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José Cláudio Securato conta trajetória pouco convencional e com muita determinação em mentoring do IBEF Jovem

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Com uma trajetória profissional que começou aos 13 anos e se desenvolveu com ajuda da educação de sua família e determinação própria, José Cláudio Securato, CEO do Saint Paul, contou durante o encontro de mentoring realizado pelo IBEF Jovem na terça-feira, 27 de agosto, como construiu a escola de negócios que hoje é reconhecida mundialmente. No IBEF-SP desde 2007, Securato possui a referência de seu pai José Roberto Securato, que sempre o incentivou na participação das atividades do Instituto. Em uma dessas participações, Securato se inscreveu do Prêmio Revelação em Finanças e foi convidado a ajudar a atrair mais jovens ao IBEF-SP. “Assim nasceu o IBEF Jovem. Em 2007, entrei na diretoria do IBEF-SP, onde fiquei quatro anos como presidente, fui membro e vice-presidente do Conselho, mas não consegui assumir o compromisso de presidi-lo”, contou.

A sua história profissional, no entanto, começou muito antes disso. Em 1991, Securato conta que tinha apenas 13 anos, e foi quando seu pai decidiu que não pagaria mais suas contas. “Ele disse que eu e meu irmão íamos começar a locar linhas telefônicas. Comecei a ganhar dinheiro com isso e pagava todas as minhas atividades. No final do mês, não sobrava nada. Um dia, recebi uma carta sobre planos de expansão para adquirir novas linhas”. Securato disse que conseguiu convencer sua avó, tias e sua mãe para ceder o CPF e assim alugou mais linhas, aumentando o valor recebido e gastando bem mais do que antes.

Em paralelo, na escola, aos 16 anos, José Cláudio Securato foi convidado a se retirar por ter jogado um balde de água na diretora da escola. Não só isso, ele acumulava advertências e estava reprovando em diversas matérias naquele ano. “Ficou uma relação péssima entre mim e meu pai. Ele pegou um cheque com valor da mensalidade do colégio, rasgou, e disse que pra ele eu estava fazendo isso, mas pra mim, eu estava escolhendo o lado que ia seguir. Depois disso, meu pai pegou pesado comigo. Me colocou para fazer cursinho pela manhã, estudava à tarde e ia para um colégio à noite para terminar a escola”, disse.

Transformação de vida — A partir daí, começou o tratamento de choque para Securato. Em 1996, já com 18 anos, ele foi morar com seu avô, que é extremamente metódico. “Quando ele acorda, alonga os dedos e faz exercícios respiratórios. Leva 40 minutos para despertar. Na mesma época, comecei a andar de ônibus. Acordava por volta das 5 horas da manhã pra chegar cedo no cursinho. Foi assim que comecei a aprender as coisas. Eu aprendi a aprender”, relatou. Securato contou também que descobriu que era capaz de fazer as coisas, e deu certo — estudou, foi aprendendo, teve sucesso, e na hora de escolher a faculdade, seu pai disse pra fazer duas que não teria erro. “Escolhi Direito e Economia. Nesse momento, foi importante entender minha capacidade. Às vezes a gente acha que pessoas são mais capazes que nós, mas fiquei motivado a entender que dava pra fazer. Em 1997, entrei na faculdade. Nessa época, eu era acordado todo dia 5 horas da manhã pelo meu pai pra ler jornal. Comecei a aprender e a pesquisar o que eu não sabia”, disse.

Empreendedor — Em 1999, Securato começou a empreender. Na época, estava acontecendo o boom da internet, e isso o motivou a criar um site junto com seu pai. “Pesquisei, fiz uma tese, e decidi que seríamos uma incubadora de projetos de sites. Fizemos um site de investimento e vendemos para um banco. Depois disso, tive uma das maiores experiências da minha vida. Pensei em um negócio para todo mundo — religião. Decidi fazer um site católico chamado religiaocatolica.com.br”, contou. Com a ajuda de sua mãe, que era religiosa e possuía mestrado em Teologia, o site foi para o ar por dois anos. “Não geramos caixa e demitimos todo mundo. Eram 40 pessoas. Foi outro aprendizado importante: não dá pra fazer negócio sem gerar caixa”.

