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Mulheres em Finanças: por que ainda são minoria em cargos de liderança?

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Por Alexandre Benedetti, General Manager da Talenses São Paulo

A questão da ascensão da mulher em cargos de liderança vem sendo debatida por todos os setores das organizações e na área de finanças isso não é diferente. Apesar de ser uma das carreiras onde mais mulheres têm avançado para cargos de diretoria, como mostra a pesquisa Panorama Mulher elaborada pela Talenses em parceria com o Insper e com o apoio Institucional da ONU Mulheres, ainda estamos muito longe do cenário que seria considerado ideal e igualitário no mercado de trabalho. O impacto da desigualdade para a economia brasileira é alto. Calcula-se que o PIB do Brasil poderia crescer 30% se as mulheres participassem do mercado na mesma proporção que os homens.

Os dados referentes à área de finanças ainda precisam evoluir muito, mas estão entre os que apresentam movimentação acima da média. A pesquisa aponta que em cargos de vice-presidência e diretoria, a área de finanças é a segunda que mais cresce em liderança feminina, atrás de Recursos Humanos e empatada com Marketing, quando comparamos cargos de diretoria, e atrás de Vendas quando a referência é a vice-presidência.

Alguns pontos colaboram para que este quadro ainda não seja igualitário, como por exemplo, o viés inconsciente, conceito que aponta preconceitos enraizados na cultura e que atuam como barreiras para a desconstrução de estigmas da sociedade, estruturado por um histórico organizacional patriarcal que somente agora começa a discutir mais a fundo este desequilíbrio. Além disso, na maioria das famílias brasileiras é a mulher que prioriza as funções da gestão familiar e dos cuidados com os filhos, em demérito de sua vida profissional. Muitas se vêm em situações onde precisam parar de trabalhar ou assumir outras atividades na empresa que não demandem tanto tempo porque não têm igualdade na divisão de tarefas e cuidados com filhos e casa.

No caso específico da carreira de finanças, há uma possível correlação entre áreas que exigem um alto nível de conhecimento em exatas e lógica e o número inferior de mulheres versus homens que se formam em cursos voltados para estas competências. Ou seja, o problema se inicia na base da educação e se perpetua ao longo da carreira da mulher.

Esses exemplos mostram que houve um atraso no avanço profissional das mulheres em relação aos homens e o fato colabora para que elas cheguem em menor número aos cargos de liderança. Quando chegam perto, esbarram em outro aspecto: quanto menos mulheres em cargos de conselho e presidência, mais difícil é para os homens enxergarem a necessidade dessa diversidade e o ciclo masculino no poder vai se perpetuando. A pesquisa Panorama Mulher aponta claramente este cenário quando diz que ter uma mulher presidente nas organizações aumenta em 2,5 vezes a possibilidade de ter mulheres na liderança e em 4 vezes a possibilidade de mulheres no conselho.

Aos poucos as empresas brasileiras vão entendendo e se beneficiando da diversidade de gênero em suas lideranças e algumas adotam programas que auxiliam nessa questão. O IBEF conta há 10 anos com o IBEF Mulher que tem como objetivo maximizar o valor da diversidade, incentivando uma maior integração entre gêneros no ambiente de negócios. A iniciativa pioneira no mundo de finanças e corrobora para o aumento da representatividade da mulher nessa área.  O fato é que a diversidade no ambiente de trabalho é urgente. Precisamos do equilíbrio entre mulheres e homens para reconfigurar e impulsionar o que definimos como sucesso.

Alexandre Benedetti é General Manager da Talenses São Paulo.

As opiniões e conceitos emitidos no texto [acima] não refletem, necessariamente, o posicionamento do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF) a respeito do tema, sendo seu conteúdo de responsabilidade do autor.  

 

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