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FGV: Otimismo de CFOs brasileiros atinge nível mais baixo desde 2012

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Veículo: g1.globo.comData: 12/09/13

Otimismo do CFO brasileiro cai

Otimismo do CFO brasileiro segundo a FGV

Valor OnLine

Os executivos brasileiros cortaram suas projeções em relação ao crescimento das receitas e das vendas neste ano, de acordo com o ‘Panorama Global dos Negócios’, pesquisa conduzida pela Fundação Getulio Vargas (FGV) no Brasil e coordenada globalmente pela Universidade de Duke. No terceiro trimestre ? esta edição do levantamento foi concluída em 5 de setembro ? o índice de otimismo dos CFOs (Chief Financial Officers, na sigla em inglês) brasileiros caiu para 54,7 pontos, em uma escala que varia de 0 a 100.

Esse é o nível mais baixo desde que o indicador passou a ser calculado no Brasil, em 2012. Nos quatro trimestres anteriores, o índice havia oscilado entre 60,1 pontos e 63,5 pontos.

Mais pessimistas

Segundo a pesquisa, os executivos brasileiros estão entre os menos otimistas do mundo com o desempenho da economia de seus países, com forte deterioração das expectativas na passagem do segundo para o terceiro trimestre.

Neste período, 71% dos entrevistados se disseram menos otimistas do que há três meses, enquanto apenas 8% tornaram-se mais confiantes em relação à economia doméstica.

Em outros países da América Latina, com exceção da Argentina e da Venezuela, o índice tem se mantido acima de 60 pontos. A deterioração recente da confiança também tornou os executivos brasileiros mais pessimistas do que americanos (58,2 pontos) e europeus (55,7 pontos).

Como reflexo dessa retração, os executivos no Brasil passaram a projetar avanço de 7,8% das receitas e de 14,4% dos lucros neste ano, ante estimativa anterior de aumentos mais expressivos, de 14,9% e 19,7%, respectivamente.

Apreensão à vista

‘A queda no otimismo no Brasil nos deixa apreensivos’, comentou Klenio Barbosa, professor de Economia da FGV-SP e co-diretor da pesquisa, para quem o índice tende a antecipar o desempenho da economia.

‘No trimestre anterior, apesar do clima de instabilidade ocasionado pelas manifestações populares e aumento da inflação, registramos uma manutenção do otimismo. Posteriormente, observamos que foi registrado um crescimento econômico no trimestre acima do esperado. Essa queda acentuada no otimismo sugere que o desempenho econômico do próximo trimestre pode ser abaixo do que esperamos’, afirmou em nota.

Por outro lado, John Graham, professor de Finanças da Duke University e diretor geral da pesquisa Global Business Outlook, avalia que o aumento do otimismo nos Estados Unidos e na Europa ‘nos deixa esperançosos com relação à recuperação da economia mundial’.

Mercado de trabalho

Os CFOs brasileiros também se mostraram mais cautelosos em relação ao mercado de trabalho. Para o terceiro trimestre, os executivos relataram aumento do emprego temporário, de 2,1% em junho para 5,3% em setembro. Essa alta aprofundou tendência que só passou a ser observada neste ano, já que em 2012 os CFOs relatavam diminuição dos contratos temporários de trabalho.

‘Parece que, com o surgimento e a consolidação do cenário de incerteza quanto ao crescimento, as empresas estão sendo mais cautelosas e preferindo substituir emprego em tempo permanente por emprego temporário’, afirma Gledson Carvalho, professor de Finanças da FGV e co-diretor da pesquisa Global Business Outlook.

Para Carvalho, esse ambiente mais incerto pode ser reflexo de compressão das margens de lucro das empresas, já que, apesar da estimativa de alta superior a 5,5% da inflação nos próximos 12 meses, os executivos avaliam que só conseguirão aumentar seus preços em 3% neste período.

Também tem reflexo no emprego o aumento em curso da taxa básica de juros, segundo a pesquisa. De acordo com 80% dos entrevistados, os juros devem subir até o fim de 2013 e, para 69%, essa alta será superior a 1 ponto porcentual.

Confirmadas essas projeções, 16% dos CFOs afirmaram que reduziriam o emprego, enquanto 6% declaram que a opção seria frear investimentos. Caso a alta dos juros fosse de dois pontos, esses porcentuais sobem para 22% e 34%, respectivamente.

Para Carvalho, da FGV, as atenções estão voltadas justamente para a condução da política econômica.

Segundo o professor, os executivos estão mais pessimistas em relação ao crescimento econômico e entre as principais preocupações apontadas pelos executivos ficaram a taxa de câmbio, o código tributário e as políticas governamentais.

O levantamento, conduzido trimestralmente com o apoio da BM&F Bovespa e do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef), teve a participação de 90 CFOs no Brasil.

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