Depois dessa experiência, José Cláudio Securato começou a vislumbrar um novo negócio. Seu pai havia participado da fundação da IBMEC e fez parte da administração da FIA. “Observando essa trajetória do meu pai, fui estudar educação financeira e conhecemos o New York Institute of Finance, uma business school onde meu pai já havia dado aula”. Nessa época, a Saint Paul Institute of Finance já existia desde 1996. “Me formei em 2001 na Economia e no Direito, e em 2002 fui trabalhar com meu pai. Comecei a aprender e a tomar frente de iniciativas e a tocar projetos”.

Saint Paul Business School —  No primeiro semestre de 2002, a nasceu a Escola de Negócios. Securato tinha apenas 24 anos. “As escolas de negócios do mundo têm 100 anos. Comecei pela base, pois vi que o crescimento se daria com a geração de pessoas que estudariam na Saint Paul”. No início, a escola vendia muitos cursos de curta duração dentro das empresas. “Em 2003, dei o primeiro curso sobre derivativos de opções exóticas para quem operava na mesa. Estudei muito e aprendi a dar aula, e começamos a ficar conhecidos”. Ele disse que falar em público requer muito treinamento, e com isso foi se aprimorando para dar aula em qualquer lugar.

Iniciada a operação, Securato começou a construir uma base para se aplicar em rankings mundiais. Em 2011, a Saint Paul Business School foi ranqueada como uma da melhores escolas do mundo pelo Financial Times, na 57ª posição. Posteriormente, apareceu mais cinco vezes no ranking, além de ter sido apreciada por outros. “A partir de 2011, decidimos globalizar a escola para que ela fosse relevante no Brasil e no mundo. Começamos a fazer parcerias, convênios. Recebemos uma certificação de prestígio para escolas online, a EOCCS. Fomos a primeira história da América a ser certificada, em 2018. No ano passado, o Mckinsey nos concedeu um prêmio de maturidade digital”.

Crescimento com propósito — Dez anos após a operação da escola de negócios, a Saint Paul tinha 10 mil alunos pela primeira vez. Em 2015, o histórico de alunos chegou a 40 mil. “Decidimos fazer um planejamento para construir mestrado profissionalizante, mas ao terminarmos o projeto, não estávamos felizes. Fizemos um curso que custava caro e tinha poucas vagas, e não vemos relevância nisso. Analisamos o impacto da escola e vimos que nossos alunos poderiam ir para as concorrentes. As empresas in-company também poderiam contratar outras escolas. Vimos que não tínhamos tanto impacto assim. Nesse mesmo ano, fui em um evento do IBEF-SP, uma maratona de tecnologia. Me envolvi, desenhei uma plataforma e achei a solução: educação executiva com valor mais acessível”. Hoje, Securato está totalmente imerso na corrida tecnológica para oferecer aos seus alunos soluções digitais de ponta.

Trabalhar com educação, em sua visão, é fácil, pois tem resultado, mas ter um propósito é ainda melhor. “Somos uma escola fundada e gerida por professores. E assim, os diretores são mestres doutores, pós-doutores. A gente vê as pessoas, temos um olhar de longo prazo”. Securato citou também como une sua vida profissional à pessoal, já que é casado há quase dez anos e possui três filhos: um casal de gêmeos com 4 anos e mais um filho, de 5 anos. “Tenho um legado como marido, pai, professor, empresário, brasileiro, educador. É um conjunto de ações com propósito para te mover, olhar pra trás e ver o resultado”.

Ele disse que sua rotina hoje inclui trabalhar muito, cuidar do corpo e ficar com a família. “Acordo 5 horas da manhã para exercícios físicos. Tomo café da manhã com meus filhos, brinco com eles. Alguns dias, os levo na escola e depois vou para a Saint Paul. Não faço mais reuniões longas. Estou sempre me atualizando sobre coisas que não conheço, lendo e estudando”, contou. Por fim, Securato disse que aprender a aprender foi o grande impulsionador de sua vida profissional. “Nunca imaginei que chegaria onde cheguei, até porque eu não fui um bom aluno tradicionalmente. Mas comecei a fazer o negócio, e fiz dar certo. Hoje, vejo que está mais fácil para os profissionais jovens do mercado. Não há limitação de carreira. Toda empresa quer pessoas que consigam empreender. As empresas querem pessoas incríveis resolvendo problemas complexos”, complementou.

IBEF Jovem — O IBEF Jovem promove encontros de Mentoring, com o objetivo de incentivar o desenvolvimento da carreira, por meio do diálogo e do aconselhamento com líderes experientes.

 

(Reportagem: Bruna Chieco)

 

 

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