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A redução do juro básico tem provocado especulações sobre mudanças em algumas das aplicações financeiras mais populares do país. Depois de estudo de alterações na remuneração da poupança, no ano passado, surgiram especulações a respeito de um aumento na tributação em aplicações de renda fixa.
Embora o governo federal tenha negado ontem a intenção de alterar o Imposto de Renda incidente em fundos de investimentos e CDBs, como forma de desestimular as aplicações que acompanham o sobe e desce da taxa Selic, o mercado avalia que a medida seria uma forma de equilibrar a rentabilidade de títulos de renda fixa e a da caderneta de poupança.
Professor de Finanças do Ibmec, Nelson de Souza explica que quando a taxa básica cair para menos de 8,5% a remuneração líquida da aplicação em renda fixa ficará aquém do rendimento da poupança – em torno de 6,5% ao ano.
– À medida que o juro for baixando, menor será a diferença de rentabilidade entre as aplicações, o que estimulará a migração para a poupança, tudo o que o governo não quer – aponta Keyler Carvalho Rocha, presidente do conselho de administração do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças.
A intenção com as eventuais medidas seria fazer os investidores migrarem para aplicações com correção prefixada ou baseadas na variação da inflação – sem ligação com a taxa básica.
– É um balão de ensaio para resolver algo que está incomodando o governo – interpreta Rocha.
Ontem, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou que o governo avalia elevar os impostos sobre aplicações de renda fixa.
– Não tem nenhum estudo para aumentar imposto de renda sobre aplicações financeiras. Nós só pensamos em reduzir impostos neste momento – garantiu Mantega.
Para o coordenador do Centro de Estudos de Finanças da Fundação Getulio Vargas, William Eid, o aumento do IR não teria lógica, pois espantaria o investidor.