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SÃO PAULO – Os fundos de investimento imobiliário se tornaram uma opção atrativa para os investidores nos últimos anos, especialmente depois da forte alta do preços dos imóveis no País. Ao mesmo tempo que trazem uma série de vantagens para quem aplica, esses fundos, como qualquer investimento, também possuem certo grau de risco.
Na última quinta-feira (19), por exemplo, a gestora de fundos imobiliários Brazilian Mortgages publicou fato relevante informando o mercado sobre ação de despejo contra o Hospital da Criança, que é inquilino de seu fundo imobiliário.
De acordo com a gestora, o Hospital da Criança não efetuou o pagamento da parcela do aluguel referente ao mês de dezembro de 2011, vencida no dia 10 de janeiro de 2012. O hospital chegou a ingressar com “Ação Revisional de Aluguel de Imóvel Não Residencial” e conseguiu uma liminar e provisória, que fixou o aluguel no valor de R$ 442.067,08 mensais ou o valor de 8% (oito por cento) do faturamento mensal do hospital.
Riscos para os investidores
De acordo com o vice-presidente do Ibef (Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças) e autor do livro “Imóveis, Seu Guia Para Fazer da Compra e Venda um Grande Negócio”, Luiz Calado, para os investidores, um dos principais riscos em caso de inadimplência nos fundos imobiliários é o fato de o investidor não receber o rendimento proveniente do aluguel.
“Se o fundo não recebe o valor do aluguel, a consequência imediata é que o cotista também deixará de receber o seu rendimento”, pontua.
De fato, no último dia 13 a Brazilian Mortgages informou a interrupção do pagamento de rendimentos aos cotistas do FII Hospital da Criança. “Informamos que até o momento (13/01/2012) não recebemos o aluguel. Em virtude do inadimplemento a distribuição mensal dos rendimentos do Fundo será interrompida”, diz o comunicado.
Outro ponto que pode pesar para o investidor, segundo Calado, é um reajuste para baixo do valor das cotas do fundo. “O valor da cota é calculado pela expectativa de rendimento que o fundo oferece. Se acontece um problema desses, as cotas podem acabar se desvalorizando”, explica o especialista.
O fato de o inquilino ser um hospital pode fazer com que a ação de despejo seja mais demorada e o fundo fique ainda mais tempo sem receber os rendimentos. “Não há como saber exatamente o tempo que isso pode durar, pois isso depende de questões legais. Mas é certo que este tipo de problema gera incertezas e pode desvalorizar consideravelmente as cotas”, conclui Calado.
Fonte: infomoney.com.br