, dos players de e-commerce e de delivery de última milha no varejo alimentar.

¨Felizmente tínhamos uma atividade de e-commerce antes da crise, que conseguimos acelerar e desenvolver. Mas de fato não fazemos mais negócio sozinhos. O desafio para os varejistas alimentares tradicionais é construir parcerias¨, ressaltou o CFO, enfatizando a importância da colaboração nesse novo cenário. O GPA tem conectado sua ampla malhagem de lojas tradicionais com as novas soluções de entrega rápida para competir e se desenvolver ainda mais.

Pressão sobre o consumo e margens – Com relação aos primeiros meses de 2022, Gras observou que o setor ainda não percebe uma melhoria forte, após um ano difícil de inflação e de desemprego alto, que pressionaram muito o consumo e as margens dos varejistas. ¨Vemos um cenário de estabilidade nas vendas do setor, há todo o efeito da inflação alimentar para o consumidor pela queda de volume e troca para produtos com menor faixa de preço. O consumidor compra menos e mais barato¨, notou o CFO.

Outro elemento que deve impactar os varejistas neste ano, em especial os listados e que carregam muita dívida, é a elevação da taxa básica dos juros. Os juros altos, próximos da casa de 12%, podem consumir uma parte do lucro líquido das empresas do setor. ¨Não é uma surpresa se os valores dos varejistas sofrem neste momento na Bolsa, pois o mercado já antecipou esse movimento¨, observou Gras, sobre os desafios do cenário.

Setor de seguros

O momento pede que uma lupa na gestão de riscos, destacou Rosana Passos de Pádua, CEO da Coface Brasil, braço da seguradora francesa líder mundial em seguro de crédito e presente em mais de 100 países. Esse segmento cresceu 162% no Brasil desde 2016, mas ainda é pouco representativo face a outros mercados globais. ¨Fico surpresa quando vejo que as empresas fazem seguro de todas as suas cadeias e quando entregam o produto para o cliente deixam de ter seguro¨.

O alerta de Rosana ganhou força nos primeiros 45 dias de 2022. Após o Brasil registrar queda da inadimplência na ordem de 30% de 2020 para 2021, em níveis historicamente baixos para as seguradoras de crédito, 2022 começa a fugir dessa tendência. ¨Notamos uma mudança importante de comportamento nesses 45 dias e a inadimplência para nós já dobrou. Então, precisamos ficar muito atentos ao que está acontecendo¨, disse a CEO.

Efeitos sobre as cadeias de produção – Rosana lembrou que esse período ainda não refletiu os efeitos da crise desencadeada pela invasão militar da Rússia à Ucrânia, em 24 de fevereiro, que provocou uma revisitação de todos os riscos globais e trouxe novas problemáticas para as cadeias de produção. Ela observou que 83% do gás russo é destinado à Europa e a potência do leste europeu responde por 12% do mercado de petróleo mundial.

Para o Brasil, o grande ponto de atenção está no 1,8% das importações vindas da Rússia, das quais 65% são fertilizantes. Cerca de 22% desses insumos utilizados na agricultura brasileira vêm da Rússia. ¨Então, um risco que precisaremos olhar é o da escassez, pois esse produto é altamente dependente de energia, e, também, com relação a aumento de preço¨, acrescentou Rosana. ¨É hora de colocarmos uma lupa na nossa gestão de riscos e ficarmos muito atentos à questão da inadimplência, que vem subindo, e nossa previsão é que essa tendência continue¨.

Crise tem começo, meio e fim

O resumo do encontro, com o olhar sobre os efeitos econômicos do atual cenário, foi conduzido por José Cláudio Securato, CEO da Saint Paul Escola de Negócios e do LIT e presidente do Conselho de Administração do IBEF-SP.

Securato observou que se a crise gerada pela pandemia de covid-19 parece estar mais próxima do fim, a nova crise que começa, gerada pelo conflito militar entre Rússia e Ucrânia, poderá demorar meses até sua resolução. ¨Sabemos que teremos um rebalanceamento de riscos globais, instabilidade, imprevisibilidade. Começamos a precificar as cadeias, mas não dá para ter todos os parâmetros ainda. Estamos vivendo o momento do terremoto, houve os primeiros reposicionamentos de preços e agora aguardamos os desdobramentos. E, depois do terremoto, ainda existem os repiques¨.

De imediato, sabe-se que haverá uma persistência da inflação global, com atenção para a inflação anual nos Estados Unidos, que em janeiro alcançou o maior patamar desde 1982 (7,5%). Contudo, o movimento de elevação juros americanos deverá ser precificado com cuidado, pois a atual corrida do capital para mercados seguros poderá inundar o país com liquidez, ponderou o executivo.

Desafios e oportunidades – Com relação ao Brasil, o ano de eleições presidenciais – considerado mais curto – adiciona incertezas ao cenário doméstico.  A inflação e os juros devem persistir em patamares altos neste ano, e uma eventual reversão da curva de juros será mais provável em 2023. ¨Isso explica bastante a tomada de recursos das empresas, vista principalmente no mercado de atacado; todos estão fortalecendo o caixa. No fundo, colocando a armadura para sair e encarar o ano, é um movimento importante. E, certamente, todos estão atentos à gestão de riscos¨, observou o CEO.

Do lado das oportunidades, está a viabilização de investimentos com os marcos regulatórios que avançaram no país – incluindo 5G, saneamento, ferrovias, portos e gás – gerando R$ 829 bilhões de investimento encomendado para os próximos oito anos, aprox. 10% do PIB. O Congresso deve continuar com uma agenda intensa de trabalho até julho, em discussões sobre novas regulações, privatizações e até mesmo um projeto de mudança no país para o regime de semipresidencialismo para 2030.

A diminuição do Estado na economia tem contribuído para o menor envolvimento dos bancos público em crises, e os estados e municípios estão em melhor situação fiscal, com cerca de três a quatro vezes mais caixa do que em 2019. Fato que, somado ao teor político do ano, deve contribuir para irrigar recursos na economia.  

Na avaliação de Securato, o país mantém-se com a economia em formato em ¨K¨ – as empresas na vertente de cima, em alto crescimento, têm velocidade de gestão, endereçam a transformação digital, buscam eficiência e maior competitividade, reinventando seus setores. Na parte de baixo, estão as que sofrem por não conseguirem se adaptar às transformações.

¨Rússia e Ucrânia obviamente rebalancearão os fatores de riscos globais, as eleições no Brasil deverão colocar uma pimenta nesse cenário, pelo processo natural de indefinição, mas ainda temos muito ano para trabalhar. Podemos utilizar as informações que temos e buscar alguns ganhos e otimizações¨, concluiu Securato. Ele observou que as pesquisas desenvolvidas no centro de estudos da Saint Paul estão à disposição dos associados.

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