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Headhunters conseguem perceber facilmente quando candidato foge da própria essência

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Uma sala cheia de executivas foi o cenário de uma conversa agradável e muito valiosa sobre carreira na última quinta-feira (22), na sede do IBEF SP. A terceira edição do Bate Papo com Headhunter, promovido pelo IBEF Mulher, contou com os conselhos de Irene Azevedoh, diretora de consultoria da área de Transição de Carreira e Gestão da Mudança para o Brasil e América Latina na Lee Hecht Harrison – LHH e de Tomás Jafet, gerente sênior da divisão de finanças da Michael Page.

Os especialistas deram dicas e responderam perguntas das participantes, que abordaram assuntos variados dentro do tema. Confira os principais:

Relacionamento com o headhunter – De acordo com Tomás Jafet, relacionamento com headhunter é uma construção e deve ser desenvolvido gradualmente. “Saber com quem você está falando é fundamental. Procure entender quem é aquele headhunter, busque referências. Prepare-se para essa relação”, aconselhou.

Falta de sinceridade no processo seletivo: Sobre pessoas que simulam e tentam parecer diferentes durante a entrevista, Jafet pondera que é muito difícil alguém omitir totalmente a essência sem perder a credibilidade.

Quando um profissional com essa conduta passa pelo processo seletivo, depois se mostra desconectado da empresa, e isso é facilmente percebido no dia a dia. “Se você vai para um lugar que fere os seus valores, a sua essência e forma de lidar com a vida, é insustentável”.

Um headhunter consegue rapidamente perceber quando o candidato não está sendo sincero na entrevista. “Tem ainda o fator energético. Inconscientemente, o headhunter capta essa energia e percebe que tem algo estranho naquela pessoa”, opinou Irene Azevedoh.

Profissional também deve escolher a empresa – Uma carreira sólida se constrói, além de tudo, quando o profissional aprende a escolher as empresas onde deseja trabalhar. Para Tomás Jafet, ter fit com a cultura da organização é fundamental para se manter no trabalho e evitar um currículo com passagens rápidas por diversas companhias, o que pode prejudicar a busca por emprego.

Contudo, o ciclo de tempo dentro de uma mesma empresa mudou bastante nos últimos anos e, hoje, resultados são mais relevantes do que período de tempo. “Existem empresas nas quais o profissional faz em 1 ano o que levaria dez anos para fazer em outra. Se nesse 1 ano, você me contar uma história e conseguir convencer, tudo bem”.

Outra dica é buscar referências da empresa antes de entrar e procurar entender qual a cultura ali dentro. “Hoje, há profissionais que dispensam trabalhos por conta de falta de afinidade com a empresa”, ressaltou Jafet.

Já Irene Azevedoh, aponta que é preciso perceber os sinais desde o início e prestar atenção até no atendimento durante o processo seletivo. “Pergunte ao entrevistador como ele vê a cultura daquela empresa”, aconselhou.

Mulheres e o mercado de trabalho – Algumas empresas evitam contratar mulheres recém-casadas ou com perspectivas de engravidar. Até hoje, ainda existem recrutadores que perguntam durante a entrevista se a mulher planeja ter filhos, postura vista como negativa pela maioria das participantes.

De acordo com Tomás Jafet, em alguns casos, a mulher acaba perdendo promoções, principalmente na idade entre 35 e 40 anos, por essa razão. A boa notícia é que muitas empresas já estão evoluindo nesse aspecto.

“Se você tem a pessoa certa, com a qualificação, com idioma, experiência certa e que conhece a cultura da empresa, por que você não vai escolher promover essa pessoa? Sobretudo porque contratar alguém demanda tempo, dinheiro e energia”, destacou o headhunter.

Irene Azevedoh e algumas participantes afirmaram que a gravidez não prejudicou a carreira. Inclusive, elas já viram casos de mulheres sendo promovidas logo depois da licença maternidade. Encarar esse desafio, ou não, é uma decisão que deve partir da profissional.

Marca pessoal – Irene Azevedoh explicou que marca pessoal diz respeito sobre a percepção que as pessoas têm de você.Começa quando o profissional entende quem ele é, quais são os seus valores e o que o motiva.

“Uma marca pessoal forte tem tudo a ver com o que a pessoa acredita. A maneira com que ela fala também tem influência. Marca pessoal está muito ligada ao que a pessoa quer passar e em qual segmento deseja atuar”, destacou a diretora.

Irene exemplifica: se um profissional quer trabalhar, por exemplo, no segmento de consumo, pode ser mais informal. Mas se vai atuar na área financeira, provavelmente necessita mais formalidade em diversos aspectos.

“Não podemos trair aquele nosso sentimento interno de buscar o que nos fará feliz. Dessa maneira, conseguimos construir uma marca pessoal forte e ter sucesso”, finalizou Irene.

Para concluir, Tomás Jafet também deu uma dica: “perceba a entrevista como uma dança. Deixe o ritmo seguir, não quebre a sintonia. Procure ouvir mais o que o entrevistador tem a dizer. Às vezes, pela preocupação de se vender, você perde o ritmo dessa dança”, assinalou.

(Reportagem: Liana Sampaio)

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